O grande prêmio de Monza, no último domingo (12), teve as McLarens andando na frente após muitos anos, mas o acidente entre Max Verstappen e Lewis Hamilton foi o grande assunto do fim de semana. O holandês foi considerado o causador da colisão e perderá três posições no grid da próxima corrida, que será o GP de Sochi, na Rússia.
Por serem os líderes do campeonato, a repercussão da batida foi bem mais elevada. Porém, não foi a primeira vez que pilotos que brigam pelo título colidiram e deu muita polêmica. Algumas vezes, até mesmo companheiros de equipe se enroscaram na pista e a confusão foi grande. O Esporte News Mundo relembra um top-10 de acidentes que ficou marcado na Fórmula 1. Confira:
10º lugar: Alan Jones x Nelson Piquet, GP do Canadá de 1980
A confusão se deu logo na largada. Era a penúltima prova da temporada e Alan Jones acabou espremendo Nelson Piquet contra o muro, ocasionando um acidente com o brasileiro, que abandonou a corrida, e mais seis carros. Mesmo provocando muitas batidas, o australiano não foi punido. E assim ele rumou para o título.
Jones continuou na prova e venceu, conquistando seu único título na Fórmula 1 por antecipação. Nelson Piquet amargou mais um quase, porém, o brasileiro brilhou ao longo da década de 80, conquistando o tricampeonato, em 1981, 1983 e 1987, sendo até hoje o maior campeão do Brasil junto com Ayrton Senna.
9º lugar: Michael Schumacher x Damon Hill, GP da Austrália de 1994
A temporada de 1994 era triste pela morte de Ayrton Senna ainda na terceira corrida do ano. Com o óbito do brasileiro, Damon Hill assumiu o posto de número um da Williams, mas via um Michael Schumacher pulverizando recordes com a sua Benneton. Mesmo assim, o britânico reagiu no campeonato e chegou a última prova apenas um ponto atrás do alemão.
A Williams de Damon Hill rendia mais só que na 35ª volta, o britânico quis ultrapassar Michael Schumacher, que jogou o carro em cima do adversário. O alemão deixou a prova e Hill conseguiu levar o carro para os boxes. Porém, a suspensão de uma das rodas dianteira não resistiu e forçou o piloto da equipe inglesa a abandonar a prova, fazendo com que Schumacher conquistasse o primeiro de seus sete títulos mundiais.
8º lugar: Jacques Villeneuve x Michael Schumacher, GP da Europa de 1997
Parecia que a história se repetiria. Dessa vez, Michael Schumacher já pilotava a Ferrari, onde ganhou cinco dos seus sete títulos mundiais. O alemão disputava o título com Jacques Villeneuve e chegou a última prova novamente com um ponto de vantagem sobre um piloto da Williams. Mas o fim desse filme não foi com sabor de vitória para o heptacampeão mundial. O canadense largou na frente, mas logo na largada o alemão tomou a ponta e disparou.
Entretanto, a Williams foi melhorando o seu rendimento e Jacques Villeneuve se aproximou do rival. Na volta 48, ele colocou de lado, mas Schumacher jogou o carro em cima de Villeneuve, com fizera com Damon Hill três anos antes. Porém, desta vez, o heptacampeão mundial acertou a lateral do carro do oponente, perdeu o controle e foi parar na brita. Ele ainda tentou retornar a prova, mas ficou preso e abandou. Tranquilo, Villeneuve administrou as voltas finais e chegou em terceiro, que foi suficiente para ele conquistar seu único título na Fórmula 1.
7º lugar: Mika Häkkinen x David Coulthard, GP da Áustria de 1999
Essa colisão não foi de dois pilotos que lutaram pelo título até o fim, mas eram da mesma equipe e na ocasião, tinham chances de serem campeões mundiais. Campeão Mundial no ano anterior, Mika Häkkinen, da McLaren, liderava o campeonato com 40 pontos. Seu companheiro de equipe, David Coulthard, era o quinto com 22, mas com a ausência de Michael Schumacher, que havia fraturado a perna em um acidente na corrida anterior, deu esperanças ao escocês.
