Um dos mais tradicionais clubes de futebol da Europa, o Valencia completa 102 anos nesta quinta-feira (18). Tendo no currículo uma Liga Europa, além de seis taças da LaLiga, oito da Copa do Rei e inúmeras outras conquistas, o clube espanhol fez história desde a sua fundação, no dia 18 de março de 1919. Para celebrar mais um aniversário do Valencia, vamos relembrar uma das grandes equipes já formadas pelo clube .
Vivendo a melhor fase de sua mais que centenária história entre o fim da década de 1990 e o início dos anos 2000, o clube da Comunidade Valenciana se tornou o grande centro das atenções na Espanha e também na Europa neste período. Isso porque ele foi nada menos que quatro vezes campeão nacional, campeão europeu e ainda chegou à grande final da Liga dos Campeões em duas oportunidades. E tudo pelas mãos de três grandes nomes: o italiano Claudio Ranieri (que depois viria a fazer história pelo Leicester, na Inglaterra), o argentino Héctor Cúper e espanhol Rafa Benítez.
Isso tudo, depois de ganhar bastante evidência no futebol espanhol em meados da década de 1940, quando conquistou seus primeiros títulos nacionais (três da LaLiga e dois da Copa do Rei). Depois, atravessar certo período de jejum, o Valencia voltou a fazer bonito em 1980, com as taças da Recopa e Supercopa Europeia… e até sofrer com o rebaixamento, retornando à elite em 1987. Período em que viu a dupla Real Madrid e FC Barcelona voltar a dominar as coisas na Espanha. Foi quando o clube de Valência decidiu ousar e passou a desafiar tal hegemonia.
Entre 1998 e 2004, foram sete títulos expressivos além de diversas vitórias que ficaram para sempre na memória dos torcedores. Primeiro, com a chegada de Héctor Cúper, substituindo o bom trabalho de Claudio Ranieri, que já havia conquistado os títulos da extinta Copa Intertoto da UEFA e da atual Copa do Rei.
Depois, já com o argentino, e mesclando talentos da casa com bons reforços estrangeiros, o Valencia CF conquistou a Supercopa da Espanha de 1999 sobre o FC Barcelona. Dando sequência nos grandes feitos mesmo sem mais levantar taças: chegando a duas finais de Liga dos Campeões, mas perdendo para Real Madrid e Bayern de Munique. Pouco depois da derrota para o clube alemão, nas penalidades, o treinador aceitou uma proposta do futebol italiano e deu lugar a Rafa Benítez no comando dos Morcegos.
O espanhol, até aquele momento, era tido como uma grande aposta. Já que mesmo com bons trabalhos na base do Real Madrid e no profissional de clubes como Real Valladolid e Osasuna, Benítez ainda não havia sido campeão de nada… até então. Já que poucos meses depois, ajudaria o clube a encerrar um jejum de mais de três décadas (31 anos, para ser mais exato), sendo campeão da LaLiga em 2001/2002. Dando sequência a isso duas temporadas depois, após um ano atípico nesse período, sem títulos e distante da classificação à Liga dos Campeões.
O que, no entanto, não impediu o clube de fazer história em 2003/2004, contando com nomes como o de Ricardo Oliveira, vice-campeão da Libertadores com o Santos. O brasileiro, então, se juntou a grandes nomes como os ídolos Santiago Cañizares e Pablo Aimar, além do compatriota Fabio Aurelio – Gaizka Mendieta havia saído no início de 2001 e Kily González acabou acertando com a Internazionale. Ainda assim, os comandados de Rafa Benítez seguiam dispostos a continuar escrevendo capítulos interessantes na história do clube.
Onde contando com diversos outros nomes marcantes, como os de Ayala e Mista, conseguiu bater de frente com Real Madrid – que vivia o auge da ‘era galáctica’ – e FC Barcelona – que acelerava seu processo de reestruturação com nomes de peso -, e foi além. Mesmo em um período em que o Atlético de Madrid retomava o caminho das glórias, e Sevilla FC e Villarreal CF despontavam no futebol nacional liderados por Julio Baptista e Riquelme, respectivamente.
O que não impediu os Che de fazerem história, conquistando duas taças extremamente importantes em um intervalo de apenas dez dias: primeiro, o da LaLiga, com duas rodadas de antecedência, se aproveitando da derrota do Real para o Mallorca de Samuel Eto’o e dependendo apenas de si para faturar a taça no Ramón Sánchez-Pizjuán – sacramentando a conquista ao vencer o Sevilla FC por 2-0 -; e depois o da Liga Europa. Na ocasião, passando por AIK e Maccabi Haifa nas primeiras fases e depois derrubando Besiktas e Gençlerbirligi nas duas seguintes.
Eliminando, na sequência, o Bordeaux nas quartas e o Villarreal – no grande clássico da Comunidade Valenciana – na fase semifinal, após dois ótimos embates. Chegando, enfim, à sua terceira final continental em nada menos que cinco temporadas, onde mediu forças com a forte equipe do Olympique de Marselha – que havia eliminado Internazionale e Newcastle nas últimas eliminatórias. Vencendo com autoridade, por 2×0, no Estádio Ullevi, em Gotemburgo, na Suécia e levantando seu quarto título internacional, o primeiro desde a Recopa de 1980.
Pouco depois, foi a vez de Rafa Benítez deixar o clube rumo ao Liverpool. Com os Che optando por um velho conhecido para tomar seu lugar: Claudio Ranieri, que logo chegou e conquistou a Supercopa da Europa sobre Porto. O problema é que, nos anos seguintes, embora se mantivessem na Liga dos Campeões com a ascensão de alguns bons nomes – como os de Juan Mata, David Silva e David Villa -, os valencianos nunca mais iriam além da terceira colocação na LaLiga.
Desde então, o Valencia CF foi mais duas vezes campeão nacional – conquistando as taças de 2007/2008 e 2018/2019 da Copa do Rei. Até por isso, o clube que nos últimos anos chegou a brigar de igual para igual com o Sevilla FC pelo posto de quarta força do futebol espanhol, agora vê a disputa parece mais favorável ao Rojiblanco. No entanto, como a própria história já mostrou, nunca é bom duvidar de Los Che. Que, no dia 18 de março de 2021, completa nada menos que 102 anos de vida.
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