A contratação de jovens promessas e um planejamento junto à comissão técnica, são um mantra nas outras equipes da empresa multinacional de energéticos. A proposta de implementar a filosofia no futebol brasileiro, entretanto, falhou em seu primeiro desafio na elite do campeonato nacional.
Com um desempenho considerado fraco por dirigentes e torcedores, o técnico Felipe Conceição foi demitido logo no início da competição – o que evidenciou uma falha na montagem da equipe.
Até a aquisição do Massa Bruta em abril do ano passado, o Red Bull Brasil representou a companhia no país. O treinador Antônio Carlos Zago conquistou o Troféu do Interior pela equipe campineira e depois migrou para Bragança Paulista, junto com elenco e comissão técnica. Na nova casa, conquistaram o título brasileiro da Série B. Entretanto, o ex-zagueiro da seleção aceitou proposta do Kashima Antlers e não permaneceu no clube.
Zago estava no Red Bull Brasil desde setembro de 2018 e sua estabilidade foi uma exceção no histórico do time. Desde sua fundação em 2007, apenas três treinadores permaneceram mais de 300 dias no cargo: Márcio Fernandes (2010-11), Maurício Barbieri (2013-16) e Ricardo Catalá (2017-18). Assim como Felipe Conceição, Fernandes e Catalá foram demitidos no andamento de uma competição: Paulista A2 2011 e Copa Paulista 2018, respectivamente.
O comandante mais longevo do Toro Loko foi Maurício Barbieri, que – após três anos – não conseguir dar projeção nacional à equipe campineira e teve seu vínculo encerrado.
A FILOSOFIA RED BULL EM OUTROS CLUBES
Em outros clubes da empresa Red Bull, como o Leipzig e o Salzburg, os técnicos possuem maior estabilidade. O time alemão, por exemplo, sensação da última Champions League ao chegar às semifinais, teve uma trajetória de ascensão meteórica nas divisões de acesso da Bundesliga.
Um fato que chama atenção é o tempo médio de permanência dos treinadores no clube – desde o seu início em 2009, o único técnico que não permaneceu uma temporada completa no cargo foi o interino Achim Beierlozer. Ele assumiu em fevereiro de 2015 e comandou o time até o final daquela temporada. Seu antecessor Alexander Zorniger estava no cargo desde julho de 2012.
O mesmo ocorre com o clube austríaco. Desde que foi comprado pela multinacional, em abril de 2005, apenas em uma ocasião um treinador durou menos de um ano: Peter Zeidler, com 164 dias e – logo depois – o interino Thomas Letsch, com 11 dias. A filosofia se mostra vencedora, visto que, com a parceria, o Salzburg conquistou 10 títulos do campeonato austríaco, fazendo frente com os tradicionais Rapid Viena e Austria Viena.
Apesar de ter uma proposta um pouco diferente do modelo europeu, recorrendo à contratações de jogadores famosos como Henry e Juninho Pernambucano, o Red Bull New York também tem a cultura de dar mais tempo a seus treinadores. Quem ficou mais tempo no cargo, depois que o clube foi comprado em 2006, foi o norte-americano Jesse Marsch (2015/18). Outro exemplo é o colombiano Juan Carlos Osorio. Entre 2007 e 2009, o ex-técnico do São Paulo ficou 612 dias no comando da equipe.
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