O São Paulo recebeu o Corinthians neste domingo e foi derrotado em pleno Morumbi para mais de 50 mil pessoas por 2 a 1 pela quinta rodada do Campeonato Paulista. Após a partida, o técnico Rogério Ceni fez uma análise sobre o revés após tanto tempo de invencibilidade para o rival em casa.
– Infelizmente falhamos no primeiro tempo, em duas bolas o Corinthians teve durante todo o jogo. Depois, tivemos que arriscar. […] No jogo, acredito que fizemos um bom jogo, especialmente um bom segundo tempo. Controlamos e tivemos boa oportunidade de gols e adversário foi mais assertivo, teve seus méritos, nós tivemos leituras erradas. Serve para aprendizado, acho que temos chance de encontrar o Corinthians na frente. Resultado ruim, 50 mil pessoas e perder um clássico para um dos grandes rivais é sempre ruim. Vislumbrando o futuro, e o que nós fizemos, acho que dá para tirar coisas boas, se conseguirmos chegar nas fases decisivas com campeonato, é o que esperamos, que a gente possa ter construído coisas boas durante esse período – disse Rogério Ceni.
E as vaias novamente foram ouvidas das arquibancadas, assim como foi na primeira rodada. E não somente pelo resultado, mas também por alguns momentos da partida do lateral Orejuela, principalmente no segundo gol do adversário. O treinador comentou sobre o momento delicado do atleta, mas que ele terá mais chances para reverter a situação adversa ao torcedor.
– Isso é uma coisa que a gente não controla. A substituição, acho que um pouco pelo lado psicológico do jogador que foi vaiado. Caio é um improviso. Infelizmente temos todos os laterais direitos lesionados, mas ele é mais ofensivo. O Orejuela vai ter que ser forte e ele vai ter que jogar outras partidas. O torcedor eu entendo, querem tomar a decisão de vaiar. É sempre mais difícil para o atleta jogar com vaias. Agora tem que ter mental e ele se concentrar. Temos uma semana, não voltam nem um dos laterais lesionados, então ele vai ter que dar sequência. Ter força mental e temos que ajudá-lo, para que faça jogos, dê assistências, produza algo para que inverta esse sentimento e vaias do torcedor – explicou Ceni.
+ Para saber tudo sobre o São Paulo, siga o Esporte News Mundo no Twitter, Facebook e Instagram
Confira outras respostas do técnico Rogério Ceni:
Limite de estrangeiros
– O Galoppo não joga de lateral deireito. Tenho Méndez que é volante, Calleri que é nove, dois zagueiros que são estrangeiros. Como o Galoppo não faz a lateral direita, prefiro jogar lateral de origem, por isso fica fora. Não só ele, Gabriel Neves também. Dois jogadores que dentro das possibilidades que temos para levar para o jogo, é a realidade. É triste deixar Galoppo e Gabriel Neves de fora, em uma totalidade de 23 atletas poderiam estar dentro. Talvez um erro nosso de planejamento ter esses jogadores e não poder utilizá-los. Para utilizar Galoppo tenho que tirar um desses, então por mais que as pessoas não tem conhecimento, mas essa é a realidade. […] É pela necessidade da posição – comentou Ceni.
Plano de jogo do primeiro tempo VS substituições
– A função deles é armar jogadas mesmo (Luciano, Méndez e Pablo). O adversário se defendeu praticamente em linha baixa, apostando nos contragolpes, que é características de seus dois principais jogadores de frente. Quem tem que iniciar o jogo são eles […] Acho que nós tivemos coisas boas de controle de jogo, está faltando um pouco de ajuste, treinamento, repetição, melhor finalização, que trabalhamos bastante. Acho que se for analisar o jogo, nós criamos mais o jogo, controlamos melhor e eles dentro da estratégia deles foram mais felizes nos contragolpes e tiveram a oportunidade de marcar seus gols.
Marcos Paulo no banco
– Falta a parte física, ele (Marcos Paulo) precisa evoluir. A função de um 10 é armar o jogo, mas também é recompor, acompanhar o volante adversário. Nisso, o Luciano está um pouco à frente, veio bem na parte física. O Nestor também. Ele precisa se aprimorar nesse sentido de jogo, no sentido coletivo. Não é uma crítica, é só uma observação. Assim ele poderá ter mais minutos. Eu gosto muito do Luciano nessa função. Hoje tentamos ser mais precavidos com os dois volantes, mas não fomos felizes, pois sofremos gols mesmo controlando o jogo. E dentro dos gols também erramos coberturas, tomamos decisões precipitadas. Por isso cedemos os gols, além do mérito deles, que têm um time qualificado.
Vaias da torcida
– Eu acho que o torcedor expressa seu sentimento no jogo pelo resultado em si. É natural que, com 2 a 0 no primeiro tempo, qualquer erro que aconteça, o torcedor vaie. Não é pelo atleta, é pelo momento, pelo jogo. Quando ficou 2 a 1, mesmo que tivesse erro, o torcedor aplaudia, dava força para nós. Vai muito do momento. Em um Morumbi, com 50 mil pessoas, perdendo de 2 a 0… Qualquer um que erre, vai ter barulho de decepção no estádio – explicou Ceni.