Recheado com novos nomes no elenco, como Thales Oleques, Lucas Silva, Raphael Rodrigues, Wellington Nascimento e Paolo Guerrero – contratação mais badalada do clube, o Avaí tem muito potencial de crescimento. Porém, seu sistema defensivo é um dos que mais sofre gols no campeonato brasileiro, já são 35 ao todo levados pelo Leão, mesmo número que o lanterna Juventude.
Novos nomes chegam, o time apresenta um sistema de jogo e táticas consistentes, a rede balança, e haja Bissoli para isso, mas mesmo assim o time pouco pontua. Qual é o problema que impede o Avaí de ser um time vitorioso e competitivo? Para mim, é uma questão a ser resolvida pelo técnico Eduardo Barroca. Poucas vezes há culpa individual, os jogadores todos cumprem suas funções com suficiente constância.
O que complica a situação do Leão da Ilha é o medo de jogar que paira os últimos 45 minutos de cada partida disputada pela equipe. As linhas se recuam, o meio de campo se desmonta, a transição para Bissoli, Pottker, Guerrero e Muriqui depende de chutões muitas vezes neutralizados pela zaga adversária. Os pontas jogam quase como laterais recuados, e os laterais como terceiros zagueiros.
Novas peças não podem ser responsabilizadas caso esses resultados se repitam. Não só porque acabam de chegar e pouco conhecem do modo de jogo do Avaí, mas também porque, caso venham a conhecer, também sofrerão com uma retranca em demasia.
Barroca parece confiar demais nos resultados simples. Com isso, sobrecarrega seu sistema defensivo a ponto de ser sacrificado, e com ele se vão dois, às vezes três pontos que um time mais combativo teria capacidade de segurar. Fora das quatro linhas, o clube ousa, cativa, chama seu torcedor, e o faz dele o 12º jogador; mas em campo ainda há muito que se fortalecer. Faltam 16 rodadas para o fim do campeonato, e o Avaí já experimenta o dissabor da ZR. Não deveria e não merece, pois o trabalho de Barroca é consistente, mas falta a ele a força que dá ao clube o nome de Leão.