O vascaíno viveu um turbilhão de emoções nesta última semana. Conviveu com a euforia após a vitória sobre o Santos, semifinalista da Libertadores da América. Depois foi tomado pela esperança de poder sair do Z4 até mesmo com um empate, tendo em vista que os adversários tropeçaram na rodada. Por fim, o sentimento foi de desilusão com a derrota por 3 a 0 para o Athletico-PR.
O humor do torcedor cruz-maltino muda constantemte, assim como as convicções do técnico Ricardo Sá Pinto. O treinador parece estar perdido e isso se reflete em campo. A começar pelo sistema tático.
Nos primeiros jogos, o português manteve o 4-2-3-1 dos tempos do Ramonismo. Depois passou para o 3-4-2-1 e agora voltou ao 4-2-3-1, mas utilizando Juninho, que é volante, pelo lado do campo. Com essa última formação venceu o Santos, dando a impressão de que, enfim, achou o Vasco ideal.
Bastou o primeiro tempo diante do Athletico-PR, para a comissão técnica mudar o time novamente. Voltaram os atacantes pelas pontas, com as entradas de Talles e Gustavo Torres nas vagas de Vinícius e Juninho, mas não se resolveu o problema do time, que acabou perdendo por 3 a 0.
De fato Ricardo Sá Pinto, que suspenso nem esteve à beira do campo, possui grande culpa pelos resultados negativos. Entretanto, esse fardo não pode ser carregado sozinho. Os três gols do Furacão saíram de erros individuais.
O primeiro com Neto Borges que tocou na fogueira para Andrey, que foi desarmado. O segundo com uma falha de Fernando Miguel, que espalmou a bola no joelho de Carlos Eduardo. Já no terceiro, Léo Gil pisou na bola de forma bizarra, dando o contra-ataque para o mesmo Carlos Eduardo fechar o placar.
Além disso, Ricardo Sá Pinto perdeu jogadores importantes para o decorrer do Campeonato Brasileiro. Benítez, que era o camisa 10 e titular absoluto do Vasco, não renovou o contrato por falta de acordo do clube com o Independiente, da Argentina.
Vale destacar que a diretoria teve tempo para se programar, seja para comprar o jogador ou arrumar um substituto. Não fez nem uma coisa e nem outra. Com isso Carlinhos é o único meia do elenco, sem jamais ter conseguido se firmar no time.
Ribamar também foi embora e apesar de não ser uma unanimidade entre os torcedores, poderia ser útil ao Vasco, já que Gustavo Torres ainda não justificou a sua contratação. A saída do atacante se deu mais pelo aspecto financeiro do que pela questão técnica. O clube até queria renovar, mas o atacante não demonstrou interesse em permanecer.
A demissão de Ricardo Sá Pinto parece ser questão de tempo e só não aconteceu ainda por conta do VP de futebol, José Luis Moreira. No entanto, a mandato de Alexandre Campello termina na primeira quinzena de janeiro e a tendência é de que o português não permaneça após a posse de Jorge Salgado.
O rebaixamento vascaíno pode ser evitado. O time tem o mesmo número do pontos do Bahia, primeiro fora do Z4. Porém, caso se confirme, os culpados serão muitos, não só aquele que está com a prancheta na mão.