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Trade deadline: Os vencedores e perdedores

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DIVULGAÇÃO: MIAMI HEAT
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A trade deadline que ocorreu nessa quarta feira (24) agitou a liga em busca de um objetivo em comum: esperança de dias melhores. Mas no final das contas, existem 30 times atualmente na NBA, e como é esperado, somente um deles conseguirá sair com o título quando o cronometro zerar pela última vez. Aqui analisaremos alguns dos times devem que ficar mais perto, ou mais distante, deste sonho após todos os negócios estarem concretizados.

Vencedores:

– Miami Heat

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O time liderado pelo General Manager multicampeão, Pat Riley, mostrou mais uma vez o porquê de seu sucesso na última temporada, realizando a melhor troca da noite em um ato que exigiu experiência e extrema frieza.

Sabendo que o contrato de Victor Oladipo (ex Rockets) acabaria no final da temporada, o GM manteve sua proposta na mesa até o último instante, sabendo que os Rockets acabariam aceitando a oferta para não saírem de mãos vazias, mesmo que o retorno fosse pequeno considerando a qualidade de Oladipo. Houston recebeu pelo atleta apenas uma escolha de primeira rodada e os veteranos, Avery Bradley e Kelly Olynyk.

Com Oladipo, Miami tem mais uma opção confiável e experiente para os finais de jogos, considerando a queda de produção na atual temporada do jovem Tyler Herro, e com essa troca, o Heat agora tem a liberdade de possuir um espaço livre no seu elenco, que ainda pode ser preenchido com um jogador veterano como por exemplo, o 7x All Star Lamarcus Aldridge, que vem sendo especulado no atual campeão da conferência leste.

– Denver Nuggets

Um dos favoritos ao prêmio de MVP, Nikola Jokic, foi recompensado por sua temporada brilhante até agora recebendo dois jogadores que chegam no time de Colorado para serem peças importantes, que agora pode voltar a sonhar com um possível retorno para as finais de conferência.

O ala pivô Aaron Gordon, que havia requisitado uma troca de Orlando, chega em Denver para ser uma opção consistente para o ataque, que é extremamente dependente de suas estrelas, Jokic e Murray, podendo trazer também intensidade defensiva com sua capacidade atlética excepcional.

Enquanto Javale McGee, que já tinha uma passagem pelos Nuggets entre 2012 e 2015, volta a Denver para suprir um papel importante para o equilíbrio do time, que na temporada passada era de Mason Plumlee, e que o jovem Isaiah Hartenstein não conseguiu preencher na atual temporada. Sendo esse papel o de ser o pivô que ajuda a comandar a rotação secundária, trazendo dessa forma um alívio para Nikola Jokic, que vinha acumulando minutos que poderiam pesar chegada a pós temporada. McGee que deve se adaptar bem a essa função com a sua habilidade atlética e visão de jogo, algo que ele conseguiu desenvolver no seu período com o Golden State, também deve ajudar o time, que ainda é muito jovem, com a sua experiência de multicampeão.

– Chicago Bulls

A única franquia a ter ganho múltiplos campeonatos sem ter perdido uma final pode voltar a sonhar com um futuro mais animador pela frente, mesmo com as esperanças de um título em um futuro próximo serem baixas, o time parece finalmente estar voltando aos trilhos.

Com a chegada do General Manager, Arturas Karnisovas, que foi um dos grandes responsáveis por montar o elenco dos Nuggets que chegou às finais de conferência na última temporada, a franquia teve uma boa pré temporada, fazendo um bom trabalho na free agency e escolhendo o ala Patrick Williams no último draft, que vem tendo um primeiro ano promissor.

A troca pelo pivô 2x All Star Nikola Vucevic, agora ex – Orlando Magic, pode trazer um ânimo novo para um time que vivia de altos e baixos, majoritariamente por conta da inexperiência de seus principais jogadores. Vucevic estava tendo um dos melhores anos de sua carreira no Orlando Magic, tendo médias de 24,5 pontos e 11,8 rebotes por jogo, e junto com Daniel Theis, que por meio de mais uma troca chegou do Boston Celtics, vem para o time de Chicago para trazer experiência, e assim impulsioná-los para um possível lugar na pós temporada, algo que não acontece desde a temporada 2016/2017.

