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Tri do Brasil completa 50 anos: ENM relembra a campanha da Seleção

Foto: Acervo/CBF

Há exatos 50 anos, a Seleção Brasileira batia a Itália na Copa do Mundo do México em 1970 para sacramentar uma campanha de seis vitórias em seis jogos. Com um grupo de jogadores que é lembrado até os dias de hoje como a melhor seleção do país de todos os tempos, o Brasil se tornou o primeiro tricampeão do Mundial ao levar a Taça Jules Rimet.

Com isso, o Esporte News Mundo relembra a campanha do Brasil no México, desde a estreia contra a Tchecoslováquia até o encontro com a Itália na final. O caminho foi marcado por pedreiras e vitórias largas.

Arquivo/CBF

ESTREIA PERFEITA

O primeiro jogo foi do jeito que o torcedor gosta: com goleada e emoção. A Seleção Brasileira fez 4 a 1 diante da Tchecoslováquia. O time começou mal e saiu em desvantagem com gol de Petras, aos 10 minutos. O empate veio nos pés de Rivellino. Pelé virou a partida após receber grande lançamento de Gérson, e depois disso a porteira abriu. Cinco minutos depois, Jairzinho fez o terceiro e ainda selou a vitória na estreia.

No estádio Jalisco, 52.897 pessoas pagaram ingresso para ver um verdadeiro espetáculo verde e amarelo, especialmente no segundo tempo. Com o resultado, a equipe assumiu a liderança do grupo C, que tinha também Inglaterra e Romênia.

O lance memorável do jogo foi o que o Rei não conseguiu concluir. Aos 41 minutos, Pelé, chutou de antes do meio-campo e a bola passou a centímetros do gol de Viktor. O lance é conhecido como: ‘O gol que o Pelé não fez’.

A MAIS DIFÍCIL

O duelo mais acirrado da seleção brasileira no México foi contra a Inglaterra, a segunda partida da equipe pelo grupo C. Os ingleses eram os atuais campeões do mundo e mantiveram a base da equipe que levantou a taça em casa, em 1966. O jogo foi estudado e um lance logo no primeiro tempo marcou para sempre a partida. Jairzinho cruzou da direita, Pelé subiu por trás do lateral Wright e cabeceou forte, para o chão. Com a mão trocada, Banks fez uma defesa espetacular. 

No segundo tempo, aos 20 minutos, uma bela jogada de Tostão ajudou a aliviar o sufoco. O jogador do Cruzeiro driblou três jogadores ingleses pelo lado esquerdo do campo e cruzou para o meio da área. Pelé matou com imensa categoria e rolou para Jairzinho soltar um foguete. Foi o gol da vitória brasileira: 1 a 0.

PARA PEGAR A LIDERANÇA

A Seleção Brasileira venceu os dois primeiros jogos, mas não tinha se garantido na próxima fase. Para isso, precisava de pelo menos um empate contra a Romênia. Apesar das dificuldades, a equipe venceu e se classificou às quartas de final da Copa de 70. A partida terminou 3 a 2 para o Brasil.

Parecia que o jogo seria tranquilo. Pelé abriu o placar em cobrança de falta logo aos 19 minutos. Dois minutos depois, Jairzinho fez 2 a 0. Aos 34, Dumitrache diminuiu e apertou o jogo. A folga veio com o gol de Pelé aos 20 minutos do segundo tempo. Mas, sem brilhar, o Brasil ainda tomou o segundo gol, de Dembrowski, aos 37, em falha de Félix.

VAGA PARA SEMIFINAL

Com 15 minutos já estava 2 a 0 para o Brasil, gols de Rivellino e Tostão. Aos 27, porém, Gallardo diminuiu, em falha de Félix. No início do segundo tempo, Tostão fez 3 a 1. Cubillas, o craque peruano, voltou a marcar, aos 24 minutos. A tranquilidade só chegou mesmo com o gol de Jairzinho, aos 30. O atacante do Botafogo marcou gols em todas as partidas do Mundial. A vitória por 4 a 2 colocou o Brasil na semifinal.

Na partida, o Brasil ainda contou com um velho conhecido: Didi. Jogador histórico do Botafogo e do Fluminense começou a dar seus primeiros passos como técnico no Peru. Didi atuou como jogador/treinador no Sporting Cristal no início da década de 1960. Em 1967, assumiu de vez o cargo de treinador do Sporting Cristal. Em 1969, assumiu o comando da seleção peruana que, claro, tinha vários jogadores do seu antigo clube. Alguns jogadores lançados por Didi, inclusive, seriam aproveitados na seleção nas Copas de 1978 e 1982. Na ocasião, a Seleção peruana voltava para uma Copa do Mundo depois de 40 anos.

EMBLEMÁTICO

Diante de 51.261 torcedores, o Brasil encarou o Uruguai e o pesadelo histórico da derrota na final da Copa de 50, no Maracanã, voltou à tona com a possibilidade de revanche. O Brasil era bem superior, mas correu riscos, saiu atrás no placar e só confirmou mesmo a classificação para a decisão na parte final do jogo. A vitória brasileira foi por 3 a 1, recheada de lances históricos.

A Seleção começou a partida de maneira nervosa, com erros de passes. O cenário ficou pior quando Cubilla fez 1 a 0 para o Uruguai, aos 19 minutos, em lance que contou com a colaboração de Félix. O empate aconteceu aos 44 minutos. Foi quando Tostão recuou para o meio-campo e fez um passe preciso, entre os zagueiros, para Clodoaldo empatar.

Na etapa final, a história foi diferente. Apenas aos 30 minutos do segundo tempo, em uma troca de passes genial entre Pelé, Tostão e Jairzinho, a Seleção Brasileira chegou ao segundo gol, com o atacante do Botafogo. A vitória só foi consolidada perto dos acréscimos. Rivellino estufou as redes após passe de Pelé. 

Houve dois lances de Pelé que entraram para história. O Rei emendou de primeira um tiro de meta mal batido por Mazurkiewicz e, mesmo de longe, fez o goleiro uruguaio trabalhar. Mas nada superou a magia do espetacular drible de corpo em cima de Mazurkiewicz, também na etapa final.

PODE LEVANTAR A TAÇA

O jogo testemunhado por 107.412 torcedores pagantes no estádio Azteca, na Cidade do México, dá a entender que foi um jogo importante, e sem dúvidas. O Brasil fez 4 a 1, no entanto, a diferença se tornou evidente mesmo apenas na parte final do segundo tempo. Até lá, o empate em 1 a 1, com direito a chance de desempate para os italianos. A Seleção abriu o placar, com Pelé. Mas em um lance bobo, aos 38 minutos, Brito igualou o marcador para os italianos.

A vitória começou a ser confirmada aos 22 minutos, quando Gérson fez 2 a 1 em uma bomba de fora da área. Aos 27, Pelé escorou de cabeça para Jairzinho matar na coxa, furar e empurrar a bola bem lentamente para o fundo das redes. Aos 42, Carlos Alberto fez o quatro gol em um lance histórico, no qual o time brasileiro trabalha com maestria a bola. Clodoaldo dribla vários italianos extenuados no fim do jogo, e passa a Rivellino, que rola para Jairzinho encontrar Pelé. O Rei rola com categoria e até mesmo uma certa displicência para Carlos Alberto colocar na rede. Foi a coroação de uma campanha de seis jogos e seis vitórias e definitiva consagração de Pelé.

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