O América-MG venceu a Chapecoense por 3 a 0 na noite desta terça-feira (30) e, apesar de ter estado em campo durante poucos minutos do segundo tempo, Alan Ruschel foi um dos protagonistas da partida, por toda sua trajetória de vida.
Na última segunda-feira (29), o trágico acidente aéreo que envolveu a Chapecoense, em 2016, completou cinco anos. Hoje no Coelho, Alan Ruschel estava presente no voo e foi um dos seis sobreviventes da tragédia.
Segundo relatos dos atletas americanos, o lateral-esquerdo se mostrou abalado durante o aniversário do ocorrido. Por isso, o camisa 6 foi extremamente festejado em campo durante e após o triunfo do América-MG diante de seu ex-clube, na Arena Independência.
Líder e capitão do time verde e preto, Juninho fez questão de dedicar a vitória para o lateral-esquerdo. O meio-campista, em entrevista após o jogo, exaltou a vitória pessoal na vida de Ruschel, e comentou a importância do atleta no dia a dia do clube.
– Eu acho que um ponto hoje a ser citado é esse cara (Alan Ruschel). Ontem foi um dia difícil pra ele, é um cara que transmite alegria pra gente. A presença dele no América fortaleceu muito minha fé. É um símbolo de Deus aqui. O livramento de morte que ele recebeu (…) Ontem, cara, foi uma tristeza profunda dele, e a gente sentiu demais. Então, queria dedicar essa vitória pra esse cara aqui. Ele chegou para nos fortalecer mais ainda. Espiritualmente e como grupo. Eu só tenho a dizer que você é um cara muito especial, mano. Desfrute dessa vida, pois não é à toa que você está vivo -, disse.
Alan Ruschel, por sua vez, agradeceu a receptividade do elenco do América-MG, e comentou sobre seu drama pessoal, vivido há exatos cinco anos.
– Como o Juninho falou, ontem foi um dia diferente, difícil e pesado pra mim. Eu sou um cara alegre e pra cima. Ontem, eu acho que sentiram isso, e passaram no quarto, me deram uma força. Eu fui muito acolhido aqui. É um clube diferente, família. Me sinto privilegiado de fazer parte de um grupo como esse, ter um capitão como o Juninho. Eu só tenho que agradecer a Deus por ter me dado essa dádiva de ter vivido mais uma vez. Eu tento deixar isso nas pessoas. Eu tive à beira da morte, eu sei que a gente não leva nada dessa vida. O que a gente aqui são coisas nas pessoas. E eu quero deixar isso. Essa felicidade, essa alegria que eu carrego comigo, eu quero deixar. Acho que estou conseguindo ser esse exemplo de felicidade, de cara que trabalha e curte a vida (…) Eu dedico essa vitória, infelizmente foi contra a Chapecoense, a esse grupo e essas pessoas que há cinco anos nos deixaram -, comentou.
Após o terceiro gol do Coelho, marcado por Ademir, todos os jogadores do time americano foram comemorar com Alan Ruschel, figura querida entre o plantel.