O Grêmio empatou em 1 a 1 ontem (24) com o América-MG, na Arena, em mais um jogo ruim da equipe gaúcha, que preferiu entregar a bola ao adversário e tentar defender sua área. O gol de Guilherme Guedes saiu de um contra-ataque aos sete minutos, e depois disso, o tricolor manteve a postura defensiva, até ceder o empate aos 31 minutos em uma falha do zagueiro, Ruan. O clube permanece na décima nona colocação com apenas sete pontos.
A fase é ruim, o Grêmio tem diversas dificuldades dentro de campo, na comissão técnica e diretoria. Os jogos passam, os cálculos são feitos para sair da zona de rebaixamento e o objetivo torna-se conquistar 46 pontos. A estratégia adotada foi defender-se e ganhar o jogo em uma oportunidade, como afirmou o técnico, Felipão:
– O Grêmio pouco deu perigo para o gol do Cavichioli no segundo tempo, mas teve as duas melhores oportunidades pra matar o jogo. Dentro do gol. Não é criar vinte oportunidades, tem que criar uma ou duas, vencer a partida e fazer o gol.
O pacote de deficiências do Grêmio
A campanha do Grêmio em 2021 é deprimente; constituída por uma vitória, quatro empates e seis derrotas até o momento no Brasileirão; uma eliminação precoce na Libertadores pelos pés do time do Independiente Del Valle; e uma queda da Sul-Americana de virada para a LDU. Técnicos deixaram o clube, Felipão assumiu o trabalho de “organizar a casa” e implantou seu estilo de jogo retrancado em um time acostumado a atacar.
O Grêmio se posicionou como se estivesse ganhando antes do jogo começar contra o América-MG, linhas baixas, três zagueiros e dois volantes defensivos para impedir os ataques da equipe mineira e jogar por uma bola dentro da Arena. O tricolor saiu de um 4-2-3-1 ofensivo para jogar com um 3-5-2 com corredores abertos. O que levou o Grêmio a cometer diversas faltas (20 ao todo), e facilitar as subidas dos laterais para o ataque. Segundo o SofaScore, o tricolor teve apenas 4 chutes a gol, um na rede e três no goleiro do América. Além da mudança de esquema em um momento crítico do Imortal, o time se apoia nos guris da base, já que as contratações anteriores são consideradas insuficientes.
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As dificuldades do Grêmio vão além do baixo rendimento em campo. A diretoria vende muito bem os atletas desenvolvidos na base e sabe administrar financeiramente o clube, já que, segundo informações da ESPN, o Grêmio é o décimo segundo clube brasileiro no ranking de dívidas da primeira divisão, 396.1 milhões, sendo o menor número entre os times gigantes do Brasileirão e menos da metade do valor devido pelo arquirrival. O tricolor é um clube superavitário, entretanto, é também um time que contrata mal e paga valores absurdos para jogadores medianos, ação que torna difícil dispensá-los posteriormente.
Algumas provas do fato citado acima são: a troca de Marinho por David Braz com o Santos, a contratação do goleiro, Vanderlei, a troca de Luciano por Éverton, Juninho Capixaba, o contrato com Diogo Barbosa e tantos outros. Herrmann precisa de mais criatividade ao buscar os jogadores, pois boatos da contratação de um atacante caro e ligado com o rival são ruins para a imagem dos dirigentes e incomodam o torcedor comum.
Por fim, um novo obstáculo se apresentou na partida contra o América: o condicionamento físico dos atletas. Douglas Costa, Guilherme Guedes e Vanderson saíram exaustos de campo; Churin não consegue se recuperar de lesão muscular; Geromel vem de uma sequência de problemas físicos; o Departamento médico fica cada vez mais lotado e causa dores de cabeça para Felipão, que tem menos opções para escalar.
Todas as partes do clube parecem ruir. O Grêmio precisa compreender seus problemas e pontuar cada um deles, pois só assim poderá utilizar suas forças para superar suas dificuldades. Felipão tenta administrar o vestiário com os jogadores disponíveis, a pressão cai sobre os jovens na hora da decisão, e os dirigentes, outrora tão elogiados pela torcida, são criticados nas redes sociais. O clube precisa de organização antes que seja tarde demais.
