Olimpíadas

Brasileiros dão show e avançam para a final do Skate Park

Julio Detefon/CBSK

A classificatória do Skate Park masculino, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, aconteceu na noite desta quarta-feira, 4, às 21h, horário de Brasília e os brasileiros Luizinho, Pedro Quintas e Pedro Barros avançaram para a final.

Os três deram um verdadeiro show nas suas linhas, com Luizinho fazendo a melhor volta das elminatórias, chegando a 84.31. Pedro Quintas ficou em 3º lugar, com 79.02 e Pedro Barros em 4º, com uma nota 77.14.

Além dos brasileiros, classificaram para a fase final Kieran Woodley (AUS – 2º lugar – 82.69), Keegan Palmer (AUS – 5º lugar – 77), Steven Piniero (PRC – 6º lugar – 76.20), Vincent Matheron (FRA – 7º lugar – 74.07) e Cory Juneau (EUA – 8º lugar – 73).

O primeiro classificado para a final, Luizinho, confessou que foi uma superação, não só chegar na final, mas simplesmente ser capaz de completar as suas duas voltas.

– Eu falei: ‘Vovô (Edgard Vovô, técnico da Seleção de Skate Park), consegui, cara’. Essa foi a parte mais emocionante, eu tava muito aflito com medo, muita gente não sabe, eu tenho uma cirurgia no ombro e voltou a deslocar. Então toda vez que eu faço um movimento muito brusco pra trás ele sai, no momento tem um monte de amarração nele, pra ele não sair. Conseguir terminar essas duas voltas foi uma superação também, não foi só chegar até a final, foi a superação, disse o skatista brasileiro.

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Confira o resumo das baterias do Skate Park.

1ª Bateria

O evento começou com uma bateria sem nenhum representante do Brasil e notas baixas, com os atletas mostrando certa dificuldade para completar as voltas. Como resultado, nenhum dos atletas da bateria inicial avançou para a final da competição.

A bateria mais fraca eliminou dois dos favoritos da competição, os norte-americanos Heymana Reynolds, líder do ranking mundial, que teve como mlehor nota um 63.09 e Zion Wright, 5º colocado do ranking mundial, que liderou a série com 67.21, mas a nota não foi suficiente para ficar entre os oitro primeiros.

Dos cinco competidores, somente três conseguiram completar ao menos uma volta, além dos dois atletas dos Estados Unidos, o canadense Andy Anderson também fez uma volta limpa e teve como nota 60.78.

O veterano Rune Glifberg, uma lenda do skate, não conseguiu uma volta limpa e foi eliminado com 37.61, assim como Ivan Federico, da Itália, um dos favoritos da competição, que somou apenas 46.90.

2ª Bateria

A bateria seguinte teve a presença do brasileiro Pedro Quintas, 10º colocado do ranking mundial e bronze no último mundial e elevou o nível da competição.

O brasileiro começou a volta inicial forte, mandando um varial flip na primeira manobra, jogando aéreos altos e mandando outro flip sobre o obstáculo. Ele fazia a melhor volta da competição até o momento, mas perdeu o equilíbrio tentando um 540º segurando o nose e mesmo assim chegou a 59 pontos.

Na sequência, Danny Leon partiu para sua segunda tentativa e fez uma grande volta, conseguindo 72.24, o primeiro atleta a atingir a marca dos 70 pontos na competição. O italiano Alessandro Mazzara, bicampeão europeu, também completou uma boa volta, com direito a noseblunt, flip indy e 540º alley oop, fazendo 65.25. O brasileiro Pedro Quintas voltou à pista na sequência, tentou novamente o varial flip sobre o obstáculo e não conseguiu completar.

Pressionado, o espanhol Jaime Mateu fez uma volta enérgica e chegou a 69.18, com uma linha bastante criativa, levando o brasileiro para a perigosa 7ª colocação e Tyler Edtmar, da Alemanha, acertou sua volta para chegar em 61.78, colocando o Quintas no limite da classificação.

