O volante Allan tem carregado uma imagem de ser um jogador que leva cartão em todos os jogos. Em sete jogos, ele levou quatro carões amarelos. Para o jogador, o seu nome parece estar ‘marcado’ com a arbitragem e, em entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira (4), o atleta voltou a se irritar com a sua associação com as infrações durante as partidas.
— A verdade é que está uma marcação comigo que não sei o porquê, nunca fui um jogador desleal. No jogo contra o Fortaleza mesmo foi um exemplo disso, que para mim não foi falta, o juiz marcou, até aí ok, mas o cartão eu não entendi. Não foi nem vindo dele (juiz) foi instrução vinda de fora, que passaram para ele, eu vi. Isso tem que melhorar, não existe essa marcação. É chato para caramba isso aí, porque minha posição já é de característica de matar a jogada e, mesmo você não tendo essa vontade de tomar o cartão, acaba levando injustamente, me deixa ‘p’ da vida mesmo, vou continuar ficando indignado, se for preciso, de novo, vou tomar cartão e é assim daqui em diante, porque a minha função é essa, de marcar e chegar firme. A única forma de eu não tomar cartão é tirando o cartão do jogo ou passando eu para outra função.
Ao mesmo tempo, Allan tem sido uma peça fundamental para o esquema defensivo montado pelo técnico Cuca, que sofreu apenas quatro gols nos últimos 10 jogos. O volante contou como a defesa do Atlético-MG tem evoluído e a importância de fazer a função de um terceiro zagueiro durante os jogos.
— Acredito que no ano passado eu também fui importante na parte defensiva, é que a gente tinha propostas diferentes de jogo com o Sampaoli. Como tinha um time muito novo também no ano passado, é natural que a gente continua evoluindo, o Cuca veio para nos ajudar nessa questão, ele sabia de alguns pontos e vem contribuindo para melhorar essa questão defensiva. Eu não faço muita coisa diferente do que vinha fazendo no ano passado, é mais a questão do time evoluir mesmo e de todos os jogadores individualmente evoluírem também. O Cuca também viu esse erro e corrigiu.
Depois de perder para o Fortaleza de virada por 2 a 1 em casa, o Atlético-MG visita o Sport, em Recife, pela segunda rodada do Brasileirão no próximo domingo (6). O Galo ficou a três pontos do título brasileiro na temporada passada justamente por perder pontos para equipes de menor investimento e Allan fez o alerta para o time se manter ligado para não deixar boas oportunidades passarem.
— Sabemos que são jogos que, por teoria, a gente não pode perder, mas sabemos que do outro lado todo mundo vai querer ganhar do Atlético, vai dar a vida e temos consciência disso, este ano ainda mais, porque somos candidatos ao título pelo investimento que foi feito e pela qualidade que a equipe tem. É entrar ligado, querendo mais que o adversário, qualquer um que seja, de menor investimento ou maior, sabemos que o Campeonato Brasileiro é muito difícil, pontos corridos é complicado aqui no Brasil, não existe jogo fácil, em casa ou fora. A gente tem que colocar que não deu para ganhar, mas também não tem que perder. Dessa forma vamos levando.
Por fim, Allan foi perguntado até sobre Seleção Brasileira e Copa América devido à repercussão de um possível ‘boicote’ dos jogadores de não concordarem com a competição sendo disputada no Brasil.
— Para nós seria ótimo, porque querendo ou não, abre mais espaço, tem mais oportunidade da gente beliscar uma convocação. É o meu sonho representar a Seleção principal, já representei a Olímpica e outras, enfim, chegar na principal é outro nível, mais difícil, mas se o Tite precisar, estamos à disposição. A gente sabe que não tem que pensar muito nisso, tem que trabalhar aqui no clube, que isso é uma premiação do trabalho feito aqui, então é focar aqui nos jogos do Galo e se aparecer a oportunidade, estou aí para representar a Seleção da melhor forma.
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