A UEFA formalizou um pedido para a FIFA analisar mudanças na regra da bola na mão, segundo reportagem da Associated Press nesta quinta-feira (5).
Em uma carta enviada pelo presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, a entidade máxima do futebol europeu está requisitando para novembro uma reunião com os responsáveis pela regra do jogo para considerar mudanças em relação aos lances interpretativos de bola na mão.
“A tentativa de definir estritamente os casos em que o manuseio da bola é uma falta resultou em muitas decisões injustas que foram recebidas com crescente frustração e desconforto pela comunidade do futebol. O espírito do jogo deve ser preservado em todos os momentos.”
“Acontece muito frequentemente que a bola acidentalmente atinge as mãos ou braços dos jogadores, mas o espírito da lei é claro que, sendo esses casos inevitáveis, não devem ser punidos para evitar a fragmentação excessiva do jogo e mesmo para permitir que situações de risco decidam o resultado dos jogos.”
Este pedido de Ceferin tenta atender a necessidade de uma parcela da comunidade do futebol que têm reclamado constantemente desta nova orientação da regra, aplicada desde março de 2019 no encontro anual da International Board. Desde então, são diversos os lances que causaram discussão por causa desta interpretação.
Nesta rodada da UEFA Champions League, na última quarta-feira (5), a marcação de pênalti em Chelsea x Rennes causou polêmica na imprensa europeia. A bola chutada por Tammy Abraham pegou no braço de Dalbert e desviou em sua mão. O árbitro marcou pênalti e expulsou o jogador da equipe francesa, que foi derrotada por 3 a 0 no Stamford Bridge.
Esta questão também está provocando discussões no futebol brasileiro. O exemplo mais recente também aconteceu na última quarta-feira (5), com a marcação do penal contra Lucas Piton. O jogador do Corinthians estava de costas para o lance quando a bola desviou em seu braço, mas a arbitragem marcou pênalti seguindo as novas recomendações. Este lance originou o gol de empate do América-MG, que eliminou a equipe paulista nas oitavas de final da competição.
O presidente da UEFA também afirma que esta mudança não está sendo produtiva com o que ela propôs inicialmente.
“Se o espírito original desta alteração era evitar que um gol fosse marcado com uma mão / braço, esta disposição vai muito além da justificativa, pois leva a gols a serem anulados após situações em que a bola pode ter atingido minimamente a mão / braço de um jogador, sem qualquer intenção deste último e mesmo que a mão / braço estivesse em uma posição natural e a deflexão não tivesse nenhum impacto significativo na marcação do gol”
A UEFA tem expectativas de que esta mudança na regra seja revertida em março de 2021, quando ocorrerá o próximo encontro da International Board.
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