De acordo com portal ‘Superesportes’, Wagner Pires de Sá pagou férias de janeiro de 2019 em hotel de luxo na Bahia com cartão corporativo da Raposa
A caixa de pandora do Cruzeiro parece não ter fundo. Uma reportagem do portal “Superesportes”, desta quinta-feira, revela que o ex-presidente Wagner Pires de Sá, 11 meses antes de ser pressionado a renunciar ao comando da instituição , utilizou o cartão corporativo do clube para pagar o valor total de R$ 13.955,00, referente a uma viagem para a Bahia, em janeiro de 2019.
A fatura do cartão, obtida pelo veículo de Belo Horizonte, mostra que Wagner gastou R$ 7.466 com diárias no Mucugê Village Resort, identificada sob razão social do Kûara Hotel – instalações cinco estrelas, localizado em Arraial D’Ajuda, distrito de Porto Seguro-BA. A viagem aconteceu logo após a conquista da Copa do Brasil de 2018, cuja premiação rendeu cerca de R$ 62 milhões ao Cruzeiro.
As contas ainda incluem o pagamento de R$ 3.164 a uma empresa de turismo responsável pela logística da viagem, uma consulta de no Hospital Neuroccor, em Porto Seguro (R$ 1.267), e o aluguel de um carro na rentista Localiza, no valor de R$ 325,00. Também houve gastos em bares, restaurantes e cafés, que chegaram a R$ 1.700.
O retiro de Wagner Pires de Sá na Bahia foi altamente divulgado nas redes sociais. Na maior parte das vezes, o ex-mandatário aparecia aparentemente embriagado, usando óculos escuros. O comportamento rendeu ao dirigente a alcunha de “presidente raiz” pela torcida do Cruzeiro – à época, satisfeita com a segunda conquista de Copa do Brasil seguida pela equipe.
O que diz o Estatuto do Cruzeiro?
Não há no código estatuário ou de conduta do clube (únicos documentos disponíveis no site oficial), tópicos reguladores referentes a gastos com cartões corporativos. Do ponta de vista ético e habitual, é reconhecido que o artifício deve estar a cargo de supervisores de futebol e responsáveis pelo departamento financeiro para pagamentos relativos exclusivamente às necessidades do clube.
As faturas dos cartões de crédito de Wagner Pires de Sá e outros dirigentes já foram entregues a Kroll, empresta de auditoria e investigação corporativa contratada pelo Núcleo Transitório da Raposa para auditar a antiga administração. Polícia Civil e Ministério Público também investigam suspeitas de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica dentro do clube.
Foto: Vinicius Silva/Cruzeiro