Anderson Varejão está de volta à NBA após quatro temporada. No retorno para a liga, o brasileiro escolheu o Cleveland Cavaliers e assinou contrato para disputar a reta-final da temporada regular em busca de tentar a difícil vaga para os play-in. Nesta terça-feira, 4, o pivô conversou com os jornalistas em entrevista coletiva e relatou sobre os dois anos em que optou por não jogar.
— Meu último jogo foi em 2019 na China (Mundial de Basquete). Depois disso, eu recebi muitas ofertas de vários países até da NBA durante a pré-temporada. Mesmo com as propostas, eu preferi ficar em casa com a minha esposa que estava grávida. Ambas foram importantes durante esse processo. Eu tentei o meu melhor para me manter em forma, treinei no porão e na garagem durante a pandemia e tentei não me expor. Eu estou feliz por isso e estou de volta aos Cavs – disse Varejão.
Varejão esteve nos Cavaliers por 12 temporadas quando foi trocado para os Warriors em 2015/16. Apesar de ter ficado triste com a troca, o pivô disse entender “que é parte do negócio”, mas falou como espera retornar à quadra. Além disso, o brasileiro deseja ajudar os jovens talentos de Cleveland como Darius Garland e Colin Sexton para crescerem e aprimorarem o talento das duas joias da franquia.
— Eu sei que serão muitas emoções, muitas memórias que eu tenho aqui com as pessoas, na arena. Eu quero aproveitar esse momento porque tem sido dias loucos desde que voltei. Mas eu espero ajudar os jogadores mais jovens, fazer com que eles entendam que não tem nada garantido, não importa o que aconteça. Eu estou ansioso para ver como vai ser – afirmou.
Um dos pontos enfatizados por Anderson Varejão foi o tempo com a família. Durante dois anos, o brasileiro optou por ficar com a esposa grávida e cuidar dos preparativos para o nascimento da filha. Com a pandemia avançando nos Estados Unidos, o pivô entendeu que era certo continuar em casa e auxiliar durante o período enquanto realizava a preparação física em paralelo.
— Eu moro em Cleveland, estou aqui desde 2004 e só sai quando fui jogar em outras equipes como no Brasil e no Golden State Warriors, mas mantive a minha casa aqui. Foi uma decisão muito fácil e se tivesse acontecido antes eu teria aceitado porque eu estava passando por esse momento da minha esposa grávida logo depois do mundial e logo depois a minha filha nasceu. Foi uma decisão que eu tive que tomar e acho que foi acertada poder passar esse tempo com elas, ajudando, sem babá e nem nenhuma outra ajuda – completou Varejão.
Confira outras respostas de Anderson Varejão na volta ao Cleveland Cavaliers:
Brasil na NBA
— Feliz com esse momento do Brasil já que são quatro brasileiros na NBA (Didi Louzada, Raulzinho, Cristiano Felício e Varejão), é uma coisa muito boa para o basquete brasileiro. Eu vou aproveitar esse restante de temporada, quero ajudar o que eu puder dentro e fora de quadra, principalmente, os mais novos com a minha experiência sobre o que jogar na NBA, para que eles entendam que a oportunidade aqui é uma coisa única.
Seleção Brasileira
— Eu sempre estive à disposição da seleção brasileira e agora não é diferente. É uma coisa que não depende de mim. Enquanto eu estava fora e as coisas mudaram, mas agora em Cleveland pode mudar alguma coisa. Isso foge do meu controle e a gente precisa ver o que eles tem em mente, mas eu continuo à disposição.
Negociação com Cleveland
— Koby (Altman, GM dos Cavaliers) me ligou há uns dias atrás, tivemos algumas conversas antes disso também e disse “Andy, vamos fazer isso acontecer”. Eu pensei “uau, isso vai mesmo acontecer”. Quando eu falei com a minha esposa, com meu pai, queria saber o que eles achavam e eles ficaram muito felizes por mim, especialmente a minha esposa. Eu sei quanto tempo ela dedicou para cuidar da nossa bebê enquanto eu treinava. Não é fácil pois na pandemia você não tem outras pessoas te ajudando era só eu e minha esposa. Então foi cansativo, mas estou feliz com isso e pronto.
Nova NBA e chances de play-in
— As chances são pequenas, mas temos que buscar ganhar os jogos. Temos uma programação com jogos difíceis, mas nada é fácil na NBA […] É uma NBA mais nova. Temos alguns veteranos da minha época, mas tem muita garotada nova em vários times da NBA. Acho que isso foi uma das coisas que mais mudou da minha época para hoje.
Futuro
— Eu já tive algumas ofertas de outras equipes para ser assistente técnico, técnico de desenvolvimento e outras funções, mas eu não me sentia preparado para isso. Eu tenho vontade de jogar, sinto o frio na barriga e não estou pensando nisso. Estou com portas abertas para o que der e viver, mas a ideia inicial é continuar jogando.
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