A torcida Colorada acordou nesta quarta-feira (26) com a informação de um possível reforço: o atacante Gustavo Maia, do Barcelona B, tem tido seu nome vinculado ao clube. O Esporte News Mundo confirmou, com fontes ligadas ao atleta, que o acerto está muito próximo e é possível que a situação tenha um desfecho positivo muito em breve.
O jovem deve chegar no Brasil entre hoje (26) e amanhã (27) para selar o acordo oficialmente e defender o Internacional.
Gustavo Maia tem 20 anos de idade e foi formado nas categorias de base do São Paulo. O atleta faz parte da geração 2001 do tricolor paulista, onde atuava ao lado de nomes como Felipe Morato, do Benfica, e Ricardinho, do Grêmio.
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Histórico
No São Paulo desde o sub-15, Maia começou despontando na Copa do Brasil Votorantim, que na época era considerada a Copa do Brasil da categoria. O São Paulo conquistou seu quinto título, em uma das mais emocionantes disputas da história da competição.
Maia apareceu muito bem na conquista tricolor, ele abriu o placar na final, já mostrando uma das suas boas características, a finalização da entrada da área e foi o artilheiro do torneio com cinco gols. Ed Carlos, hoje no Santos, foi eleito o craque do campeonato. Entre as atuações destacadas do atacante na competição, está a vitória do São Paulo sobre o Grêmio por 3 a 1, com direito a hattrick do artilheiro.
Maia se manteve como titular e novamente ganhou destaque, marcando dois gols na estreia do time na Copa Nike de 2016 e anotando oito gols ao longo do Paulistão da categoria, embora o São Paulo não tenha conquistado nenhum dos dois títulos.
Sub-17 avassalador
O grande destaque de Gustavo Maia veio no sub-17. Ele tinha ido bem no sub-15, mas na categoria de cima foi surpreendente e mostrou uma evolução brutal no seu jogo, assumindo o protagonismo do time de fato.
As atuações encantaram, não foram poucas vezes em que Maia carregou o time contra resultados adversos, tanto no Paulistão, como na Taça BH.
O São Paulo buscava o tricampeonato consecutivo da competição da Federação Mineira de Futebol e Gustavo Maia foi um dos principais jogadores da equipe. O Grêmio novamente foi a vítima preferida do atacante, que marcou dois gols e deu uma assistência na goleada do tricolor paulista por 4 a 0, que eliminou a o tricolor gaúcho da competição. O São Paulo acabou perdendo na semifinal para o Atlético-MG, que foi campeão da edição.
Na Copa do Brasil do Brasil sub-17, o jovem teve ainda mais destaque e foi artilheiro do time com sete gols, apenas um atrás de João Pedro, do Fluminense, goleador máximo do torneio.
Logo na primeira fase, Maia mostrou que estava ali para resolver e marcou os três gols do São Paulo nas vitórias contra o Atlético-GO, por 2 a 1 na ida e 1 a 0 na volta. Na fase seguinte, o time se vingou da derrota na Taça BH para o Galo, goleou no jogo da volta por 5 a 1, com direito a hattrick de Gustavo Maia.
O tricolor paulista acabou eliminado pelo Flamengo, mas Maia novamente apareceu muito bem, anotando um dos gols no empate por 2 a 2, que selou a eliminação da equipe.
As boas atuações do atacante não pararam nas competições nacionais, ele foi artilheiro do time no vice-campeonato do Paulista sub-17 com 21 gols. No total, Maia somou 30 gols em 36 jogos na temporada, a mais artilheira da sua ainda curta carreira.
Entre os jogos de destaque, está uma recuperação incrível contra o Ituano, em que o São Paulo perdia por 3 a 0, na estreia do Paulista sub-17, com hattrick de Gabriel Martinelli e Gustavo Maia anotou uma assistência e dois gols para arrancar o empate para o tricolor.
Na fase final, ele marcou nas quartas de final, na vitória contra o Amparo e na semifinal, contra o Corinthians e teve grande destaque, apesar da derrota para o Palmeiras, que dominou os dois jogos da decisão.
Confiante no sub-20
O grande destaque, que tornou Gustavo Maia de fato o protagonista da geração 2001, atuando pelo sub-17, foi carregado para a categoria sub-20, onde o jovem não se intimidou e continuou exercendo um papel importante na equipe.
Maia foi muito decisivo, sempre marcando em grandes jogos. Em 2019 foram oito gols, sendo dois deles contra o Corinthians, um contra o Palmeiras e um contra o próprio Internacional. No ano seguinte, a Copa São Paulo foi um fator importante para que o Barcelona optasse pela sua compra.
