O Vasco realizou uma programação especial em São Januário, neste sábado, para celebrar os 100 anos do primeiro título carioca. Em homenagem ao centenário dos Camisas Negras, o evento contou com exposição de quadros com informações sobre a campanha e fotos restauradas da época.
O evento ainda contou com a entrega da Medalha Pai Santana para familiares dos Camisas Negras e personalidades que se destacaram na luta contra o racismo. Além disso, foi inaugurada uma placa comemorativa pelo Centenário dos Camisas Negras na entrada da social.
O presidente do Vasco associativo, Jorge Salgado, valorizou a história do Vasco de luta contra o preconceito. O 1° vice-presidente geral do clube, Carlos Osório, também esteve presente e leu o manifesto.
— São lutas que ecoam ao longo das décadas. Celebramos com reverência o centenário da conquista dos lendários Camisas Negras, que trouxeram impacto para todo o Brasil e o futebol mundial. O Vasco mostrou que a paixão pelo futebol não tinha cor, classe ou alfabetização – destacou o 1° vice-presidente geral do clube.
Rodrigo Dinamite, filho de Roberto Dinamite – maior ídolo da história do Vasco falecido em janeiro deste ano – foi escolhido para entregar uma réplica do uniforme usado pelos Camisas Negras a José Augusto Vieira Campos, sobrinho-neto de Antônio da Silva Campos, presidente do clube em 1923.
— Agradecer ao clube. É uma honra – disse emocionado.
Além disso, foi exibido para todos presentes o documentário “Camisas Negras – Uma jornada histórica”, feito pelo Ciclo de Oficinas (Projeto Social do CRVG com aulas de Dança, Música, Teatro e Produção Audiovisual).
Familiares dos Camisas Negras entoaram o grito de “Payet no Vasco”. O clube tem negociação avançada com o meia francês. CEO da SAF, Lúcio Barbosa, que também estava no evento deu uma risadinha no momento. A reportagem do ENM tentou falar com ele sobre o assunto, mas não quis comentar.
O Vasco também preparou um ensaio em São Januário com jogadores da base vestindo os uniformes. Na foto acima, o zagueiro Lyncon segura o quadro da “Resposta Histórica”, redigida em 1924 para informar da desistência de fazer parte da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA), que só aceitaria a inscrição do Vasco caso o clube excluísse 12 de seus jogadores, em sua maioria negros e pobres.
Há 100 anos, a equipe do Vasco, formada por negros e pobres em sua maioria, fez história dentro de campo com uma campanha espetacular: 11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota.
