Rebaixado pela primeira vez para a segunda divisão do Campeonato Carioca 2021, o elenco do Macaé fez um protesto pacífico antes do início do jogo contra o Madureira, pela 10ª rodada da competição. Os atletas sentaram no campo no momento do apito inicial. Eles não recebem salários há quatro meses. A partida terminou 4 a 2 para o Madureira.
À crise do Leão vem se arrastando em entrevista ao Esporte News Mundo no dia 06 de abril, o ex-treinador Charles de Almeida – o segundo treinador de quatro que passaram no comando do Alvianil, neste início de temporada relatou que a péssima gestão, falta de planejamento, salários atrasados explicam os graves problemas internos em um clube a beira do colapso.
-Eu posso te dizer que na minha visão e experiência o que faz o Macaé estar nesta dificuldade no Campeonato Carioca é um mix de tudo: Falta de pagamento, planejamento, pandemia e consequentemente dificultando a questão de logística. Na minha opinião junta tudo isso o fato do clube ficar esperando alguém chegar para fazer um milagre como fiz ano passado. Eu não iniciei os trabalhos lá. Não indiquei nenhum jogador que está no elenco. Assumi a equipe com dois dias para o jogo contra o Vasco e não tive nenhum tempo para preparar a equipe, seja na parte tática ou física – explicou o treinador na época.
Protesto de torcedores
No dia 22 de março torcedores picharam os muros da casa do presidente, Theodomiro Bittencourt, o Mirinho, e do Geraldo Camilo, responsável pela administração do clube. A sede também foi alvejada. O local não é mais utilizado por falta de pagamento do aluguel
Quem fez os gols do rebaixamento do Macaé
Os gols da partida entre Macaé e Madureira foram de Rodrigo Yuri, Luiz Paulo, Rogério e Valdivia para a equipe vencedora e Edy e Wallacer descontaram para o Macaé.
Confira nota do clube:
A diretoria do clube respeita o posicionamento do nosso elenco que vem sendo prejudicado com a falta de treinamentos adequados!
Nosso município e os circunvizinhos, devido a pandemia, proibiram o uso de campos e similares por decretos.
Enviamos ofício para a FERJ, que respondeu que deveríamos treinar em cidades que estivessem liberadas, porém o clube não recebeu, até o momento, nenhum pagamento referente às cotas de transmissão da TV, inviabilizando o pagamento das despesas com mudança de cidade durante a competição.
Nossos atletas estão prejudicados no aspecto técnico e também financeiro sem o sagrado direito de recebimento de salários (que o clube não tem condições de arcar sem recebimento da única fonte do recursos do campeonato) e tem todo o direito de protestar, até mesmo pela patente ausência de isonomia técnico-esportiva que afeta um clube que não pode treinar por motivo de força maior.
Esperamos que esse protesto espontâneo e legítimo dos atletas produza a sensibilização do órgãos competentes da administração do futebol carioca e também dos clubes co-irmãos de modo a serem imediatamente adotadas as providências para minimizar nossas dificuldades!
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