Pela primeira vez na história da seleção da Alemanha de futebol masculino, um técnico foi demitido. Na tarde deste domingo (10), a Associação Alemã de Futebol (DFB, em alemão) comunicou a saída do técnico Hansi Flick. O estopim para a saída foi a derrota germânica em amistoso contra o Japão por 4 a 1, ocorrida no último sábado (9).
Flick foi contratado para substituir Joachim Löw após a disputa da Eurocopa em 2021. Com o conhecimento da seleção por ter trabalhado como auxiliar do próprio Löw e como diretor esportivo da DFB, a direção da entidade o escolheu pelo bom momento vivido no Bayern, quando conquistou o sexto título da Uefa Champions League na história do clube em 2020. A ideia era que a solução rápida pudesse trazer novos brios de olho na Copa do Mundo disputada em 2022.
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A princípio, o trabalho parecia render. Foram oito vitórias nos primeiros oito jogos, com goleadas por 6 a 0 sobre a Armênia e 9 a 0 sobre Liechtenstein. Na Uefa Nations League surgiram as primeiras críticas. Foram quatro empates consecutivos e desempenho bastante criticável às vésperas do Mundial, com uma vitória simples sobre Omã que colocou em dúvida a preparação para o torneio no Qatar. E o pior ocorreu. Pela segunda Copa seguida, a seleção alemã foi eliminada na fase de grupos.
Como será sede da Eurocopa em junho de 2024, a Alemanha não disputa as Eliminatórias e usa a Data Fifa para disputar amistosos. Venceu o primeiro contra o Peru, mas não ganhou os outros cinco. Empatou com a Ucrânia em 3 a 3 e foi derrotado por Bélgica, Polônia, Colômbia e Japão. A queda de rendimento e a proximidade da Euro resultaram na saída de Flick, que chegou a comandar o treino neste domingo (10). Foram 25 jogos de Hansi Flick à frente da Alemanha, com 12 vitórias, sete empates e seis derrotas, com 60 gols marcados e 30 sofridos.
O presidente da DFB, Bernd Neuendorf, falou da dificuldade de encerrar o ciclo, mas que a necessidade de disputar a Eurocopa em pouco menos de um ano com confiança, ainda mais com o fraco desempenho nas últimas competições, foram fundamentais para a saída de Hansi Flick e dos auxiliares Marcus Sorg e Danny Röhl.
“Concordamos que a seleção precisa de um novo impulso depois dos resultados decepcionantes. Precisamos de um espírito de otimismo e confiança de olho na Eurocopa no nosso próprio país. Para mim, pessoalmente, é uma das decisões mais difíceis porque valorizo Hansi Flick e seus assistentes técnicos como especialistas e pessoas do futebol. Mas o sucesso esportivo é a principal prioridade da DFB. Portanto, a decisão era inevitável”, disse.
Contratado como gerente da DFB após o fracasso no Qatar, o ex-jogador e ex-treinador da Nationalmannschaft, Rudi Völler irá assumir de forma interina para o amistoso contra a França, a ser disputado no Signal Iduna Park, em Dortmund/ALE, às 16h dessa terça-feira (12), com Hannes Wolf e Sandro Wagner como assistentes.
“Hansi Flick se desgastou nos últimos meses. Ele e sua equipe técnica deram tudo para mudar as coisas para melhor após a Copa do Mundo. Infelizmente, hoje temos que dizer que não tivemos sucesso. O jogo contra o Japão mostrou claramente que não podemos mais continuar desta forma. Eu acreditava firmemente que ele conseguiria colocar a seleção nacional de volta aos trilhos. Mas temos de agir com responsabilidade, mudar alguma coisa para desempenhar o exigente e ambicioso papel de anfitrião da Eurocopa. A tarefa mais urgente será contratar um treinador que realinhe a nossa equipe e prepare para a Euro. Um treinador que irá a longo prazo elevar a seleção de volta ao nível que conhecemos e esperamos dela”, falou.