Seleção Brasileira
Tite deixa no ar seu futuro na Seleção: ‘Estou em paz comigo mesmo’
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A Seleção Brasileira bateu o Equador por 2 a 0 na noite dessa sexta-feira (4), no Beira Rio, pela sétima rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar 2022. Ao final da partida, o técnico Tite não conseguiu escapar das perguntas sobre as polêmicas extracampo que a equipe vem passando e sobre os rumores de um possível pedido de demissão do treinador.
— Estou fazendo o meu trabalho normalmente, estou em paz comigo mesmo. Uma resposta extraordinária que o Obama deu numa entrevista ao Bial, que eu guardo para mim e ou repetir. Ele disse ‘cara, minhas adversidades são muito pequenas em relação a uma série de outras pessoas, que tem problemas muito maiores’, talvez elas enfrentem problemas de saúde, de alimentação, muito maiores que o meu. E, às vezes, quando eles querem me ouvir, elas querem solução. Trabalho eu para solucionar, eu faço o que gosto, sou abençoado naquilo que faço. Pressões? Normais, mas temos que nos preparar para isso.
Tite também foi perguntado sobre as polêmicas envolvendo a Copa América, sobre um possível boicote dos jogadores da Seleção à competição. O treinador desviou de dar qualquer posicionamento novo, mas ressaltou as falas do volante Casemiro dadas na saída do campo.
— Eu coloquei anteriormente que eu iria me manifestar e vocês têm a condição de levantar qualquer hipótese. Eu só peço para vocês terem cuidado para não alimentarem possiblidades. Eu vou me reportar sim, num momento importante, não agora, quero pensar agora no Equador, foi uma vitória muito difícil, contra uma equipe que tem nove pontos, o melhor ataque da competição. Ela só não fez gol contra a Argentina, mas foi um 1 a 0 muito difícil. Com todas as adversidades, foram 16 finalizações, sete ao gol. Não gosto de me apegar muito a números para pegar e comentar o jogo. Foi um primeiro tempo muito difícil em uma reformatação tática, não estou fugindo da resposta, mas é aquilo que eu coloquei anteriormente para ti, o Casemiro foi muito feliz na resposta que deu hoje na saída de campo, porque esse é o pensamento que nós temos, com consciência de que há um momento para falar a coisa certa também.
Por fim, ainda sobre as polêmicas, Tite ressaltou o trabalho feito pelos jogadores e comissão técnica, não associando o abraço e união da delegação em meio a tantas adversidades.
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— A alegria de 15 pontos em cinco jogos, depois de sete meses sem jogar, a de reunir jogadores que estão chegando depois de final de Champions, dois dias de viagem, um desafio nosso para montar uma estrutura da equipe, o problema do Thiago que não veio e o Militão jogou muito, um garoto que vem se afirmando. Aí tu tem um Lodi, mas tem a necessidade do Alex Sandro, Danilo que machucou, o Dani Alves, trouxe o Emerson incorporado. O trabalho por trás é importante.
Questões táticas
Mas a entrevista coletiva não foi apenas sobre as questões polêmicas, Tite também falou sobre a opção por utilizar o Lucas Paquetá aberto pela direita e mudando o seu posicionamento no decorrer da partida para dar consistência aos jogadores de frente para fazerem jogadas agudas.
— Era o Paquetá, para ter dois jogadores abertos e dois de flutuação pelo centro e mais dois agudos pelo lado, ela poderia ser daquela forma. Nós já tínhamos no intervalo a dificuldade do Fred. Eu disse ‘deixa eu ver como o Fred volta para o segundo tempo’, porque é um jogo de contato, de força, da bola disputada e daí eu ‘deixa eu ver o jogador de alto nível que tem que jogar pressionado com o cartão amarelo sim e a circunstância que veio da pressão do adversário em cima de uma falta que eu quero ver de novo, mas não era passível de cartão amarelo, estava sendo forçada porque os jogadores já tinham. Essa foi a minha primeira interpretação, não tem problema nenhum se eu olhar e reconsiderar, mas para mim, não foi para cartão. Mas também, oportunamente, como o adversário ficava forçando, eu trouxe o Paquetá por dentro e pus dois jogadores por fora, Neymar e Gabriel Barbosa que também trabalharam nas costas dos meios-campistas do adversário.
Além disso, Tite ressaltou que utiliza o atacante Richarlison como centroavante ou pelo lado esquerdo e contou como utilizou o jogador do Everton para quebrar a estratégia defensiva do Equador.
— Já no primeiro tempo nós fizemos uma modificação, com o Paquetá para a direita, fazendo a função de armação e o Richarlison, jogador agudo, pela esquerda. O Richarlison é 9 ou é lado esquerdo, é onde ele produz mais. Como a estratégia do Equador era de povoar bastante o setor do Neymar e dificultar bastante a articulação, a ideia era ter mais um jogador de lado para que criasse um espaço e liberdade maior central para o Neymar e a gente cresceu no final do primeiro tempo, foi crescendo ao longo do segundo também, porque o ritmo imposto pelo Equador, de marcação, é natural que não consigam durar os 90 minutos assim, então foram abrindo os espaços ,as organizações, as boas entradas dos atletas, que era assim: quando eu fazia ‘cinco’ com as mãos, os três que entraram deram uma contribuição importante para vencermos.