Em janeiro de 2020, uma nova doença começou a preocupar o mundo. A Covid-19, ou coronavírus, virou notícia nos principais veículos de comunicação e a China era onde tudo havia começado. De uma hora para a outra, tudo fechou no país, hospitais de campanhas foram construídos e a vida normal virou de cabeça para baixo. E no futebol não podia ser diferente.
Portões Fechados
Em 30 de janeiro, a Associação de Futebol Chinesa suspendeu o campeonato que começaria a pouco menos de um mês pelo que ainda era considerado um surto da doença. Pouco tempo depois, diversos outros países começaram a registrar casos de coronavírus e a Itália foi a primeira nação da Europa a perder o controle de quem estava infectado.
No final de fevereiro, dirigentes e governadores decretaram que as partidas de futebol só poderiam seguir com portões fechados para evitar a aglomeração de torcedores nas regiões mais afetadas pela doença.
Os casos passaram a ficar descontrolados por toda a Europa de forma muito rápida. Numa semana os jogos das oitavas da UEFA Champions League aconteceram normalmente e, em 10 de março, vários clubes anunciaram que suas partidas já seriam realizadas sem presença da torcida.
A partir disso, os acontecimentos evoluíram rapidamente. Um dia depois, o zagueiro Rugani, da Juventus, foi o primeiro jogador de um time de primeiro escalão europeu a ter positivado para a Covid-19.
Suspensões de Campeonatos
Praticamente todos os campeonatos já haviam sido paralisados ao redor do mundo, mas a Premier League, mesmo pressionada, seguia com o calendário normal. Até que o treinador do Arsenal, Mikel Arteta, e o atacante do Chelsea, Hudson-Odoi, se tornaram os primeiros casos confirmados de coronavírus da liga. No dia seguinte, a competição foi paralisada.
No mesmo dia, a Conmebol anunciou que a Libertadores, que já havia realizado jogos com portões fechados, também seria suspensa, assim como as eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2022
Outra disputa entre seleções também teve de ser postergada. A Euro foi passada para o meio de 2021, já que o calendário não comportaria o número de jogos.
Enquanto o mundo se isolava e tentava entender como lidar com o “novo normal”, alguns países pareceram não se importar com a gravidade da situação. Ligas com menos prestígio, como do Tajiquistão, da Bielo-Rússia, da Nicarágua e de Burundi prosseguiram sem maiores preocupações sanitárias.
No final de abril, a Federação Francesa anunciou que a League 1 seria cancelada definitivamente e a tabela seria reorganizada priorizando a média de pontos conquistados por jogo. Com isso, o Paris Saint-Germain foi declarado campeão.
O Retorno
O primeiro campeonato que sinalizou um retorno foi a Bundesliga. No dia 16 de maio, os jogos foram retomados e despertou a curiosidade até de quem não tinha costume de acompanhar a competição. Como os jogadores se comportariam? Qual seria o ritmo de jogo? O número de lesões aumentaria? Todas essas e muitas outras foram questões que atraíram os olhos de fãs de futebol ao redor do mundo para a Alemanha.
No decorrer das semanas seguintes, outros campeonatos pela Europa também anunciaram o retorno, mas com diversos protocolos a serem seguidos para manter a segurança de todos envolvidos nas partidas.
Em 9 de julho, a UEFA definiu que a Champions League seria retomada, mas em um novo formato. Os times formaram uma “bolha” em Portugal e as quartas e semifinais seriam realizados em jogos únicos.
O “Novo Normal”
Com pouco tempo de descanso, a nova temporada foi iniciada, já com os jogadores mais acostumados com os novos protocolos e, no final do ano, com um relaxamento no isolamento social. Na Inglaterra, torcedores puderam entrar em estádios onde o número de casos de Covid-19 era menor.
Com a aplicação da vacina começando nos últimos dias de dezembro na Europa, a expectativa passou a ser de que tudo volte a ser como era antes o mais rápido possível e o futebol possa voltar a ter o calor humano que sempre o fez ser especial.