O brasileiro Daniel Cargnin conquistou, na madrugada deste domingo (25), no horário de Brasília, a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Lutando na categoria meio-leve masculina (66kg), o brasileiro venceu por dois waza-ari (ippon), o judoca de Israel, Barushi Shmailov. Ele venceu quatro, das cinco lutas do dia, e caiu na semi para o bicampeão mundial Abe Hifume, do Japão.Sua irmã, Abe Uta, que luta no meio-leve feminino (52kg) e também tem dois títulos mundiais, foi a responsável pela eliminação da brasileira Larissa Pimenta nas oitavas-de-final.
Estreante em Jogos Olímpicos, o número 13 no ranking mundial, Daniel Cargnin encarou no primeiro desafio o egípcio Mohamed Abdelmawgoud, número 19 do mundo. A luta começou com muita disputa pela melhor pegada e sem muitos ataques de ambas atletos, o que resultou em punições por falta de combatividade. No golden score, o judoca brasileiro conseguiu aplicar um belo ippon e avançar para próxima fase.
Natural de Porto Alegre (RS), Daniel Cargnin teve grandes resultados neste ciclo olímpico, marcado por sua transição das equipes de base ao time principal. Em 2017, ele conquistou o ouro no Mundial Júnior, e firmou-se como o principal nome da categoria no Brasil. Arrematou dois títulos pan-americanos (2017 e 2020) e teve seu melhor resultado no Grand Slam de Brasília, em 2019, onde foi campeão batendo o italiano Manuel Lombardo.
Pelas oitavas, a luta diante de Denis Vieru, de Moldávia, o combate desenvolveu-se de forma equilibrada, os judocas sofreram penalidades, mas o placar permaneceu zerado no tempo regulamentar. No Golden score, porém, o brasileiro conseguiu projetar rival e marcar um waza-ari.
Logo em seguida, conquistou uma vitória espetacular diante, do líder do ranking e atual vice-campeão mundial, Manuel Lombardo, da Itália. Os dois atletas já eram velhos conhecidos e disputaram a final do Grand Slam de Brasília, em 2019, e o resultado foi novamente favorável para o brasileiro. No Japão, Cargnin impôs um ritmo acelerado na luta e projetou o adversário a 10 segundos do fim do combate.
Na semifinal, Daniel foi batido pelo bicampeão mundial Abe Hifume, do Japão, e seguiu para briga pelo bronze.
Na disputa valendo medalha, o judoca brasileiro venceu o israelense Baruch Shmailov, com waza-ari em um duelo eletrizante. Com o resultado, o Brasil conquista a 23ª medalha do Judô brasileiro na história dos Jogos Olímpicos.
O segundo bronze da categoria foi para An Baul da Coreia do Sul. O topo mais alto do pódio foi do Japonês Hifumi Abe, prata foi de Vazha Margvelashvili da Geórgia.
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Judoca brasileira cai oitavas-de-final para favorita japonesa
Gaspar Nóbrega/COB
Na chave feminina, a novata Larissa Pimenta, número 14 do ranking mundial, estreou com vitória, mas não conseguiu ir além das oitavas-de-final.
Na estreia, com dois shidos para cada, a brasileira venceu a polonesa Agata Perenc com um waza-ari, no golden score. Em seguida, pegou a japonesa Uta Abe, de apenas 21 anos, um dos maiores nomes do judô na atualidade. Na luta, Larissa Pimenta foi imobilizada pela terceira colocada no ranking mundial, até o ippon e foi eliminada dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Neste ciclo olímpico, Uta Abe perdeu apenas duas lutas: em 2016, para Natsumi Tsunoda (Japão), e em 2019, para Amandine Buchard, da França. As duas derrotas da japonesa foram no Japão, nos Grand Slam de Tóquio e Osaka, respectivamente. Em 2019, Larissa enfrentou Abe também nas oitavas do Mundial de Judô no mesmo tatame na Nippon Budokan e a japonesa levou a melhor.