Após cumprir suspensão e se ausentar do comando da equipe nas últimas duas partidas, Maurício Barbieri pôde acompanhar de perto a vitória do Red Bull Bragantino diante do Atlético-GO, na última segunda-feira (29). Em um embate definido pela resistência e capacidade de adaptação ao jogo proposto pelo adversário, o Massa Bruta foi capaz de triunfar, fora de casa, pelo placar de 1×0, chegando a 17 pontos na tabela do Brasileirão. Ao final da partida, o técnico não poupou palavras para exaltar a entrega do time diante do desafio.
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Barbieri iniciou sua fala abordando a dificuldade da partida, principalmente pelas qualidades da equipe goiana, mas também afirmando a superioridade de seus comandados.“Realmente foi um jogo muito difícil. A equipe do Atlético-GO é muito competitiva e deixou a intensidade do jogo altíssima do começo até o final. Sabíamos que poderíamos encontrar essa situação, então conversamos bastante sobre isso. Eu acho que, no geral, controlamos o jogo. Claro que eles criaram algumas oportunidades, mas são coisas que vamos corrigir ao longo do tempo. Porém, no geral, nós fomos superiores e merecedores da vitória”.
Quando perguntado se a partida envolveu muita paciência, preferiu substituir a palavra por três qualidades que percebeu na equipe durante o embate. “Eu não sei se ‘paciência’ seria a palavra certa. Porque ‘paciência’ dá impressão um pouco de morosidade. Mas isso aqui foi um jogo de muita determinação, concentração e equilíbrio. De entender exatamente isso, que a gente não poderia oferecer muitos espaços, que o jogo estava muito disputado e que quando a gente tivesse a oportunidade, teria que ser competente para fazer o gol”. Logo em seguida, fez questão de destacar a importância da entrega e união dos jogadores em campo, dizendo que “Sem dúvida é uma marca importante. São pontos que temos discutido bastante, essa capacidade de solidariedade da equipe, de todos ajudarem na marcação, de todos iniciarem as construções de ataque e da equipe ser coesa. Eu acho que todos esses fatores, sem dúvida nenhuma, têm nos levado aos bons resultados que conquistamos nos últimos jogos”.
Ao enaltecer a equipe, o técnico também destacou os méritos que o Massa Bruta demonstrou durante o triunfo. “Mérito de competir, de fazer frente a esta intensidade que o Atlético promoveu, de não se desequilibrar e de não se desorganizar. Posso citar também o mérito de não entrar num jogo de “ida e volta”, como nós chamamos, que seria um jogo de transição, algo que eles propuseram desde o começo. E também ter serenidade e equilíbrio pra saber que o jogo ia ser decidido num detalhe, como foi”.
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Após as considerações gerais, o comandante focou nos elogios individuais, começando pelo craque do time Claudinho. “A volta do Claudinho sempre é importante. Eu acho que ele ainda pode melhorar na questão do ritmo de jogo, por ter ficado parado por esses dias. Mas, sem dúvida nenhuma, é um jogador que que dá qualidade e criatividade pra nossa equipe”. Em seguida, destacou o comportamento de Cleiton e como, mesmo cortado da seleção olímpica, o goleiro se mostra uma peça chave do elenco. “Achei que o corte da seleção olímpica talvez pudesse mexer um pouquinho, mas ele demonstrou uma maturidade incrível. E o que tem feito nos últimos jogos é mostrar o quão talentoso e dedicado ele é. Fico agradecido que ele tem sido capaz de nos ajudar muito nesses jogos. É um jogador que tem crescido muito em relação à mentalidade e maturidade”.
O goleador solitário da noite, Weverton, também ganhou espaço entre os elogiados de Barbieri, que disse: “O Weverton tinha uma lesão, então estava voltando aos poucos, mas sempre trabalhando. Esse chute é uma característica que temos. É até engraçado porque, nos últimos treinos, nós tínhamos comentado sobre isso com ele, já que tinha feito vários gols no treino desta maneira. Então fico muito feliz que o Weverton tenha podido entrar, contribuir com o gol e ajudar a equipe como um todo”.
Se referindo às duas contratações mais recentes, o treinador não se conteve ao realçar a importância que Lucas Evangelista e Bruno Praxedes terão dentro do elenco, além de explicar os motivos de não ter tirado do banco o ex-jogador do Internacional na última partida. “O Lucas é um jogador de muita qualidade, muito determinado e muito dedicado. É um jogador polivalente, capaz de fazer mais de uma função. Ele nos ajuda muito com a dinâmica, de querer imprimir o jogo com qualidade. Então fico muito feliz que tenhamos conseguido assegurar a permanência dele. É mais uma peça importante que ganhamos para nos ajudar nessa longa caminhada que temos pela frente”.
“Eu acho que a razão para ele não ter entrado é para dar mais tempo ao Praxedes para se incorporar à equipe e entender melhor a nossa maneira de jogar. É um jogador de muito talento e de bastante potencial. Acredito, que com o tempo, ele vai ter os minutos e as oportunidades irão aparecer para que possa nos ajudar”.
Já de olho no próximo desafio, Maurício Barbieri projetou o confronto contra o Ceará, dizendo que o clube cearense “é uma equipe que vem de um longo trabalho desenvolvido. Eu acho que passou por algumas turbulências nas últimas semanas, mas vem já encontrando o seu caminho na competição. É uma equipe com jogadores muito experientes, um treinador também muito experiente e qualificado. Tenho certeza de que vai ser um grande desafio. Mas o pensamento agora é recuperar os jogadores da melhor maneira possível. E também que o Léo [Ortiz] possa integrar a Seleção. Estamos todos felizes pela convocação, ele mais do que merece isso e, de alguma maneira, também é o resultado para um trabalho de todos os companheiros e do clube. Todo mundo se dedica pra que ele possa se destacar. A partir disso, pensaremos nas melhores escolhas para enfrentar o Ceará”.
Por fim, o comandante comentou seu status como um dos técnicos mais longevos à frente de um clube na Série A, evitando celebrar a marca. “Acho que, no meu caso em particular, é um absurdo um treinador que não tem nem um ano de clube ser o segundo mais longevo na competição. Isso demonstra uma série de incoerências, inconsistências, falta de planejamento e convicção que temos enfrentado. E eu acho que isso é extremamente ruim por dois motivos. Primeiro porque os treinadores brasileiros, que são extremamente competentes, não têm tido a confiança e o respaldo necessário para desenvolver os seus trabalhos. Em segundo lugar, o próprio futebol brasileiro sofre, porque isso implica numa queda de qualidade do jogo. Então não acho que, no meu caso, seja uma marca para se comemorar. Claro que estou feliz de ter esse tempo de casa no clube, mas eu acho que ser o segundo mais longe com menos de um ano é uma marca preocupante. Espero que eu possa me manter por muito mais tempo e tenhamos treinadores com trabalhos cada vez mais longos e consolidados”.