Pedro entrou na última volta precisando completar e não sentiu a pressão. Ele iniciou a mesma linha das outras tentativas, entrando na pista com um boardslide e mandando um flip varial sobre o transfer, com um flip indy sobre o vulcão e um lindo 540º, chegando em 79.02 e assumindo a liderança, fechando a bateria com chave de ouro.

Com a nota, Pedro Quintas foi o único atleta da bateria a avançar para a final.

3ª Bateria

Essa bateria tinha muita expectativa, pois contava o brasileiro mais bem ranqueado do circuíto, Luizinho, 3º do ranking mundial e acabou sendo a melhor bateria da competição, com quase todos os atletas completando sua primeira volta e assumindo as quatro primeiras colocações, exceção para o veterano Dallas Oberholzer, de 46 anos.

O australiano Kieran Woodley, de apenas 17, começou quebrando tudo. Ele acertou uma volta sensacional, com diversos flips e até o atropelamento do câmera e assumiu a liderança, com 82.69. Porém Luizinho não ficou pra trás e já abriu sua volta com um flip melon, mandou um 540º indy e um flip indy e chegando a 81.50. O porto riquenho Steven Piniero completou a sua volta, mas conseguiu apenas um 64.11, insuficiente para avançar a final.

O francês Vincent Matheu também fez uma boa primeira volta, chegando em 70 pontos e melhorou na seua segunda tentativa, com 74.07.

Mesmo bem posicionado, Luizinho não alivou na segunda volta, que já começou com um 360 flip, que ainda não havia sido feito na competição, um 540º indy e uma sequência de dois flips no final, que garantiu a nota 84.31 e a liderança da competição.

Na sua última volta, Steven Piniero, que havia feito voltas conservadoras, resolveu arriscar na sua e conseguiu completar uma ótima linha, com direito a flip indy e dois 540º, para uma nota 76.20, que colocou o porto-riquenho na 4ª colocação.

4ª Bateria

Com Luizinho e Pedro Quintas classificados para a final, para o Brasil faltava apenas Pedro Barros, 4ª colocado do ranking mundial, se apresentar para buscar uma vaga.

Ayumo Hirano, representante do Japão, foi o primeiro a fazer uma volta e ia muito forte, até errar no final. Na sequência, um dos favoritos, o sueco Oskar Rozenberg errou logo no início da sua volta.

Pedro Barros começou a sua tentativa voando alto com um 540º segurando no tail, mostrando que a volta seria forte. O brasileiro utilizou bem a pista, passando de manual pela ilha e mandou outro 540º, garantindo uma nota 73 e chegando na 6ª colocação.

Na sequência Cory Juneau, o vice-líder do ranking, foi pra pista. Sem Zion Wright e Heymana Reynolds, ficou para ele a pressão de representar os Estados Unidos, ele completou a volta, e marcou 71.08, pra chegar na 8ª colocação.

Na volta para segunda sessão, Ayumo Hirano conseguiu completar sua volta, mas não foi suficiente para atingir a zona de classificação. Oskar Rozenberg tentou de novo e mais uma vez errou no início da sua linha.

Pedro Barros voltou para a sua segunda volta e encaixou novamente, mandando dois 540º pesadíssimos, utilizou muito bem toda a pista e aumentou a sua nota para 77.14, garantindo um lugar na final e a 4ª colocação na tabela.

O australiano Keegan Palmer acertou a sua volta e chegou em 77 pontos, também suficiente para avançar para a final.

Na última série, Ayumo não completou a volta e o Japão ficou sem representantes na final. Oskar Rozenberg foi para a pista pressionado e começou com vários grinds e utilizando bem a parte externa da pista, varando o canyon e voltando para a pista de manual. Ele fazia uma boa volta, até errar o a última manobra, um 360º encaixando com a borda no final e ficou de fora da fase seguinte.

Cory Juneau também entrou com pressão e iniciou sua volta com dois aéreos altos, mandando um 540º, utilizou bem a pista nos grinds e slides, encaixou um noseblunt reverse na sua última volta, que foi conservadora, mas suficiente para garantir a última vaga na decisão, com uma nota 73, apenas 0.76 acima do limite para classificar.

A final do Skate será disputada na madrugada de quarta para quinta, às 0h30, horário de Brasília e tem transmissão dos canais Sportv.

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