Perdedores:

– Orlando Magic

A franquia perdeu no mesmo dia as três principais peças de seu elenco, por um preço que poderia ter sido bem melhor para o time sediado em Orlando. Considerando que eles trocaram um pivô 2x All Star, um ala pivô extremamente atlético capaz de criar o seu próprio arremesso com facilidade e um ala armador que pode ser uma opção de pontuação consistente para um time de playoff, se espera mais em troca do que 3 escolhas de primeira rodada, 2 escolhas de segunda rodada e 5 jogadores, sendo que desses apenas Wendell Carter Jr e Rj Hampton podem se tornar em peças relevantes no processo de reconstrução iniciado pelo Magic, que com o tempo vem se tornando mais uma vez em uma franquia fraca, apática e irrelevante.

Isso se deve muito a inabilidade da liderança realizar o básico com grandes oportunidades, como por exemplo, escolher bons jogadores pelo draft (o que deveria ser mais fácil considerando as posições de escolha do time nas últimas temporadas), oferecer contratos de forma inteligente para jogadores que possam realmente melhorar a qualidade do time, e o principal, saber admitir a hora que erraram, o que espero que esteja acontecendo no momento, se não, esse processo ainda se repetirá em um futuro próximo.

– Los Angeles Clippers

O time comandado por Tyron Lue conseguiu suprir na deadline sua maior necessidade, um armador experiente que ajudasse a facilitar o ataque, aliviando o peso que estava nas costas de suas grandes estrelas, Kawhi Leonard e Paul George.

Entretanto, o valor pago pelo veteraníssimo Rajon Rondo foi muito além do esperado, custando duas escolhas de segunda rodada e Lou Williams, 3x sexto homem do ano, que mesmo tendo uma queda de nível de produção, era um dos principais líderes da franquia.

A chegada de Rondo pode trazer aos Clippers o que eles precisam no momento, porém sinto que foi um ato desesperado da franquia para “mostrar serviço” a suas estrelas e deixar claro que eles querem ganhar o título imediatamente, já que estavam dispostos mais uma vez a trocar essas escolhas, que podem definir o futuro da franquia nos próximos anos, e além disso um grande nome da história do time por um jogador que, provavelmente vai desempenhar uma função em um nível parecido de alguém que possivelmente fique disponível no mercado depois da “buyout deadline”.

– Boston Celtics

Mesmo conseguindo um dos melhores negócios da noite com a troca de duas escolhas de segunda rodada por Evan Fournier, os Celtics mais uma vez repetiram sua história recente, tendo medo de se arriscar em busca de uma grande estrela.

Depois da troca com o Cleveland Cavaliers antes da temporada 2017/2018 que trouxe ao tradicional time celta Kyrie Irving, o time de Boston não se arrisca mais em trocas ousadas que podem dar o impulso final que a franquia precisa em busca de um título, algo que não se vê no TD Garden desde 2008.

Essa falta de coragem de seu General Manager, Danny Ainge, pode ter custado pelo menos um título para a cidade de Boston, considerando que desde que seu elenco montado em 2017 chegou às finais de conferência, o seu time parece estar cada vez mais distante de um título, enquanto ele se recusou a fazer uma proposta real para o New Orleans Pelicans por Anthony Davis, não se interessou em perseguir Kawhi Leonard enquanto ele estava disponível e mais recentemente, não fez uma proposta real por Nikola Vucevic, que agora em Chicago, pode trazer problemas constantemente para a tradicional franquia.

Portanto a falta de alguém com ousadia na liderança da franquia pode estar tirando a possibilidade de um time, que tem talento e peças o suficiente, de estar em uma posição competitiva, enquanto atualmente eles estão em uma situação complicada em uma simples busca de um lugar na pós temporada na fraca conferência leste.   

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