O Botafogo e a Prefeitura do Rio de Janeiro pensam na possibilidade de retirar a pista de atletismo do Estádio Nilton Santos para realizar um desejo do dono do clube, John Textor: aproximar a torcida do gramado. Essa ideia gerou insatisfação por parte da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Em entrevista para “O Globo”, o presidente da entidade, Wlamir Campos, falou o que pensa em relação a essa atitude.
– Queremos saber a posição formal do prefeito e o que será feito da pista. Se houver intenção de retirada, vamos ao Ministério Público. Trata-se de um estádio olímpico, com campo de futebol e duas pistas de atletismo, a interna e a externa, de aquecimento e com o mesmo piso. Tudo construído com dinheiro público – diz Wlamir, que deseja uma reunião com o prefeito e não aceita mudança para outro lugar.
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Wlamir também argumenta em relação à importância da pista para a história do atletismo. Foi nela que o maior velocista do mundo deu seu último tiro olímpico.
– Não são móveis e por isso não faz sentido retirá-los. Este é o melhor e único local no Brasil com condições de receber mundiais por causa das duas pistas deste nível. Falamos de cerca de R$ 20 milhões cada, somente em termos do piso e em valores atuais. Foi nela que Usain Bolt deu o último “tiro” olímpico.
O Glorioso, por outro lado, se mantém tranquilo. O clube diz que não apresentou projetos ao prefeito Eduardo Paes, que “se colocou à disposição do Botafogo para ajudá-lo e aguarda que o clube apresente o projeto para a modernização do Estádio Nilton Santos”.
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Wlamir pensa que John Textor estaria blefando sobre sair do Nilton Santos e construir um novo estádio, uma vez que a nova concessão do Botafogo vai até 2051.
– Uma coisa é concessão. Outra é mudar o objeto do equipamento público. Em uma comparação simples, é como alugar uma casa com piscina e aterrá-la para estacionar o carro. E, ao deixar o imóvel, o inquilino entregar a casa sem piscina. Textor deve blefar sobre sair do local, já que há nova concessão até 2051.
Além de tudo isso, a Confederação Brasileira de Atletismo também reclama do preço de aluguel do estádio, que gira em torno de R$ 150 mil por dia.
