Chegou o momento de dizer adeus a um dos principais nomes (se não for o principal) da história do Atlético-MG. Victor está de despedida do Galo e fará seu ultimo jogo com a camisa alvinegra na noite do próximo domingo (28), às 18h30, contra a URT, pela primeira rodada do Campeonato Mineiro de 2021.
O clube mineiro confirmou que fará homenagens ao goleiro, que marcou seu nome na história do Atlético-MG e tem seu contrato com o Galo até o próximo domingo. Victor deve ser titular na partida diante a URT.
Victor tem quase 10 anos de Clube Atlético Mineiro e neste artigo será relembrada toda a história do goleiro que marcou uma geração de atleticanos.
Chegada
O goleiro chegou ao Atlético-MG em junho de 2012, com o anúncio do então presidente atleticano, Alexandre Kalil, dizendo: “Torcida mais chata do Brasil, se o problema era goleiro, não é mais. Victor é do Galo”.
Naquela época, Victor já havia atuado pelo Ituano, onde foi campeão paulista; Paulista, onde foi campeão da Copa do Brasil; e Grêmio, onde foi campeão do Campeonato Gaúcho.
Além disso, Victor já somava passagens pela Seleção Brasileira, sendo convocado pela primeira vez em 2009, pelo técnico Dunga, para a disputadas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010 e Copa das Confederações de 2009, torneio que foi campeão inclusive.
No entanto, Victor ficou de fora da Copa do Mundo de 2010, mas retornou à Seleção Brasileira para vencer o Superclássico das Américas contra a Argentina em 2011.
Até 2011, Victor já havia conquistado sete troféus individuais: Troféu Osmar Santos (2008), Troféu João Saldanha (2010), Melhor Goleiro do Campeonato Gaúcho (2009 e 2010), Bola de Prata (2011) e Prêmio de Craque e Melhor Goleiro do Brasileirão (2008 e 2009).
Com um currículo desse, Victor chegava para ser a solução de um setor tão carente no Atlético que, desde Diego Alves, em 2006, nunca teve um goleiro de confiança. Passaram-se Edson, Renan Ribeiro, Fábio Costa e Giovanni, todos não deixaram saudade alguma para o torcedor atleticano.
O Atlético-MG negociou a troca do zagueiro Werley para o Grêmio para conseguir trazer Victor, o que foi uma das grandes sacadas do Presidente Kalil, já que o zagueiro não era de confiança alguma na época e o goleiro era nível de Seleção Brasileira.
Com Victor, Leonardo Silva, Réver, Bernard, Jô, Ronaldinho e companhia, o Atlético-MG fez um Campeonato Brasileiro memorável em 2012, sem perder um jogo em casa e terminando a competição como vice-campeão. Além disso, o Galo foi campeão invicto do Campeonato Mineiro naquele ano.
A canonização
Com a incrível temporada de 2012, o Atlético-MG voltou a disputar a Copa Libertadores da América depois de 13 anos. E justamente na competição continental é que viria os momentos mais marcantes de Victor com a camisa alvinegra.
Mesmo com a melhor campanha da primeira fase da competição, o Atlético-MG viveu fortes emoções a partir das quartas de final. O momento da canonização foi no dia 30 de maio de 2013, quando o Galo enfrentava o segundo jogo contra o Tijuana, do México, na Arena Independência.
A situação era o seguinte: o time mineiro havia empatado em 2 a 2 no primeiro confronto, fora de casa, mas conseguiu marcar com apenas dois minutos do segundo jogo, em Belo Horizonte com Bernard, mas sofreu o empate aos 25 minutos do primeiro tempo, com Riascos. O empate percorreu sob tensão até os 48 minutos do segundo tempo, quando Leonardo Silva fez pênalti em Aguilar. O gol do Tijuana, naquele momento, eliminaria o Atlético-MG da competição.
Então que Riascos foi para a bola e Victor, caído, de bico, isolou a bola para longe do gol. O feito foi reconhecido como um milagre do goleiro e todo dia 30 de maio é comemorado o “Dia de São Victor do Horto” pelos atleticanos.
A partir dali, Victor teve um protagonismo gigantesco defendendo um pênalti de Maxi Rodríguez na disputa de pênaltis com o Newell’s Old Boys na semifinal. Depois, na final, o goleiro também defendeu uma cobrança nas penalidades da final, diante do Olímpia. Galo campeão da Libertadores de forma inédita e Victor é canonizado.
Mais milagres e conquistas
No ano seguinte, Victor foi campeão da Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil com o Atlético, marcando ainda mais seu nome na história do clube alvinegro. O goleiro ainda foi convocado para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Além de todos esses títulos de grande expressão, Victor venceu quatro Campeonatos Mineiros (2013, 2015, 2017 e 2020), além de uma Flórida Cup em 2016.
Victor também esteve no vice-campeonato brasileiro de 2015 e o vice da Copa do Brasil de 2016. Em todas as temporadas, o goleiro foi titular absoluto e protagonista por fazer grandes defesas. Ao todo, o arqueiro alvinegro defendeu 20 pênaltis, sendo seis em semifinais ou finais de Libertadores ou Copa Sul-Americana.
O goleiro, de 38 anos, é o nono jogador que mais defendeu as cores preta e branca, com 423 jogos, superando Toninho Cerezo, outro ídolo do Atlético-MG. Em 2019, Victor sofreu uma tendinite no joelho direito e ficou fora de grande parte da temporada. Desde então, nunca teve sua titularidade absoluta de volta.
A última partida de Victor foi em setembro de 2020, na partida contra o Santos, na Vila Belmiro, ainda no primeiro turno do Campeonato Brasileiro do ano passado, quando o goleiro Rafael foi expulso e o ídolo entrou em campo. Na ocasião, o Atlético-MG perdeu por 3 a 1, em uma atuação do goleiro abaixo do padrão do Santo.
Neste domingo, não haverá torcida para gritar seu nome no Mineirão, lugar onde conquistou seus maiores títulos. em seu último jogo da carreira, mas serão milhões de torcedores reverenciando o ídolo, ou melhor, o ‘São Victor’ de suas casas. Para muitos, o maior goleiro da história atleticana, ou mesmo, o melhor jogador a vestir a camisa alvinegra. Fato é que o dia 28 de fevereiro de 2021 será um marco na história na carreira o jogador e na vida dos torcedores atleticanos.