Aquele Cruzeiro de antes da paralisação do futebol pouco se fez lembrar no jogo de reestreia do clube no Campeonato Mineiro. Isso porque, se para aquele elenco faltava intensidade, o que esteve em campo contra a URT, neste domingo (26), no Mineirão, mostrou “fome” de bola e faro de gol. Apesar do desgaste físico mais evidente devido à falta de ritmo de jogo, em função do longo tempo sem bola rolando, a equipe celeste se manteve firme no ataque.
A URT deu espaço para a Raposa, muito por conta do período curto de preparação do elenco do time de Pato de Minas, o que facilitou as investidas celestes. Mas, a mescla entre experiência e juventude surtiu mesmo efeito. O time se mostrou leve em campo, e, mesmo com a ausência do torcedor e o nervosismo da estreia, até mesmo jogadores em campo pela primeira vez com a camisa estrelada se mostraram à vontade e “marcaram” espaço no elenco.
Com muitos jogadores, desfalques na partida de reestreia celeste, para voltarem e recomporem o elenco da Raposa, a briga por posições tende a ser bem disputada, uma verdadeira “dor de cabeça boa” para o técnico do Cruzeiro, Enderson Moreira, principalmente tendo em vista o que o treinador viu da beira de campo na partida contra a URT: um jogo intenso e ofensivo desde o início.
A Raposa começou se projetando para o ataque e marcando bem a saída de bola adversária, não à toa, fez dois gols logo nos minutos iniciais do cronômetro. E não parou por aí. A equipe continuou a buscar o ataque e não se mostrou satisfeita com a vantagem no placar. Fez mais um gol na etapa complementar e continuou a fazer boas investidas.
— Nós fizemos coisas positivas, dentro daquilo que trabalhamos. É claro, é o primeiro jogo depois de quatro meses, todo mundo sente um pouco esse ritmo, porque é diferente. Não tem como, por mais que você tenha capacidade de criar situações próximas do jogo, o jogo é diferente. Mas, acho que tem coisas boas e tem coisas para melhorar. A gente teve alguns desfalques hoje também, claro que isso muda um pouquinho. Mas, acima de tudo, eu gostei muito da postura, é um time que fez dois, fez três e buscou ainda mais gols, e manteve aquela determinação de poder fazer o seu melhor e buscar o jogo o tempo todo. Então, isso eu acho que é positivo —, elogiou Enderson ao fim do jogo.
Joias da base
Thiago, Cacá e Patrick Brey. Três jogadores da base celeste que fizeram a diferença na reestreia contra a URT, e mostraram poder de jogo. Cacá fez um dos gols da partida, bem como Thiago, que se destacou, também, ao longo do jogo, pressionando a saída de bola do adversário e denotando ofensividade ao time do Cruzeiro.
Já Patrick Brey se destacou em investidas ao ataque e com uma assistência ao gol. O jogador entrou na vaga de João Lucas e deve disputar posição com o recém-contratado Giovanni. Mais uma decisão difícil para o técnico celeste, se o bom desempenho do jogador se manter.
Além disso, outro jovem da base estreou pelo elenco profissional do clube: Stênio. O atleta de apenas 17 anos tende a render bons frutos ao time azul e branco. Todas essas “crias da casa” podem ser grandes promessas do clube para a temporada.
Estreias
O Cruzeiro teve experiência, juventude e intensidade em campo. Mas, contou, também, com alguns jogadores estreantes, como Régis, Iván Angulo, Raul Cáceres e Claudinho. Estreias que podem indicar um bom futuro para a Raposa. No entanto, o atacante Angulo deve deixar um sentimento de “quero mais” na torcida, já que fez boa atuação e nos próximos dias retornará ao Palmeiras, devido a solicitação feita pelo clube paulista.
Já Régis continuará a disposição e deve ser importante para a sequência da temporada. O atleta vestiu a camisa 10 e pareceu não sentir a responsabilidade como um peso. Régis se mostrou à vontade em campo e mostrou bom futebol, sendo um dos destaques da partida.
O lateral-direito Raul Cáceres mostrou segurança na defesa, mesmo não sendo muito exigido, e subiu bem ao ataque, mostrando flexibilidade e boa recomposição em campo. O estilo de jogo apresentado pelo atleta pode ser bem aproveitado pelo técnico celeste para gerar consistência ao sistema tático da Raposa, já que em busca de ofensividade, o setor defensivo tende a ficar descoberto e ser surpreendido.
Claudinho entrou no segundo tempo e pouco mostrou, o que gerou expectativa para vê-lo novamente em campo, já que o jovem de 19 anos, vindo da Ferroviária, tem muito a mostrar ainda.
Próximos dias
O Cruzeiro pouco tempo terá para descansar. Com sequência intensa, o time entrará em campo nesta quarta-feira (29), às 21h30, contra a Caldense, em Poço de Caldas. Em confronto direto, a Raposa precisa vencer e, para isso, terá que mostrar, mais uma vez, intensidade de jogo e eficiência ofensiva para, então, depender somente de si para se classificar.
Portanto, gols é exatamente o que o time precisa, já que, em caso de vitória, o clube estrelado igualará a Caldense, terceira colocada na tabela, em número de pontos e, também, em número de vitórias. O próximo critério de desempate será, então, justamente o de saldo de gols, no qual a equipe de Poço de Caldas tem uma vantagem de cinco gols.
— O próximo jogo é um jogo em que a gente precisa vencer, acima de tudo. Estamos focados em poder vencer mais esse jogo, que é muito difícil. É o nosso papel. A Caldense manteve a mesma equipe de antes da parada, uma equipe que estava muito bem classificada e será um grande desafio para todos nós —, analisou o técnico celeste.
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