Quando Renato Portaluppi nasceu, no dia 9 de setembro de 1962, na cidade de Guaporé, na Serra Gaúcha, os Beatles dedilhavam seus primeiros acordes, o mundo seguia em uma tensão intermitente entre Estados Unidos e União Soviética, João Goulart governava um país dividido e a seleção recém voltava do Chile após levantar pela segunda vez a Jules Rimet, comandados por Vavá, Amarildo e Garrincha. Ninguém poderia imaginar que Renato iria libertar a América não apenas uma, mas duas vezes. Tornando-se o maior ídolo da história do Grêmio Foot-ball Porto Alegrense.
Começou a carreira no Esportivo de Bento Gonçalves, mas logo depois, em 1982, partiu à Porto Alegre defender as cores daquele que era o atual campeão brasileiro. E onde Renato faria história. No ano seguinte, no mágico ano de 1983, Portaluppi foi protagonista. Marcou dois dos 23 tentos tricolores no torneio continental, e participou de jogos emblemáticos como a “Batalha de La Plata” e as finais, onde na partida de volta, no Estádio Olímpico Monumental, deu um passe magistral para César marcar de cabeça o gol do título gremista.
Mas o marco da apoteose de Portaluppi foi em Tóquio, no Japão, naquele mesmo ano. O Grêmio campeão da América enfrentava os alemães do Hamburgo, francos favoritos. Mas o tricolor gaúcho tinha Renato. O ídolo entortou os marcadores europeus para marcar o primeiro. Minutos depois, com grande domínio, cortou para o meio da área e bateu com o pé esquerdo para o fundo das redes. Saiu de braços abertos naquela imagem que, posteriormente, tornou-se imortal no pátio da Arena. O definitivo momento que sacramentou a vitória tricolor no mundial de clubes.
Para além do Rio Mampituba, Renato fez uma história vencedora com as camisetas de Flamengo, Cruzeiro, Fluminense e com a Seleção Brasileira. A peita canarinho quase foi defendida por Portaluppi na Copa de 86, mas o jogador foi cortado por indisciplina pelo técnico Telê Santana. Apesar disso, foi campeão da Copa América de 89 e jogou a Copa do Mundo da Itália, em 1990, atuando na eliminação contra a Argentina nas oitavas-de-final.
A reconquista
Até esse ponto da história já seria suficiente para Renato Portaluppi ser ídolo máximo do Grêmio. Porém, o destino decidiu que precisava de um pouco mais. Depois de duas passagens sem títulos na casamata tricolor, Renato voltou ao clube em 2016. A missão era difícil: tirar o Grêmio da fila de 15 anos sem títulos expressivos. E conseguiu. Em dezembro daquele ano, o tricolor venceu a Copa do Brasil, sagrando-se pentacampeão da competição. Começava uma sequência de glórias que encontraria seu ponto máximo na conquista do Tri da Libertadores em 2017. Com a taça, Portaluppi alcançou um feito inédito no Brasil: tornou-se campeão da competição continental como jogador e técnico.
De 2016 pra cá, além dos títulos já citados, o Grêmio de Renato Portaluppi ainda levou uma Recopa Sul-americana em 2018 e o tri gaúcho em 2018, 2019 e 2020. Também teve expressivas campanhas chegando a duas semi-finais de Copa do Brasil (2017 e 2019) e Libertadores (2018 e 2019), além de sempre figurar no G4 do Campeonato Brasileiro.
Atualmente, o futuro do técnico é de incertezas. Contestado pelas más atuações e baixo rendimento, desde a surpreendente derrota para o Flamengo pelo placar de 5×0, na Libertadores de 2019, Renato sofre críticas e vive situação delicada no comando do tricolor gaúcho. Em coletivas, o técnico tenta minimizar a situação. Ele acredita que em alguns jogos o Grêmio voltará a parte de cima da tabela. Além disso, o técnico encontra respaldo da direção gremista para seguir o seu trabalho.
O futuro, segundo o dito popular, “a Deus pertence”, e os próximos passos de Renato Portaluppi podem somente o colocar em um status ainda maior dentro do Grêmio. O seu passado é intocável, e tudo que já viveu até aqui, defendendo as cores azul, preto e branco, o tornam o mais imortal dentre os imortais.
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