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Pumas rescinde contrato de Daniel Alves após prisão do jogador na Espanha

Daniel Alves, lateral-direito brasileiro
Hector Vivas/Getty Images

O efeito cascata de uma grave denúncia acompanhada de uma acusação tão séria quanto já causa a primeira consequência direta ao lateral-direito brasileiro Daniel Alves. No começo da noite desta sexta-feira (20), a diretoria do Pumas informou que o contrato do clube mexicano com o jogador está rescindido com base em tudo o que foi noticiado durante o dia. A informação foi divulgada pelo próprio presidente da equipe, Leopoldo Silva, em pronunciamento realizado nas instalações oficiais da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). O mandatário destacou que pessoas com tal conduta não são toleradas no ambiente e a saída tem efeito imediato. Tal decisão obteve apoio imediato da Liga MX, órgão que regulamenta e organiza o Campeonato Mexicano.

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“Com as informações ocorridas hoje no processo judicial que enfrenta o jogador Daniel Alves e pelo qual se encontra detido na Espanha, decidimos comunicar o seguinte: o Club Universidad toma a decisão de rescindir o contrato por justa causa a partir deste dia. Com esta decisão, o clube reitera seu compromisso de não tolerar atos de qualquer membro de nossa instituição, seja quem for que viole o espírito universitário e seus valores. O Club Universidad Nacional é uma instituição que promove respeito, dignidade, comportamento digno e profissional dentro e fora de campo de seus jogadores e jogadores, e eles são um modelo na sociedade do México e em qualquer lugar do mundo. Não podemos permitir a conduta de uma pessoa prejudicar nossa filosofia de trabalho que tem sido um exemplo ao longo da história na formação e desenvolvimento de jovens atletas em nosso país.”

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Inocência

Daniel Alves aproveitou o fato de estar na Espanha por causa da morte de sua sogra para prestar depoimento após a Justiça da Catalunha ter aceitado uma denúncia há dez dias de violência sexual contra uma mulher no último dia 30 de dezembro. O jogador foi ouvido e a juíza María Concepción Cantón Martín, acatou os pedidos da defesa da vítima e do Ministério Público Espanhol, o fichou e determinou a prisão preventiva e sem fiança, com base no argumento de que o brasileiro tem dupla cidadania e poderia deixar o território espanhol a qualquer momento, o que poderia resultar na fuga do crime cometido, caso Daniel Alves venha a ser condenado por tais acusações. Em sua defesa, questionado nos primeiros dias do atual mês de janeiro sobre a acusação, o brasileiro disse estar na boate, mas negou qualquer ato criminoso cometido em vídeo enviado à emissora de rádio catalã Antena 3.

“Gostaria de desmentir tudo. Estive nesse lugar, estive com mais pessoas, estive aproveitando. Todo mundo que me conhece sabe que eu gosto de dançar. Estava desfrutando, mas sem invadir o espaço dos demais. Quando você tem que ir ao banheiro, não tem que perguntar quem está lá. Sinto muito, mas não sei quem é essa senhorita, não sei seu nome, não a conheço, nunca vi na minha vida. Em todos esses anos, nunca invadi um espaço de alguém sem autorização. Como vou fazer isso com uma mulher, com uma jovem? Por Deus, já basta. Estão machucando sobretudo a quem está próximo a mim.”

Sem perturbações

Em total defesa de Daniel Alves antes do caso vir à tona e se manifestar nas redes sociais com confiança em sua idoneidade, a esposa do jogador, Joana Sanz, voltou a aparecer de uma forma diferente. Sanz afirmou ainda estar enlutada com a morte de sua mãe e pediu para que a imprensa mantivesse a privacidade e respeitasse seu período de luto.

“Por favor, peço aos meios de comunicação que estão ao redor de minha casa que respeitem minha privacidade neste momento. Minha mãe morreu há uma semana, apenas tenho começado a entender que ela não está mais aqui, bem como para que não me atormentem com a situação do meu marido. Eu perdi os únicos dois pilares da minha vida, tenham um pouco de empatia em vez de buscar tanta notícia com a dor alheia.”

Acusação (contém conteúdo sensível)

O jornal El Periódico, veiculado na Catalunha, afirmou ter acesso ao conteúdo do depoimento da mulher supostamente violentada por Daniel Alves. A mulher relatou ter sido convidada por Daniel Alves e um amigo para um espaço vip dentro de uma boate localizada na Catalunha. Segundo o relato, o brasileiro teria pego a mão da vítima e colocado sobre seu órgão sexual contra a vontade da mulher. Ela diz ter sido levada a um banheiro onde foi trancada e violentada. De acordo com a polícia, ela disse que Daniel Alves se sentou no vaso sanitário, levantou o vestido dela e a teria forçado a ter relações sexuais. Como teria manifestado resistência, foi agredida e estuprada.

O El Periódico cita que, após o ocorrido, ela pediu ajuda à equipe de segurança do estabelecimento, que a ouviu, realizou os primeiros atendimentos e a encaminhou a um hospital próximo para ser submetida a exames que indicaram lesões características de violência sexual. A polícia também foi acionada, mas Daniel Alves não estava mais no local.

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