Automobilismo

Em relato emocionado, Grosjean descreve com detalhes os 28s que passou no meio das chamas em acidente no GP do Bahrein

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Reprodução/ Twitter Haas F1 Team
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O Grande Prêmio do Bahrein, no domingo (27/11), ficou marcado pelo grave acidente envolvendo a Haas do francês Romain Grosjean. O carro da equipe estadunidense se partiu ao meio e pegou fogo após se chocar com muita força contra o guard-rail.

Depois de largar bem e pular da 19ª para a 17ª colocação, Grosjean buscava espaço para atacar seu companheiro de equipe, Kevin Magnussen, mas acabou se tocando com Daniil Kvyat, da Alpha Tauri e foi direto para fora da pista. O problema é que ele bateu em um ponto onde não é muito comum de ocorrerem acidentes, a aproximadamente 211 Km/h – dessa forma, não havia nenhuma barreira de pneus, ou algo do tipo, apenas o gurad-rail, que não é recomendado para colisões frontais, como aconteceu. Fato é que, o piloto da Haas ficou cerca de 28 segundos dentro do cokpit, tentando sair, até finalmente conseguir escapar em meio as chamas.

O grave acidente assustou a todos, mas ao verem Grosjean andando (mesmo com dificuldades), houve um alívio imenso. Após todo o ocorrido, o piloto francês postou em suas redes sociais que estava bem e em recuperação. A Haas confirmou que Romain teve queimaduras nas mãos e nos pés, portanto, ele ficou em observação no hospital até terça-feira (01).

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Impossibilitado de pilotar novamente em Bahrein, para o Grande Prêmio de Sakhir no domingo (06), Grosjean teve que ser substituído pelo brasileiro Pietro Fittipaldi. Apesar disso, Romain compareceu ao padock e conversou com a equipe, agradeceu os comissários de pista que o ajudaram no incidente e também fez alguns relatos para os jornalistas presentes. Romain Grosjean afirmou que o tempo em que ficou no carro foi muito menor do que imaginava, ele disse que parecia ter demorado 1min30s e não apenas 28s.

O que de fato aconteceu nos 28 segundos

De começo, Grosjean contou que estava preso e não conseguia sair, “vou ter que esperar, estou prensado de cabeça para baixo contra o muro, então vou esperar alguém vir me tirar”. Ele disse que não tinha visto o fogo e, quando olhou para os dois lados, viu as chamas subindo – foi aí que ele tentou sair de todas as formas, mas sem sucesso.

– Sentei de novo no carro e pensei no Niki Lauda (que também teve um grave acidente com fogo, em 1976), no acidente dele, e que as coisas não poderiam terminar daquela forma. Aquela não poderia ser minha última corrida. Não era pra terminar daquele jeito. Nem pensar – relatou Romain Grosjean.

Grosjean ainda tentou sair mais algumas vezes, mas não conseguia de nenhuma forma. Com isso, veio o momento mais crítico em meio ao fogo, o piloto declarou que seu corpo havia relaxado e ele refletiu “me vi em paz comigo mesmo e pensei que iria morrer”.

O momento do renascimento de Romain Grosjean

Depois desse pensamento negativo, que ele disse ter durado apenas milissegundos, Grosjean tentou novamente sair.

– Então pensei nos meus filhos e que eles não poderiam perder o pai. Não sei porque fiz isso, mas decidi virar minha cabeça e meus ombros para a esquerda. Funcionou. Minha sapatilha ficou presa, mas o pé saiu. Minhas duas mãos já estavam pegando fogo. Senti dor, mas também alívio por estar fora do carro. Então cheguei no guard-rail e soube que não estava mais sozinho.

O trabalho dos comissários e médicos de pista foram imprescindíveis, além de todas as tecnologias de proteção requisitadas pela FIA. Romain Grosjean teve sorte, mas também teve competência para sair do carro praticamente ileso. Ele ainda não tem previsão de voltar a correr, porém, sua recuperação é animadora e, em breve, Grosjean deve retornar normalmente à Fórmula 1.

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