A Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria de Urbanismo, publicou, no Diário Oficial, o deferimento do protocolo, solicitado pela MMG Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda, para demolição do Brinco de Ouro da Princesa, ainda de propriedade do Guarani.
Documento, datado em 30 de abril de 2021, também libera a construção do empreendimento imobiliário – comercial e residencial – onde, atualmente, está localizado o estádio do Bugre.
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A informação foi divulgada inicialmente por Rafael Pio, repórter da Rádio CBN de Campinas, e confirmada pela reportagem do Esporte News Mundo.
A empresa de Roberto Graziano, responsável por arrematar a ‘casa’ bugrina em novembro de 2014, conforme estabelecido em contrato, é obrigada a entregar três equipamentos antes de qualquer iniciativa de edificação: uma Arena, nos moldes da Fonte Luminosa, em Araraquara, um Centro de Treinamento e um Clube Social.
Guarani, por sua vez, tem direito a receber 14% do Valor Geral de Venda (VGV), excluído shopping e hotel, cujo montante é estipulado inicialmente em R$ 1,135 bilhão, o que equivale a R$ 158,972 milhões.
Na prática, a MMG tem a garantia de que pode tomar posse do Brinco de Ouro desde que cumpra com as obrigações acertadas na gestão do ex-presidente Horley Senna.
De acordo com projeto, serão construídas duas torres de escritório – na parte das piscinas e do Clube Social – um hotel na Avenida Imperatriz Dona Tereza Cristina, em frente ao portão principal.
No espaço onde atualmente está o gramado, um shopping center será organizado. Por fim, no local do Tobogã, gramados sintéticos e Ginásio de Esportes, seis torres residenciais são planejadas.
O QUE SE SABE DO ACORDO?
• Pagamento de parte das dívidas trabalhistas no valor de R$ 60 milhões
• Depósito de 130 parcelas de R$ 350 mil – iniciado em setembro de 2015
• Construção de Arena, Clube Social e Centro de Treinamento
• Posse do local a partir do momento em que os equipamentos forem entregues
• Guarani tem direito a 14% do Valor Geral de Venda (VGV)
• Se a fatia de 14% superar os custos das obras, Bugre tem direito à diferença
DETALHES:
• Através de documentação judicial e circularizações anteriores, MMG pagou dez parcelas, totalizando R$ 3,5 milhões em 2020
• Pela conta razão dos balanços, desde o início, MMG efetuou o pagamento de R$ 88 milhões
• MMG informa que adiantou, em 2016, alguns valores a pedido do Guarani – parcelas foram descontadas em 2018 e 2020
• Ao fim de 2020, total do valor antecipado foi de R$ 1,605 milhão
O QUE SABEMOS?
Não há, neste momento, nenhuma definição quanto ao início das obras dos equipamentos, muito menos de destruição total da casa do Bugre.
“Essa escolha não é exclusiva nossa, nem exclusiva do Graziano. É uma escolha feita em conjunto. Isso será submetido à Assembleia de Sócios. Depois disso, vai se proceder com autorização formal. É uma questão normal de negócio. O negócio vai de acordo com aquilo que ele conseguir construir no lugar. Campinas é uma cidade muito difícil de se empreender. As aprovações são muito demoradas em Campinas. O que ele fez foi buscar entender o que ele poderia construir no local que, hoje, é o Brinco de Ouro e conseguir todos os alvarás para isso. Essa é uma etapa que foi superada”, explicou Marcelo Galli, presidente do Conselho Deliberativo e membro da Comissão Imobiliária, em entrevista ao Esporte News Mundo.
“Ele só vai poder começar as obras depois que entregar os equipamentos ao Guarani. É uma parte de aprovação do que vai ser entregue ao Guarani. É momento de submeter os projetos à Prefeitura e aos associados. Agora, começa a ficar maior a ênfase naquilo que deve ser entregue ao Guarani. É um trabalho a quatro mãos e em conjunto. O que vai ser construído no Brinco cabe somente ao Roberto. O Guarani, nesse ponto, está ali para auxiliar e fazer com que isso seja o melhor possível. Quanto melhor para ele, melhor é para o Guarani, que tem 14% do que for construído lá”, acrescentou.
Na prática, Graziano garante, judicialmente, que a fatia de 14% do VGV é suficiente para construção dos três equipamentos ao Guarani, além do valor aportado mensalmente para quitação das dívidas trabalhistas.
Se o montante de venda dos imóveis for inferior a tal porcentagem, MMG é obrigada a arcar com a diferença. Por outro lado, em caso de superioridade, o excedente será depositado nos cofres do clube campineiro, segundo prestação das contas de tudo o que for negociado a longo prazo.
Não há, porém, um prazo determinado para Roberto iniciar as obras, tampouco para tomar posse do Brinco de Ouro da Princesa.
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