O Swansea City optou nesta quinta-feira (8) por das redes sociais por pelo menos sete dias, devido aos casos recorrentes de racismo no futebol inglês.
Os jogadores e funcionários do Swansea City estarão boicotando redes sociais por uma semana após uma onda de “abomináveis” abusos raciais nas plataformas. O incidente mais recente ocorreu após a derrota dos Swans em Birmingham City na noite de sexta-feira (2), quando Jamal Lowe foi abusado racialmente no Instagram.
Swansea City has chosen to take a club-wide stance in the battle against abuse and discrimination of all forms on social media.
— Swansea City AFC (@SwansOfficial) April 8, 2021
From 5pm today we will not post any content on our official social media channels for seven days.#EnoughIsEnough
? https://t.co/rmHXB0j2l7 pic.twitter.com/fKqKqHl8Ag
Embora a conta que postou a mensagem racista tenha sido removida, este foi o terceiro incidente em que um jogador de Swansea foi submetido a abusos racistas nas redes sociais desde fevereiro deste ano. Yan Dhanda sofreu abusos após a derrota na FA Cup para o Manchester City e Ben Cabango foi alvo de abusos durante a Data FIFA com o País de Gales.
O clube divulgou uma nota oficial sobre a decisão, escrita pelo executivo-chefe do Swansea City, Julian Winter.
“A partir das 17h de hoje, todos os jogadores do primeiro time, aqueles na fase profissional da academia (menores de 23 anos e menores de 18 anos), Swansea City Ladies, Community Trust, funcionários seniores do clube e canais oficiais do clube (Facebook, Twitter, Instagram, LinkedIn, Snapchat, YouTube e TikTok) não postarão nenhum conteúdo por um período de sete dias.
Como um clube de futebol, vimos vários de nossos jogadores serem submetidos a abusos abomináveis apenas nas últimas sete semanas, e sentimos que é certo tomar uma posição contra um comportamento que é uma praga em nosso esporte e na sociedade em geral. Sempre apoiaremos nossos jogadores, equipe, torcedores e a comunidade que orgulhosamente representamos, e estamos unidos como clube nessa questão.
Também queremos estar ao lado de jogadores de outros clubes que sofreram discriminação vil nas plataformas de mídia social. Como clube, também estamos cientes de como as redes sociais podem impactar a saúde mental dos jogadores e da equipe, e esperamos que nossa forte postura destaque os efeitos mais amplos dos abusos”.
Swansea City tem atualmente 1 milhão de seguidores no Twitter, 1,33 milhão de seguidores no Facebook e 385 mil seguidores no Instagram. O atacante Andre Ayew tem o maior número de seguidores individuais no Facebook e Instagram, com 1,02 m.
O boicote nas redes sociais cobrirá os jogos do campeonato do Swansea contra o Millwall e o Sheffield Wednesday, embora as notícias do clube continuem a ser publicadas no site oficial durante este período.
Desde o início da temporada 2020/21, são diversos os registros de racismo na internet contra jogadores que atuam no futebol inglês. Infelizmente, com o encerramento da temporada se aproximando, os casos estão se tornando semanais pois há um registro por rodada, em média.
Por isso, a campanha da Premier League contra o racismo “No Room for Racism”, que originalmente é adotada por apenas dois meses à cada temporada, está sendo utilizada durante toda a temporada. Porém, setores da sociedade cobram medidas mais enérgicas para coibir a situação.
O quarteto do Manchester United, Anthony Martial, Axel Tuanzebe, Marcus Rashford e Fred (brasileiro), sofreram com racismo na internet nos últimos meses.
O Facebook, dono do Instagram, afirmou em contato com a reportagem da Sky Sports que “não permite ataques a pessoas com base em características protegidas, como raça, religião, nacionalidade ou orientação sexual.”
No mês passado, o chefe da polícia de futebol do Reino Unido, o detetive-chefe da polícia Mark Roberts, disse que a resposta das empresas de mídia social em ajudar a polícia a identificar os agressores foi “lamentável”.
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