Atuando pelo Ajax, Antony acaba de ser anunciado jogador do mês no Campeonato Holandês. Apesar do destaque na Europa, o nome do atacante está envolvido em uma cobrança milionária ao São Paulo na Justiça, feita por um ex-representante de Antony, que alega ter direito a R$ 13,7 milhões.
O prêmio de melhor jogador do mês de dezembro da Eredivise reforça o talento do garoto Antony, que na metade de 2020 chegou ao Ajax por 16 milhões de euros – aproximadamente R$ 75 milhões de reais na época.
Logo em sua primeira temporada na Europa, o meia-atacante vai mostrando seu valor e já leva destaque como um dos principais jogadores da equipe de Amsterdã. Em competições oficiais, Antony já soma sete gols e oito assistências em 18 partidas.
Enquanto Antony brilha em solo europeu, sua carreira está envolvida em uma pendência financeira na justiça brasileira. Isso porque um ex-representante do atleta faz uma cobrança de R$ 13,7 milhões ao São Paulo por uma porcentagem em sua venda para o Ajax.
COBRANÇA MILIONÁRIA NA JUSTIÇA
Paulo Nani da Silva, ex-jogador do São Paulo na década de 70, foi o responsável por levar Antony ao São Paulo em 2010. Na oportunidade, Nani alega que, caso o garoto fosse aprovado, ele teria direito a uma gratificação e mais 5% em futuras transações envolvendo o atleta.
Antony teria seu primeiro contrato firmado com o São Paulo em meados de 2014, quando tinha apenas 14 anos, durante a gestão de Carlos Miguel Aidar. Além de Aidar, o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro, o diretor financeiro Osvaldo de Abreu e o diretor jurídico Leonardo Serafim da época, teriam assinado o contrato que garantia a Nani o direito a 5% de uma futura venda de Antony.
Em primeira cobrança ao São Paulo Futebol Clube na Justiça, Nani afirma ter direito a 5% do total que o Ajax pagou em Antony – aproximadamente R$ 4 milhões na época – justamente a taxa de gratificação por ter trazido o atleta ao clube. No entanto, o pagamento não foi efetuado e o representante buscou novas medidas legais.
A segunda cobrança feita ao São Paulo, essa a de R$ 13,7 milhões, se refere aos 5% em que Paulo Nani teria direito na venda de Antony e mais indenizações por dano moral e material.
Segundo informações da ESPN, a diretoria do São Paulo alega já ter pago R$ 6 mil para Paulo Nani pela participação na revelação de Antony, em contrapartida, o representante alega que esse valor se refere a uma gratificação e não aos 5% da venda do atleta.
TAXA DE GRATIFICAÇÃO
O conselheiro do São Paulo, Denis Ormrod, também denunciou o caso de Antony e ainda explicou o sistema de gratificação do clube citado por Nani. Segundo Denis, era comum no São Paulo o pagamento de uma porcentagem para os representantes pela revelação de jogadores:
“Quem trouxe o Antony para o clube foi o Paulo Nani. Na renovação de contrato do jogador, apareceu uma pessoa que levou 10% do valor dos direitos sem nunca ter participado da vida do Antony. Enquanto o Paulo Nani, que teve todo o trabalho e o mérito, não recebeu nada. Na gestão do Carlos Miguel (Aidar), havia sido feito um contrato cedendo uma porcentagem a ele. Isso era de praxe desde a época do Juvenal Juvêncio, como forma de gratidão por trazer um talento ao São Paulo. Na renovação do Antony, a atual administração mudou isso”
Denis Ormorod, conselheiro do SPFC, sobre a situação de Antony.
Procurado pela reportagem do Esporte News Mundo, o ex-jogador e treinador Paulo Nani se mostrou decepcionado com o São Paulo por conta da situação:
“No dia que estive com o Presidente Leco, cobrando meus documentos, falei a respeito da situação, e ele me respondeu dizendo que eram outros tempos. Só tenho que agradecer ao São Paulo FC à minha formação, infelizmente a dedicação e história foi esquecida”
Paulo Nani da Silva, ex-jogador e treinador do São Paulo
Em campo, Paulo Nani foi bicampeão Paulista profissional com o São Paulo em 70 e 71. Como auxiliar, participou da conquista do Paulistão de 85 e 98. Na base, contribui na formação de nomes como: Kaká, Julio Baptista e Kleber Gladiador.
A ação movida por Paulo Nani ainda corre na Justiça do Estado de São Paulo.
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