O tema do gramado sintético voltou a ser pauta no futebol brasileiro. Na última quarta-feira (6), Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas de Futebol) e o Fluminense levaram uma pauta para a reunião para CBF para instituição vetar esse tipo de gramado no Brasil. O Botafogo é um dos três time da Série A que tem um gramado artificial, em entrevista ao “GE”, John Textor defendeu a questão e criticou o contexto atual dos gramados do país.
– A saúde dos jogadores está em melhores condições no sintético. Temos uma alta qualidade que está creditada até por jogadores de outros clubes. As vezes, pessoas que nem pisam na grama ou jogam futebol falam bobagem. Eu queria que eles olhassem o sistema que nós criamos. A grama no Brasil é diferente. Olhe para todas as lesões de tornozelo e nas pernas que tivemos em gramados ruins. Se vamos jogar em campos de bezerros na liga, as pessoas devem investir em campos 80% naturais e 20% sintéticos, que é o padrão das grandes ligas no mundo – afirmou o acionista majoritário do Botafogo
Na reunião ficou definido que não existe a possibilidade de proibição dos gramados sintéticos no curto prazo, no entanto, a CBF convocou uma Comissão de Médicos para se debruçar sobre o tema com a Comissão Nacional de Clubes, que terá como membros Atlético-GO, Fluminense, Fortaleza, Internacional e São Paulo de times que disputam a Série A. A Comissão prometeu que irá contratar uma consultoria internacional para estudo mais profundamente sobre o caso.
No ano passado, o Botafogo implementou o gramado sintético no Nilton Santos. O clube justificou que o gramado artificial traria rapidez na sua manutenção e a realização de eventos sem causar estragos.
O empresário norte-americano também criticou o posicionamento de Fluminense e da Fenapaf. Dizendo que os clubes deveriam formar uma liga e ter um padrão de gramado. E ainda afirmou que caso os gramados artificiais sejam vetados o Botafogo acatará a grama natural a partir de 2025 caso assim seja decretado.
– Não critiquem nossa tentativa de tentar algo mais seguro para os jogadores. Vamos falar de elevar o nível. Querem ir para grama natural? Devemos formar a liga, oficializar um padrão, pagar e treinar árbitros. Vamos em frente. Vamos todos pagar 1.3 milhão de dólares (R$ 6,4 milhões) em cada campo, é isso que custa na Premier League. O Brasil merece a qualidade dos melhores lugares do mundo, futebol é bom como em qualquer lugar do mundo. Isso pode impactar nossos shows, mas arrumaremos um jeito. Se quiserem ir para a grama natural no ano que vem, nós iremos. Não enganem, não jogaremos em campo de bezerro, não faz bem aos jogadores – completou o acionista americano.