Após ver seu time derrotar o Botafogo por 4 x 0, o técnico do São Paulo, Fernando Diniz, concedeu entrevista coletiva na sala de imprensa do Estádio Cícero Pompeu de Toledo. Virtual, formato que tem sido adotado desde o início da pandemia, o papo elucidou diversos pontos sobre o atual momento da equipe. Com 50 pontos conquistados em 24 jogos, o São Paulo lidera o Brasileirão com mais de duas rodadas de diferença para o segundo colocado, o Atlético-MG.
Na história do Campeonato Brasileiro, nenhuma equipe que obteve tamanha pontuação nessa altura do certame desperdiçou a chance de levantar o caneco. Ou seja, os números jogam a favor do Tricolor do Morumbi. Com 69.4% de aproveitamento, 14 vitórias e 22 gols pró de saldo, o time encara o Corinthians, em Itaquera, pela 25ª rodada do Brasileirão. Marcada para às 18h15, horário de Brasília, deste domingo (13), o Majestoso poderá ajudar os comandados de Diniz a se distanciarem ainda mais na liderança da competição.
Questionado sobre o duelo diante do Botafogo ter significado o terceiro jogo seguido em que o São Paulo não sofre gols, Diniz deixou claro:
“Tivemos um primeiro tempo quase impecável. Falhamos no segundo, mas temos muito o que melhorar. Tem muita água pra rolar ainda. Muitos de vocês (referindo-se aos jornalistas) tratam processos, resultados e jogadas de forma individual, mas vejo isso como um erro. É um coletivo. Arboleda, Bruno Alves e Luan, que insisto que terá um futuro incrível pela frente, por exemplo, vivem ótima fase. No entanto, temos coisas para melhorar. A transição defensiva está boa, mas devemos aprimorar alguns detalhes”, declarou.
Eleições para presidente
Diniz sabe que, independentemente de Casares ou Natel vencerem as eleições para a presidência do clube neste sábado (11), os cargos de Raí e Pássaro, diretores de futebol, estarão ameaçados. Mesmo assim, o treinador fez questão de ponderar alguns assuntos:
“Pássaro e Raí estão sendo fundamentais para que a equipe esteja nesse momento. Só tenho coisas boas para falar do São Paulo. Vocês são prova de que falo isso na hora boa e na hora ruim. São pessoas importantes para nós. Não nos resumimos a comissão técnica e jogador. Independente de quem vai entrar (para assumir o cargo de presidente), tenho plena convicção de que será alguém pronto para querer ajudar o São Paulo. Da nossa parte, da parte da comissão técnica, ajudaremos ao máximo”, afirmou.
Já quanto aos relacionamentos que vem construindo com os atletas, em uma espécie de mescla de brincadeiras e bastante energia à beira do campo, Diniz relembrou:
“O pilar central do meu trabalho é a forma com que eu lido com os jogadores. Temos espaço para falar sério e brincar, já que vejo essa abertura por parte dos jogadores. Meu foco e minha preocupação estão em ajudá-los como pessoas por conta da idade. Sei como não é fácil quando se para de jogar”, declarou.
Além de pregar seriedade, Diniz também faz questão de encarar cada jogo como uma final.
“Tem que saber descansar, trabalhar e colocar toda nossa energia a favor do time. Ainda tem muitos jogos pela frente e outros concorrentes estão querendo o título com chances. É preciso ter seriedade para confirmar a chance de título todo dia. Temos que nos entregar ao máximo para conseguir o resultado positivo. O Brenner, por exemplo, é um jogador que, como eu costumo brincar, ‘tem o carisma do gol’. Ele vem vivendo um momento de amadurecimento e, particularmente estou muito contente com isso, principalmente nessa questão da maturidade”, pontuou.
Antes de encerrar a coletiva, Diniz deu uma das declarações mais importantes da noite. Após trabalhar com Vágner Mancini no Paulista de Jundiaí, clube que marcou o início da trajetória do atual treinador corintiano, Diniz ressaltou que ter uma gratidão gigante pelo companheiro de profissão:
“Tenho enorme gratidão pelo Mancini. Tive o prazer de encontrá-lo e tê-lo como amigo. Aliás, ele é meu padrinho, um profissional que me indicou para o primeiro trabalho no Votoraty. É muito bom reencontrá-lo e vê-lo bem. Torço por ele. Pelo sucesso dele”, finalizou.
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