Responsável direto por todas as ações do departamento de futebol, o diretor executivo Alexandre Pássaro explicou os diversos assuntos e decisões que pautaram o Vasco nesta semana. De fato aconteceu de tudo. O clube vendeu Talles Magno ao New York City, acertou as rescisões de Henrique, Carlinhos e Marcos Júnior, adquiriu MT e Matías Galarza e viu Werley entrar na Justiça cobrando uma dívida superior a R$ 8 milhões e pedindo a rescisão contratual. Esses e outros assuntos foram respondidos pelo dirigente em coletiva virtual que aconteceu na tarde desta quinta-feira. Vamos aos esclarecimentos:
Processo movido por Werley
O Werley teve proposta de acordo tem uns 15 dias que era somar todo o contrato que ele tem, pegar o valor cheio e parcelar por um tempo maior do que o contrato que ele tem. A proposta consistia ainda que se ele arrumasse um novo clube que pagaria como exemplo 50 mil, descontasse no valor do contrato. Ele não aceitou. Ontem eu recebi a notícia de que entrou na Justiça e isso é um direito dele. Cabe a gente esperar. Tenho e tive a melhor das relações com ele e lamento que as coisas chegaram neste ponto.
Danos morais pedido por Neto Borges
Neto Borges tinha o contrato até 31 de julho. É um jogador que a gente não usaria porque ele voltaria à Bélgica. Há uma questão de pagamento ou não que não compete a mim ou ao futebol. Porque quando o recurso é escasso é natural, não é nem louvável, mas é natural que se tenha de priorizar algumas coisas. Sobre danos morais, eu prefiro não falar. Jogadores têm de cobrar o contrato e nunca dano moral. Dano moral pelo quê? Tenho certeza que jogadores que ainda estão aqui, que têm contrato e que sempre honraram a camisa do Vasco em campo não reclamam absolutamente nada sobre isso.
Salários em dia
Sobre a questão de pagamentos de salários, quero falar sobre o trabalho do clube, não só do futebol, que é o carro-chefe do Vasco. Todas as áreas estão trabalhando no mesmo sentido. Os salários dos jogadores estão em dia. Existem alguns acordos antigos que ainda precisam ser pagos, mas os jogadores contratados estão rigorosamente em dia.
Venda de Talles
A negociação do Talles começou tem cerca de dois meses. O Luiz Mello, nosso CEO viajou com o Talles no domingo. Foi uma negociação que não desandou, mas tinha muitos interesses na mesa. O Soteldo foi por um valor menor e isso atrapalhou a negociação, mas o Talles, com a competência que ele tem, nos fez conseguir. Saiu daqui deixando as portas abertas. Torcemos para ele, até na questão financeira porque existem alguns bônus e porcentagens. Ele será mais um pedacinho do Vasco representando o clube pelo mundo.
Acordo com os jogadores que se foram
A gente sempre vem tentando resolver com diálogos. Pikachu, Carlinhos, Caio Monteiro, Fernando Miguel, Léo Gil, Gustavo Torres, todos sabendo o que o Vasco poderia fazer para honrar os compromissos. Se perguntar para o Pikachu, para o Fernando Miguel, eles vão dizer que o acordo estão em dia.
Negociação de Lucas Santos com o Brasil de Pelotas
O Lucas Santos tem uma diretriz técnica de que depois daqueles dois jogos pelo Carioca, a gente não teria mais espaço no nosso projeto até que surgisse uma oportunidade. O Brasil de Pelotas teve uma negociação que vazou. Se ele for para jogar é bom para ele, mas tem que ser bom para a gente em relação ao salário. O Brasil de Pelotas está na mesma divisão que a gente e estraríamos reforçando um rival. Por enquanto a proposta não está sendo vantajosa para o Vasco e eles estão analisando essa situação.
Economia com saída de jogadores
Na verdade a gente tem uma movimentação de saídas de jogadores, como Carlinhos, Marcos Júnior, Henrique. Não entro na questão de que ajuda ou não na parte financeira. A partir do momento que ele não vai ser utilizado, ele onera o clube. O Henrique por exemplo, tinha contrato até o dia 2 de agosto, a gente entendeu que não tinha ambiente, espaço para ele. Essas saídas desoneram o Vasco. Estamos com uma economia de R$ 18, 20 milhões ao longo do tempo.
Contratações
Lógico que estamos sempre aberto ao mercado. Sem Marquinhos Gabriel, Morato faz o meio, o Pec. Por característica o Vasco vai enfrentar times retrancados, o que dificulta. Estamos de olho em jogadores com poder de finalização e centroavante alto, que tenha característica de cabeceio. Todas as contratações nós buscamos que o jogador atue em mais de uma posição.
Renovação de Andrey
O Andrey estava com outro ânimo, outra energia do que estava acontecendo com o Vasco. O Cabo tomou a decisão de apostar nele e disse que o Andrey iria nos ajudar muito. Em fevereiro não existia ambiente para a renovação de contrato dele. Agora cabe a nós resolver essa questão. Já começamos a falar com o empresário dele. Tudo que é feito está condicionado ao acesso. Então estamos tratando o risco que corremos e tentar resolver da melhor forma.
Semana de boas notícias
Eu entendo que essa semana tenha sido de boas notícias, mas aqui dentro a gente não busca boas notícias externas, mas sim as internas. Nesse momento, que é uma semana boa que dá uma impressão de que está tudo bem, teremos semanas que as coisas não estarão tão bem. O nosso foco aqui é trabalhar com convicção, sem se preocupar com o que acontece fora do clube. De fato muitas coisas que eram feitas aqui eu não concordo, nem de perto. Por não ser político, não tem ressentimentos com ninguém. Sou profissional. Germán Cano é um jogador que foi trazido no departamento de futebol do ano passado. O Matías veio no ano passado. Embora possa ter tido coisas ruins, temos que aproveitar as coisas boas. Eu trabalho para que a torcida esteja feliz e ela feliz é sinal de que as coisas estão andando no caminho certo.
Parceria para vendas
Talvez vende melhor aquele que possui os melhores caminhos e os intermediários. A parceria é boa por um lado, mas restringe outro que você possa abrir. Nos cabe pelo tamanho do Vasco, abrir portas e dentro mostrar trabalho, credibilidade, como foi a negociação do Talles. Eles vão receber um extenso relatório do jogador. Essa parcerias nos interessam, são interessantes, mas não quer apenas uma parceria só.
Riquelme
A certeza que a gente tem é de que ele é uma joia e evoluiu muito, no aspecto do jogo, da questão física. Confiamos nele para substituir o Zeca, mas em uma sequência de jogos temos ainda uma incerteza, por conta da falta de experiência. A gente pensa em um jogador para a posição que possa jogar em mais de uma posição, como um volante, meia, zagueiro.
Idolatria da torcida
Eu costumo não ver muitas coisas. É uma felicidade que não cabe em mim por saber que o trabalho no qual eu lidero tem feito torcedores felizes. Mas eu também sei, que se perder três vezes seguidas, isso volta ao contrário. O céu o inferno no futebol é um palmo. Nos cabe manter os pés no chão. A torcida do Vasco é diferente e tenho sentido isso, mas meu pé está no chão. Eu não jogo, não faço gol, não dou carrinho. Eu estou aqui para dar um serviço de qualidade, um prestador de serviço para os jogadores e a comissão técnica porque são eles que vão resolver. Eu sempre me espelhei no Rodrigo Caetano e acho que estou no caminho certo, mas isso não me anima, pois eu estou com os pés no chão. Cabe a mim seguir esse trabalho de respeito e de carinho.
