POR DAVID NASCIMENTO E JOEL SILVA
Após Neto Borges, como o Esporte News Mundo antecipou, entrar na Justiça cobrando dívida e rescisão indireta do contrato com o Vasco, outro jogador do Cruz-Maltino acionou o clube judicialmente pelo mesmo caminho. O ENM teve acesso a detalhes da ação feita agora por Werley, que além do rompimento do vínculo em São Januário, cobra uma dívida de R$ 8.756.696,06.
O caso corre na 45ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região (TRT-1). Nesta quarta-feira, a juíza Claudia de Abreu Lima Pisco deu prazo de 48 horas para que o Vasco se posicione sobre o pedido liminar de Werley, antes de dar uma decisão sobre a rescisão ou não do contrato de trabalho com o clube presidido por Jorge Salgado.
Werley argumentou, nos autos, como justificativa para que o juízo aceite a rescisão indireta, o fato de estar atualmente com cinco meses de salários não pagos, cinco meses de direito de imagem não pagos – ambos desde dezembro de 2020 -, e sem recolhimento do Fundo Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) há 37 meses. Três meses de atraso, pela legislação vigente, já configura possibilidade de rescisão indireta judicialmente.
“Para piorar ouviu do clube que não tem mais interesse no seu trabalho e colocou ele a treinar em separado, SEM BOLA, FAZENDO-OS APENAS CORRER POR UMA HORA TODOS OS DIAS E QUANTO MUITO, ACADEMIA, o que por certo está causando enorme prejuízo ao atleta que, por certo, necessita treinar com bola para manter-se em condições do exercício pleno da profissão”, pontuou a defesa de Werley em juízo.
Contratado em 25 de janeiro de 2018, inicialmente até 31 de dezembro de 2019, Werley teve seu contrato renovado até 31 de dezembro de 2022. O Vasco chegou a oferecer uma rescisão amigável ao jogador, desde que abrisse “mão de todos os valores” que tem direito. Werley rejeitou por ser arrimo de família, e, segundo a sua defesa, o clube passou a “humilhar tanto a ponto de ele não aguentar”.
Provas foram juntadas pela defesa de Werley nos autos, como inclusive um áudio enviado por WhatsApp diretamente a ele para a comunicação do treino em separado ao lado de outros quatro jogadores por escolha técnica e salário considerado caro.
“Todos os funcionários receberam no início de abril os salários que estavam atrasados menos os 5 afastados, entre eles, o reclamante, em uma humilhação sem tamanho. Ou seja, além de não receberem treinamento igual aos colegas, se veem alijados de pagamento enquanto TODOS os outros funcionários do clube receberam seus valores”, também argumentou a defesa de Werley em juízo.
Além dos salários atrasados, Werley cobra o FGTS, dano moral, décimo terceiro, cláusula compensatória, multas, entre outros pontos. O Vasco ainda não foi notificado do processo, o que deve acontecer nesta quinta-feira.
A reportagem do ENM não conseguiu contato com os envolvidos até o momento desta publicação.