Recentemente, um nome ‘antigo’ que já não faz mais parte da Fórmula 1 voltou a ser destaque: ROKiT. Isso porque a Williams, equipe que era patrocinada pela empresa, conseguiu duas vitórias judiciais por falta de pagamentos prometidos nos acordos.
Os resultados na Corte Arbitral Internacional de Londres (LCIA) e na Corte Central da Califórnia no fim do ano colocaram que a empresa americana deve pagar cerca de £26,2 milhões (algo próximo de $35 milhões; ou R$202,4 milhões) para a equipe Williams, além de outro $1 milhão de um acordo verbal feito no período de patrocínio. Dentro do valor também entram os custos arbitrais e da corte.
O começo da relação ROKiT x Williams
Com a saída da Martini, patrocínio principal da Williams até 2018, a escuderia anunciou a entrada da ROKiT como reposição de patrocínio. Ainda durante a terrível temporada de 2019, com a equipe acabando o ano com apenas um ponto, um novo acordo foi feito, mudando o contrato do patrocínio de três para cinco anos.
À época, durante o anúncio, a então vice-diretora da equipe, Claire Williams, declarou toda sua felicidade de trabalharem em conjunto com a empresa:
— Nós estamos encantados em poder anunciar essa extensão da nossa parceria com a ROKiT. Como eu disse em fevereiro (no primeiro anúncio da chegada da empresa), essa é uma parceria natural baseada em valores compartilhados de inovação, engenharia de excelência e confiança.
Os problemas financeiros
No entanto, a relação baseada em confiança não durou muito tempo. Ainda em 2019, a ROKiT havia prometido um bônus no contrato da Williams de $1 milhão, algo que disse conseguir pagar apenas em março de 2020. Seguindo para 2020, relatos colocam que a ROKiT teria enviado instruções para a equipe retirar os $24,4 milhões que a empresa devia. Contudo, o dinheiro não chegou aos cofres da escuderia.
Já em maio de 2020, a Williams anunciou a rescisão do contrato com a patrocinadora. Após o rompimento, Claire Williams, disse que “não podia entrar em detalhes”, mas que a equipe tinha “completado todas as obrigações contratuais” com a ROKiT.
Poucos meses depois, a direção da Williams foi comprada pelo fundo de investimentos privados americano Dorilton Capital por cerca de $200 milhões. A venda foi num cenário que, além da pandemia afetando as arrecadações gerais na Fórmula 1, a Williams vinha de um ano com perdas em $13 milhões e nem perto de ter um carro competitivo.
Williams entra na corte vs ROKiT
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No final de 2020, com nova direção, a Williams entra com uma ação na Corte Arbitral Internacional de Londres contra a antiga patrocinadora, após várias tentativas de negociação que não foram aceitas pela ROKiT. A decisão final, de outubro de 2021, foi favorável à Williams, resultando em 14 diferentes pagamentos que deveriam ser feitos pela empresa.
Ainda assim, a equipe da F1 levou o caso para a Corte Central da Califórnia, pedindo uma confirmação da arbitrariedade da decisão, já que a ROKiT tem sua origem e suas principais operações no estado da Califórnia, e o caso foi entre empresas de países diferentes. Assim como na LCIA, a corte americana foi favorável à Williams.
Resta agora, no entanto, a parte mais importante: o pagamento. Os mais de 26 milhões de libras não pagas durante todo esse tempo, ou mesmo a promessa de 24 milhões feita pela empresa poderiam, por exemplo, ter prorrogado a venda da direção da Williams. Se isso realmente iria ocorrer é difícil dizer, e provavelmente seria uma contribuição para uma tentativa desesperada de manter o legado da família.
De qualquer forma, a Williams venceu sim seu caso judicial contra a antiga patrocinadora, e se em algum momento a ROKiT finalmente pagar o que deve à equipe (coisa que ainda não fez), a escuderia que vem tentando se recuperar, pode receber um “bônus” financeiro significativo para as próximas temporadas.