Gustavo Maia marcou três gols em sete jogos, mesmo sendo reserva da equipe. Em uma campanha inconstante e até decepcionante do São Paulo, o futebol do jovem chamou a atenção, pois toda vez que ele entrou, a equipe se tornou mais perigosa.
Quando já estava no Barcelona, veio a sonhada convocação para a Seleção Brasileira sub-20. Com o comando de André Jardine, Maia foi um dos destaques da campanha campeã do Torneio Internacional.
Além dos gols marcados ao longo da competição, foi de Gustavo Maia a jogada do gol do título, marcado por Cauê, do Corinthians. Ele passou pela marcação e tocou para trás, onde Cauê completou para o fundo do gol.
Um atacante versátil
Falar que Maia é atacante talvez não dê a dimensão das funções que ele pode exercer em campo. Na base do São Paulo ele fez praticamente todas as posições ofensivas possíveis e de diversas formas diferentes de jogar.
Foi ponta em 3-4-3 e foi meia esquerda em outras formações, foi segundo atacante em 4-4-2 e 3-5-2 e meia-esquerda ou meia-direita também nas mesmas formações. Criou jogadas, finalizou, driblou, passou, é o típico jogador que pode desempenhar diferentes papéis durante a partida.
Verdade seja dita, porém, foi pelo lado esquerdo do campo que seu futebol apareceu mais. Como tem boa velocidade, embora não seja de fato um velocista e uma finalização muito precisa e forte da entrada da área, ter Gustavo do lado esquerdo fornece ao time uma arma poderosa, capaz de cortar para o meio e definir a jogada.
Porém não só isso, Maia desempenha muito bem a marcação pressão na zaga adversária ou, quando necessário, acompanhando as subidas, marcando o corredor, de qualquer lado que esteja do campo.
Para o estilo de Aguirre, o jovem pode ser uma ótima aquisição, já que seu jogo é bastante objetivo, sempre buscando ir para a frente, uma arma que pode ser letal nos contra-ataques e jogadas rápidas de ataque das equipes do técnico uruguaio, que tem como uma das suas características concluir os lances em cinco toques ou menos.
Carrasco do Grêmio
Quem chegou até aqui no texto, já percebeu que Gustavo Maia teve grandes atuações contra o maior rival do Internacional.
Contra o Grêmio foram três jogos, cinco gols e uma assistência para a conta do jovem, que deve fechar com o Colorado em breve.
Então se mantiver a sina contra o tricolor gaúcho, o jovem atacante vai fazer a torcida colorada muito feliz.
Por que não deu certo no Barcelona B?
O futebol não é uma ciência exata e muito pode se especular sobre as poucas chances do brasileiro na equipe catalã.
Conhecendo o atleta desde muito cedo, acredito que a adaptação ao novo país, novo estilo de vida e muito mais fatores fora dos gramados, podem ter influenciado seu rendimento no novo time. Maia sempre se mostrou um garoto simples e tranquilo, até um pouco tímido e não é difícil imaginar a peso que isso pode ter para um garoto de 19 anos de idade, que de repente chega em um dos maiores clubes do mundo.
Apesar de subestimada por muitos torcedores, a mudança de país, de status do clube e de ambiente, pode ser um fator determinante para diversos atletas, inclusive aqueles considerados do mais alto nível.
Verdade seja dita, ir para a base dos clubes gigantes da Europa raramente dá certo para os brasileiros. Não são poucos os casos, mesmo quando desempenharam bem pelas categorias inferiores dos seus novos times, em que eles acabam não tendo chances no profissional ou não despontando como era esperado.
Nathan deixou o Athletico-PR para jogar no sub-20 do Chelsea e acabou voltando ao Brasil para finalmente ter algum destaque no Atlético-MG. Augusto Galván foi para o Real Madrid Castilla e voltou ao Brasil para defender o Santos. Lucas Piazón foi para o sub-18 do Chelsea e quase não teve chances na equipe, rodando por vários empréstimos, até a sua atual boa fase na liga portuguesa. Rodrigo Farofa também foi para o Real Madrid Castilla, depois de passar por Novorizontino e Palmeiras, mas segue sendo emprestado. Até mesmo casos de sucesso, como Coutinho, que começou na Inter de Milão, só foi aparecer depois de empréstimos e em outro time e outra liga, são bons exemplos da dificuldade de aparecer na base estrangeira..
O movimento de deixar o Brasil tão cedo exige muito da personalidade e da paciência do jogador, às vezes também do âmbito empresarial extracampo e por isso não tem tantos bons resultados. Quem sabe voltar para o próprio país, seja justamente o que Gustavo precisa para reencontrar seu melhor futebol.