Fernando Diniz foi apresentado como treinador do Santos nesta segunda-feira (10). O técnico chega para ocupar o lugar que era de Ariel Holan, que pediu demissão do clube há três semanas. Diniz chegou com otimismo e respondeu algumas perguntas sobre seu estilo de jogo na apresentação.
“Essa filosofia me acompanha desde 2009. Essas coisas são implantadas de maneira paulatina e de acordo com o conforto do time. Nunca é proibido mudar. É só olhar todos os meus trabalhos. Implantamos de maneira paulatina. Não será com pouco treino que os jogadores farão tudo que só o tempo pode ajudar a fazer. Mas aos poucos implantamos a ideia. Acredito muito nesse modelo, de imposição. Sugere que os jogadores joguem mais coletivamente, ter mais coragem e com inteligência tática. Saber ler o que o adversário nos propõe. O dia que não der para sair jogando mesmo depois de muito treino, usaremos a bola longa” analisou Fernando Diniz.
O treinador falou sobre a necessidade de resultados e relembrou a final do Campeonato Paulista de 2016. Naquela oportunidade, o técnico deu trabalho para o Santos quando comandava o Audax. “Essa é uma discussão que não tem muito sentido para mim. Quem joga bem tem mais vontade de ganhar. Audax teve mais chances naquela ocasião, mas não ganhou. Não é diminuindo a chance de ganhar que vamos ter mais chance de resultado. Não é lógico para mim. Mas é o estilo de jogo que eu mais confio. Acho que a melhor maneira de jogar para os jogadores e, consequentemente, para os torcedores. Mas tem que ter resultado, quando o resultado não vem, tudo fica mais difícil. Futebol é uma forma de se expressar também, não está desconectado da minha vida. Procuro exprimir dentro do jogo, com os jogadores o que enxergo para a vida. Tem que ter inteligência, coragem, solidariedade, protagonismo e futebol coletivo. Força coletiva para brilho pessoal. É uma maneira muito particular de ver futebol, coloco tudo que sei como ser humano para minhas equipes melhorarem quem jogam e assistem” disse.
Fernando Diniz contou um pouco sobre a evolução em sua carreira. “Essa análise assim eu me permito discordar um pouco. Trabalho do Fluminense para o Athletico foi diferente. E no São Paulo bem diferente. São Paulo oscilou, mas a gente descia e subia cada vez mais forte. Talvez, se eu não tivesse saído, subíssemos e conquistássemos o título. Evoluímos em termos de resultado, perto de duas conquistas, e quero fazer história diferente no Santos“, afirmou o treinador.
O técnico falou sobre a maneira como é pressionado por seu estilo de jogo. “Eu não sou movido ao que acontece fora de mim. Vivi uma vida de jogador para aprender a ser técnico. Quando eu jogava, o que vinha de fora e até internamente me produziam angústia e sofrimento. Como treinador, mudou bastante. Sou muito seguro do que faço, olho internamente e tenho convicção. Temos muitos elementos para saber o caminho que temos que seguir. Não podemos ficar vulneráveis a opiniões, por mais profundas que possam ser, acabam sendo superficiais. Se trabalho no Santos, me alimento de tudo o dia inteiro, conheço os jogadores, assisto adversários, assisto e reassisto nossos jogos. Não posso pegar opinião de quem vê o jogo uma vez só, perdendo o melhor da festa. Ninguém consegue destrinchar o jogo assistindo uma vez. Geralmente, a maioria das opiniões são baseadas nisso, de forma superficial e quase todas elas mediadas pelo resultado. E o resultado pode enganar. Engana mais quando se ganha não jogando bem. Ganhar jogando mal pode gerar uma conta difícil de recuperar“, explicou Diniz.
“Temos que treinar bem, jogar bem e que resultados sejam consequência dessa entrega profunda para que o Santos consiga evoluir e fazer grande temporada. Temos que controlar os meios. A partida pode ser a mesma, mas comentários são diferentes pelo resultado. Já sugeri isso: se as pessoas assistirem o jogo e tirarem os gols, e as pessoas não souberem quem venceu, comentários serão diferentes. Poderia até ser um estudo acadêmico. A análise pode mudar e ser mais técnica, mais fria. Se oscilarmos ao sabor do que acontece no fim do jogo, vamos para um caminho que, para mim, não é melhor. Temos que pensar no futebol como um todo, principalmente o que podemos controlar. Quando conseguimos impor ideia, com protagonismo, agressividade e imposição, tendemos a ter resultados positivo. Mas temos que aumentar chance de jogar. As vezes temos um pensamento infantilizado de garantias de quem vai ganhar. Ninguém sabe quem vai ganhar uma partida de futebol. Por isso que é emocionante e excitante. O que vamos fazer é aumentar ao máximo a chance de ganhar os jogos”, completou.
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