Logo na largada, Häkkinen pulou na frente, mas acabou sendo tocado por Coulthard e rodou, indo para o final do grid. Porém, o finlandês fez uma corrida de recuperação e acabou em terceiro, justamente atrás de seu companheiro. Eddie Irvine, da Ferrari, que acabaria lutando pelo título com Häkkinen, venceu a corrida. Para sorte do escocês, os pontos não fizeram falta e a McLaren pôde comemorar o segundo título seguido do mundial de pilotos.
6º lugar: Sebastian Vettel x Mark Webber, GP da Turquia de 2010
Novamente dois companheiros de equipe acabaram colidindo e ambos lutavam pelo título. Logo na terceira volta, Sebastian Vettel tentou ultrapassar Mark Webber, mas perdeu o controle do carro e se chocou com o companheiro de Red Bull. O alemão deixou a prova fazendo sinal de que o australiano, que seguiu na corrida e chegou em terceiro, era maluco. Lewis Hamilton, na época na McLaren, venceu a prova seguido por Jenson Button, também da equipe inglesa.
Após a prova, Webber seguiu na liderança do campeonato, seguido por Button, Hamilton, Alonso, que lutaria pelo título com as Red Bulls, e Vettel vinha apenas em quinto. Na segunda metade da temporada, o espanhol chegou a abrir uma boa vantagem na liderança, mas o alemão reagiu, venceu as duas últimas corridas e ajudado pelo fato do Príncipe da Asturias ter ficado em sétimo no último GP do ano, se sagrou campeão e respirou aliviado, já que os pontos do grande prêmio da Turquia não fizeram falta.
5º lugar: Lewis Hamilton x Sebastian Vettel, GP do Azerbaijão de 2017
Mais uma vez Sebastian Vettel, dessa vez na Ferrari, estava envolvido num acidente e dessa vez ele não teria a mínima chance de chamar o adversário de maluco. Após um acidente, o safety car entra na pista. Lewis Hamilton liderava a prova e com o carro de segurança na pista, o britânico diminuiu o ritmo e é tocado pelo alemão. Irritado, Vettel gesticula, reclama, emparelha o carro com o do rival e avança para cima do britânico.
A atitude inexplicável rende uma punição de dez segundos nos boxes para Vettel. Mesmo assim, ele termina em quarto, com Hamilton uma posição atrás, e o alemão continuou na liderança do campeonato. Após a prova, o britânico falou mais alto com o rival e deixou claro que se ele repetisse a atitude que ele teve no Azerbaijão eles teria problema ao longo da temporada. Porém, tudo correu tranquilo nas provas seguintes e o piloto da Mercedes virou o jogo e conquistou o título, seu quarto de sete ao todo.
4º lugar: Lewis Hamilton x Nico Rosberg, GP da Bélgica de 2014
A partir de agora as batidas faz relembrarmos grandes rivalidades da Fórmula 1. A primeira acabou com uma amizade. Lewis Hamilton e Nico Rosberg eram amigos desde o kart e comemoram muito quando foram correr juntos na Mercedes em 2013. Mas na ocasião a equipe ainda se acertava e problemas maiores não aconteciam. Mas quando a equipe alemã passou a dominar a categoria, acabou-se o que era doce.
Hamilton liderava a corrida, quando foi atropelado pelo rival e deixou a prova. Rosberg chegou em segundo e abriu 29 pontos de vantagem para o companheiro de equipe na classificação. Ele admitiu que errou no acidente. Apesar de sair prejudicado, o britânico terminou a temporada como campeão, conquistando o segundo dos seus sete títulos.
