Desde que chegou ao Corinthians, Vagner Mancini fala em entrevistas coletivas sobre mudanças. Seja de jogadores, mentalidade, treinos e “estímulos” aos atletas, o novo comandante do alvinegro chegou, de fato, para mudar. Algumas estatísticas do Corinthians ao longo do Brasileirão evidenciam essa transição.
O ex-treinador do Atlético-GO comentou, pouco tempo depois de sua chegada ao Timão, que visava um jogo “com a cara do Corinthians”. Tempo depois, essa ideia foi ficando mais clara, seja pelas partidas ou os maiores detalhes dados pelo próprio Mancini.
Mudança para um “antigo Corinthians”
O “estilo de jogo corintiano” que o técnico visava passou a ser entendido como aquele que fez sucesso na última década. Os anos 2010 foram os mais vitoriosos para o clube paulista, com um tricampeonato brasileiro, a Libertadores e o Mundial, sem contar os estaduais. Esse resgate seria, além de tudo, uma tentativa de reaproximar o torcedor.
Dentro das quatro linhas, o que Mancini queria dizer com “voltar a jogar como Corinthians” era retomar estilos que lembravam as passagens de Mano Menezes, Tite e Carille. Os três maiores expoentes do sucesso do clube na década passada ficaram conhecidos como “retranqueiros” por uma parcela da torcida.
Não deixa de ser verdade o fato de que os times destes três técnicos eram referência defensiva – ponto que passou a ser criticado na época de Tiago Nunes e Coelho. Mancini mesmo já usou a palavra “reativo” para definir um dos conceitos que pretendia com o Corinthians em mãos.
Números não mentem
E também é verdade que Mancini conseguiu, em seus poucos jogos, um sistema mais reativo, que espera mais as brechas para explorar. A intenção não era reter a bola e propor o jogo. Os números comprovam essa mudança.
Nos cinco últimos jogos do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, contando a derrota para o América-MG na Copa do Brasil, o Corinthians esperou mais do que propôs. Nesse período, o alvinegro marcou cinco gols e, segundo dados do InStat, criou apenas 26 chances. Uma média de aproximadamente 5 chances por jogo.
Além disso, a forma com a qual o time chegava ao ataque era diferente. O levantamento da plataforma de dados analisou que, nesses cinco jogos, o Corinthians teve 31 ataques posicionais. Esse tipo de jogada se refere à criação do time com a bola, trabalhando a posse. É uma media de aproximadamente 6 ataques posicionais por jogo. Os adversários do Corinthians nesse período tiveram 36, uma média de 7.2
Por outro lado, os contra-ataques, postura notável em times mais reativos e “defensivos”, é bem maior. Foram 72 ataques desse tipo nos cinco jogos analisados – média de 14.4 por partida. A proporção de contra-ataques para ataques posicionais é de mais do que o dobro.
Mancini de fato mudou a maneira do Corinthians jogar. É um time que trabalha menos a bola, tenta ser mais compacto na defesa e sair em velocidade. As mudanças por atacantes mais móveis e falsos noves também representam essas escolhas.
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