As duras palavras de Fabrício Bruno após a partida contra o Cruzeiro na noite de ontem, sábado (27), indicam o que foi o jogo. Mais uma partida ruim do Flamengo, com inconstância ao longo dos 90 minutos e a sensação de que o time saiu no lucro com o ponto conquistado. O “arame liso” esteve de volta. Matheus Cunha apareceu e foi decisivo.
O gol do Cruzeiro no início do jogo, aos 4 minutos, surgiu em boa trama do time de Pepa. No entanto, a ineficiência na marcação do Flamengo chamou atenção. Wesley saiu para acompanhar Marlon e Thiago Maia precisou cobrir o espaço exposto e cuidar de Bruno Rodrigues, mas não conseguiu fazer isso da forma correta. Marlon deixou o lateral rubro-negro para trás e entrou no espaço deixado pelo camisa 8 dentro da área para receber o passe e abrir o placar.
Depois disso, o Flamengo chegou a dar indícios que seria o mesmo time com dificuldades na criação, mas conseguiu assumir o controle da partida – em especial após o pênalti perdido por Gabriel Barbosa -, auxiliado por um Cruzeiro que recuou após abrir o placar. A defesa dos cariocas conseguia conter os contra-ataques dos mineiros e o ataque tentava como podia, em sua maioria com finalizações de fora da área. O empate chegou em boa jogada de Wesley, que cruzou na medida para Ayrton Lucas marcar.
+ Fabrício Bruno critica inconstância do Flamengo: “Três jogos de m…”
+ Flamengo e Cruzeiro ficam no empate e desperdiçam chance de entrar no G-4 do Brasileirão
Se no primeiro tempo o Flamengo arrumava caminhos e tinha algum nível de criação de jogadas, tudo piorou na segunda etapa. Apesar de ter mais posse de bola, o Rubro-Negro fez pouquíssimo com ela. Foram 11 finalizações do Cruzeiro contra seis do time de Sampaoli, sendo que boa parte destas foram apenas em um abafa no fim do jogo. O Flamengo incorporou o “arame liso” em sua pior forma: cercava, cercava, não levava perigo e ainda permitia contra-ataques e chances perigosas do Cruzeiro.
O Cruzeiro, por sinal, se impôs e poderia ter saído com a vitória, não fosse Matheus Cunha. O goleiro do Flamengo fez ao menos três grandes defesas que garantiram o sofrido ponto dentro de casa. Enquanto isso, Rafael Cabral era pouquíssimo incomodado. Os jogadores rubro-negros se aproximavam da área celeste e insistiam em trocar passes, sem objetividade. Eram desarmados pela defesa cruzeirense.
A culpa pela instabilidade do Flamengo não é apenas da comissão técnica e dos jogadores. A diretoria tem sua grande parcela de culpa em mudar o planejamento; os cinco primeiros meses de 2023 foram um deserto de ideias táticas por conta da troca excessiva de treinadores, em detrimento de Dorival Júnior, campeão da Libertadores e Copa do Brasil. Agora, não há o que fazer. Sampaoli precisa correr contra o tempo e fazer o desempenho do time melhorar, antes das grandes competições chegarem em suas fases decisivas.