Com apenas 23 anos de idade, e muitas experiências na bagagem, o atleta Adalton Silva de Souza ou simplesmente Adalto Silva, como é conhecido no meio futebolístico, já cogita deixar o esporte profissional.
A última conquista de Adalto foi o acesso ao Campeonato Brasileiro da Série D, pelo Náutico de Roraima, no ano passado. Titular em praticamente todas as partidas, o meia-atacante que vestiu a camisa 10, fez a diferença para o alvirrubro roraimense.
Do interior do Pará, Adalto, iniciou pelas categorias de base de Remo e Paysandu, os dois maiores clubes do Estado. Atuou em vários clubes da região Norte, como o Humaitá, no Acre, o Tiradentes, do Pará, além do Genus, de Rondônia.
Calendário nacional difícil
Apesar de jovem, o meia tem uma avaliação do calendário do futebol brasileiro.
– A dificuldade é muito grande, afinal apenas dois clubes de cada estado, em média, garantem vaga nas competições nacionais e, assim, têm calendário para o resto do ano. As demais equipes têm atividade limitada à três meses – afirmou, em entrevista ao Esporte News Mundo, antes de completar:
– Então, você acaba tento que jogar a cada três meses em lugares diferentes, caso não se empregue em competições nacionais. Esse é um dos fatores que torna a demanda de atletas esmagadoramente maior do que as vagas disponíveis para competições nacionais. Assim, muita gente sobra.
Passagem pelo futebol europeu
O meia tem passagem pelo futebol europeu, quando em 2019 atuou no Shkumbini, da Albânia. Nesse período, ocorreram quatro terremotos, um deles de 6,4 na escala Richter, um dos mais fortes da história do país, matando mais de 100 pessoas.
Outra experiência marcante durante a atuação na Albânia, foi a intolerância religiosa e o racismo. O jogador brasileiro percebeu em várias situações, a discriminação pela nacionalidade. Ele recebeu recomendação de não fazer o sinal da cruz em campo e nem comemorar gol apontando os dedos para o céu. Na época, vários sites esportivos denunciaram o preconceito.
Agora, após se dedicar inteiramente ao futebol durante a maior parte da vida, Adalto, cogita encerrar a promissora carreira de forma precoce. Segundo ele, os bastidores obscuros do esporte têm deixado pouquíssima margem para que o sucesso de um jogador, dependa apenas do mérito dos atletas.