3º lugar: Nico Rosberg x Lewis Hamilton, GP da Espanha de 2016
Os anos se passavam e a rivalidade entre Nico Rosberg e Lewis Hamilton só aumentavam. Ambos não escondiam mais de ninguém que a amizade era coisa do passado e um não suportava mais o outro. No meio disso, a Mercedes precisava agir de mediadora para não ver os campeonatos de piloto e de construtores parar em outras mãos, já que o domínio da equipe alemã em relação a outras escuderias era enorme.
Dessa vez, a batida foi logo na primeira volta. Hamilton largou na pole, mas Rosberg conseguiu ultrapassar o rival. O britânico tentou recuperar a posição, mas perdeu o controle do carro, bateu no companheiro de equipe e ambos deixaram a corrida. O alemão seguiu na liderança do campeonato e o britânico era apenas o terceiro. No final da temporada, por apenas cinco pontos, Rosberg se sagrou campeão pela única vez na Fórmula 1. No dia seguinte ao título, ele surpreendeu e anunciou sua aposentadoria das pistas.
2º lugar: Ayrton Senna x Allan Prost, GP da Austrália de 1990
Sem dúvidas, é a maior rivalidade da história da Fórmula 1. E pra falar um pouco dela, não seguiremos uma ordem cronológica e começaremos pelo “troco”. Após dois anos de intensas brigas e discussões com ambos sendo companheiros de equipe, a McLaren ficou pequena demais para os dois e Allan Prost foi para a Ferrari. Mordido por ter perdido a disputa com o rival no ano anterior, Senna não queria que isso se repetisse.
Na última prova do ano, Senna chegou incríveis oito pontos de vantagem sobre o rival e um sexto lugar lhe daria o título. Para melhorar a situação do brasileiro, ele largou na pole, mas Prost estava logo ao seu lado. Na largada, Ayrton misteriosamente não largou bem como sempre fazia. O francês pulou na frente, mas logo na primeira curva da corrida, Ayrton Senna passou reto. Entretanto, tinha um carro vermelho no caminho dele. Ambos foram para a brita e o bicampeonato estava assegurado para Senna. O “troco” estava dado.
1º lugar: Allan Prost x Ayrton Senna, GP do Japão de 1989
O “troco” de Ayrton Senna só aconteceu porque um ano antes ocorreu o que pra muitos é a colisão mais histórica da Fórmula 1. Após dois títulos mundiais pela McLaren, Allan Prost viu seu reinado na equipe se encerrar com a chegada do brasileiro, que logo no seu primeiro ano na escuderia inglesa, se sagrou campeão. Isso fez os ânimos se acirrarem e ambos mal se olharem no dia a dia.
Diferente de 1990, quando Senna liderou boa parte do campeonato, Allan Prost sempre correu na frente em 1989. Na penúltima prova do ano, o francês tinha a possibilidade de ser campeão por antecipação. Prost esteve sempre a frente na corrida, mas na volta 47, Senna tentou ultrapassá-lo e o francês forçou a batida entre os dois. Prost abandonou e Senna pediu para os comissários de pista empurrarem seu carro e voltou para a pista. Ele foi aos boxes, trocou o bico do carro e venceu na última volta, ficando vivo na disputa do campeonato.
Porém, a alegria do brasileiro durou pouco. Vendo Ayrton voltar para a corrida, Allan Prost pressionou os comissários da prova e o presidente da FIA na época, Jean-Marie Balestre, compatriota de Prost, desclassificou Senna, e o francês conquistou seu terceiro título mundial. Após o ocorrido, houve sucessões de acusações, onde o brasileiro acusou o dirigente de beneficiar Prost e isso lhe rendeu uma suspensão de seis meses em sua licença imposta por Balestre.
Jean-Marie Balestre deixou a presidência da FIA em 1993 e três anos depois, quando Ayrton Senna já tinha morrido, ele admitiu que tomou a atitude para beneficiar o compatriota Allan Prost. Ron Dennis, chefe da McLaren na época do acidente, chegou a fazer duras criticas ao dirigente e acusou Balestre de querer acabar com a carreira do brasileiro.