Nesta quinta-feira (09), o São Paulo foi superado pelo América-MG, na Arena Independência, em partida válida pela última rodada do Campeonato Brasileiro 2021. Na entrevista coletiva pós-jogo, o técnico Rogério Ceni deixou em aberto o seu futuro como comandante do Tricolor. Confira!
O elenco são-paulino se despediu do Brasileirão com derrota em mais uma atuação fraca, marcada pela falta de criatividade e e inconsistência defensiva. Após um primeiro tempo morno, o time paulista viu os mineiros controlarem a partida e marcarem duas vezes com Ademir.
O Coelho carimbou o seu passaporte para a primeira edição da história do clube na Copa Libertadores, enquanto o Tricolor amargurou a 13º colocação, terminando o campeonato com mais derrotas do que vitórias.
DERROTA PARA O AMÉRICA
O técnico Rogério Ceni admitiu a superioridade do América na partida, mas também creditou a derrota ao grande número de desfalques da equipe antes do duelo, sete ao todo: Miranda, William, Galeano, Gabriel Sara e Eder, por lesão; Nestor, Benítez e Pablo por gripe; além de Arboleda, Luciano e Liziero, suspensos.
– Hoje foi um jogo atípico, perdemos sete jogadores antes do início. O América foi superior, mas no contexto geral tivemos a oportunidade de sair ganhando. As opções que restaram eram poucas, os desfalques influenciaram no resultado final, mas outra vez o time não conseguiu manter o nível de jogo assim como foi diante do Juventude – disse Ceni.
Os desfalques evidenciaram a necessidade do São Paulo de reforçar o seu elenco, ideia reforçada por Ceni na coletiva, que espera reunião com a diretoria para definir contratações:
– Faltam algumas posições de um contra um, lado de campo, enfim, é a minha opinião e análise que passarei em uma reunião com a direção – argumentou o treinador.
PIOR CAMPANHA NOS PONTOS CORRIDOS
Durante todo o Brasileirão 2021, o São Paulo não frequentou nenhuma vez a primeira página da tabela de classificação. Além disso, terminou com mais derrotas (12) do que vitórias (11) e com o pior ataque em uma edição (31 gols) – a pior campanha da história da equipe na era dos pontos corridos.
Segundo Ceni, o desempenho irregular não condiz com a grandeza do clube, fato que o preocupa para o ano que vem, ainda com a incerteza de planejamento e reforços:
– O São Paulo não frequentou a primeira parte da tabela. Sempre quando teve a chance de entrar não conseguiu. Hoje, por exemplo, com a vitória, terminaríamos em nono lugar e acabamos em 13º. Acho que independente dessas posições, elas não condizem com a grandeza do clube. Me preocupa, se teremos condições de um time para brigar por uma posição melhor em 2022.
CENI: FICA OU SAI EM 2022?
Os reforços e planejamento do São Paulo parecem pesar na permanência de Rogério Ceni para o ano que vem. Na coletiva, o treinador deixou claro que não colocará sua história em risco caso não tenha garantias de que o elenco tenha peças melhores:
Ceni ainda revelou que planejava assumir o Tricolor apenas no ano que vem, mas com o pedido de urgência de Julio Casares, atual presidente, o técnico assumiu o risco de comandar a equipe na reta final do campeonato, mesmo colocando em cheque toda a sua carreira como ídolo:
– Quando o presidente conversou comigo, eu falei que seria melhor começar em 2022 porque conseguiria fazer uma pré-temporada e alguns ajustes, mas ele disse que precisava naquele momento. Como era o São Paulo, tinha até recusado alguns convites, mas fui pela necessidade de ajuda que o clube precisava. Coloca-se em risco uma carreira toda de atleta, relativamente vitoriosa, mas era o que precisava ser feito e resolvi arriscar toda essa história.
Seguindo a temática da permanência, o atual comandante reforçou querer entender as metas do clube para o ano que vem. Para ele, não se trata de ‘falta de vontade’, mas sim um momento de ‘conversa’ para enxergar as possíveis mudanças:
– É um momento de conversa, para ver o possível para mudar e o que o clube tem como meta para 2022. Para mim é um prazer estar no São Paulo, mas eu tenho uma história aqui dentro e qualquer coisa ruim que acontecer ano que vem tem um peso grande. Esse é o problema, não é falta de vontade.
INSATISFAÇÃO DA TORCIDA
Desde o retorno ao São Paulo, Ceni sofreu resistência de parte da torcida são-paulina, muito por conta de declarações do treinador na época em que comandava o Flamengo, seu ex-clube, onde chegou até a levantar a taça do último Brasileirão, dentro do próprio Morumbi.
Rogério buscou deixar de lado a parte da insatisfação e reforçou a sua preocupação em manchar a história de longos anos pelo clube:
– A (insatisfação) não pesa de maneira nenhuma. Tenho um carinho muito grande pelo torcedor, sempre fui muito bem tratado. Me preocupo com o tamanho da história, para que ela não seja manchada ou apagada com uma campanha ruim ou rebaixamento, coisa que o São Paulo flertou até o final do campeonato.