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Ex-lateral, Ceará diz em entrevista: ‘Me ofereci para trabalhar de graça no Cruzeiro e não fui aceito’

Ex-lateral, Ceará diz em entrevista: 'Ofereci para trabalhar de graça no Cruzeiro e não fui aceito'
Foto: Reprodução/TV Globo

Lateral do Cruzeiro entre os anos de 2012 e 2015, Ceará fez parte do elenco celeste bicampeão brasileiro com o técnico Marcelo Oliveira. No início de julho, o ex-jogador concedeu entrevista ao canal Bora Podcast e falou a respeito de seu período na Toca da Raposa. Confira as principais declarações:

Relação com Gilvan de Pinho Tavares

Durante o período em que esteve no Cruzeiro, Ceará teve Gilvan de Pinho Tavares como presidente. O mandatário geriu o clube entre 2012 e 2017. Segundo o lateral, não houveram problemas financeiros com o dirigente:

— Na minha época nós não tivemos nenhum problema financeiro. O único problema que a gente tinha ali é que o Gilvan não gostava de pagar bicho. Essa era uma briga que nós tínhamos. Até fui na sala dele algumas vezes. Ele tinha muitas dificuldades. Lembro que a gente classificou pra Libertadores, íamos jogar em 2014, fomos lá negociar e ele disse que não ia pagar bicho, que Libertadores dava prejuízo. Falei: ‘O senhor faltou na aula de matemática’ (risos)!

Apesar da polêmica com o bicho dos jogos, o ex-atleta fez questão de demonstrar sua admiração por Gilvan:

— Pela convivência que eu tive com o Dr. Gilvan, se por ventura ficou alguma dívida da sua gestão, não foi por má-fé da parte dele. Eu via uma pessoa muito íntegra no Gilvan. Pelo menos na minha visão, na convivência de três anos e meio que eu tive com ele. Uma pessoa muito íntegra e às vezes até sem conhecimento. Ele dava muita liberdade pras pessoas, confiava demais e, de repente, pode ter sido surpreendido por uma manobra de pessoas que estavam debaixo de seu comando. Até a questão de salários, atletas e contratações. Muitas vezes ele nem estava por dentro daqueles números. Mas eu acredito que as conquistas que tivemos durante aquele período compensaram os investimentos.

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Finanças do Cruzeiro

Ainda sobre as finanças do clube, Ceará destacou sua visão quanto ao crescimento do programa sócio-torcedor:

— Quando eu cheguei, em 2012, o clube tinha uma receita de 12 mil sócios, e quando eu saí em 2015 já estava na casa dos 80 mil. Trouxe benefícios pro Cruzeiro, né. O clube tinha uma receita de 300 a 350 milhões por ano, como é que você não consegue gerir esses números se os jogadores possam pegar, talvez, 150, 200 milhões por ano? Existe uma sobra para os demais setores. É questão de gestão.

O lateral também revelou que não acompanhou de perto a gestão de Wagner Pires e Itair Machado, tomando conhecimento da crise e polêmicas financeiras do Cruzeiro apenas durante a famosa matéria veiculada pelo Fantástico, em maio de 2019.

Sérgio Santos Rodrigues

Durante a entrevista, Ceará revelou ter oferecido ajuda aos dirigentes cruzeirenses, que recusaram sua oferta:

— Como torcedor do clube, a gente sempre fica esperançoso que as coisas aconteçam. Que elas melhorem, que haja um despertar dos gestores do clube. Inclusive, em 2020, quando o Sérgio (Santos Rodrigues, presidente da Raposa) assumiu, eu me ofereci para trabalhar gratuitamente lá no clube, mas não fui aceito. Às vezes a mão de obra grátis não é valorizada, né. Eles preferem pagar alguém de fora. A minha esperança é que (o Cruzeiro) suba esse ano para a elite, mas vai ser difícil pelo que a gente está vendo.

Para ele, Sérgio vive seu sonho de infância na presidência do clube:

— É o sonho de infância dele. Ele sempre sonhou com isso, com a cadeira (da presidência). E como ali está, não vai largar mais. Vai amarrar a cadeira.

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