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Conheça Teo Lopes, baiano que ganhou protagonismo nos bastidores da Fórmula E

A prova volta para São Paulo em março de 2024 no Sambódromo do Anhembi

A história de Teo Lopes é uma das que se tornaram lendárias no mundo do automobilismo. Nascido na cidade de Mundo Novo, na Bahia, Teo mudou-se para São Paulo ainda criança, na década de 1950. Desde então, ele trilhou um caminho impressionante que o levou da capital paulista até os bastidores do automobilismo mundial.

Hoje, aos 68 anos, o paulistano de coração é um dos integrantes da parte mecânica e desenvolvimento da equipe ERT do Campeonato Mundial ABB FIA Formula E. O time conta com o mineiro Sérgio Sette Câmara e disputará a décima temporada dos carros elétricos a partir de janeiro na Cidade do México.

Em entrevista na pista do Circuito Ricardo Tomo, em Valência, na Espanha, onde ocorreu a pré-temporada da Fórmula E, Teo recordou que foi apresentado ao mundo do automobilismo pelo irmão. A história tinha tudo para dar certo, já que eles moravam muito próximo ao autódromo de Interlagos e o Brasil estava vivendo o início da febre da F1.

“É bom ver o futuro do automobilismo de perto, o desenvolvimento dessa tecnologia. Óbvio que as tecnologias no setor automotivo evoluem muito rapidamente, e amanhã podemos ter outro tipo de energia apontado como futuro. De qualquer forma, é um futuro promissor, com o uso de energia limpa”, destaca Teo.

A Fórmula E é uma categoria de corrida que combina alta velocidade e tecnologia elétrica. A prova volta para São Paulo em março de 2024 no Sambódromo do Anhembi esperando receber mais de 20 mil pessoas como na temporada 2023. Os ingressos começam a ser vendidos em breve.

O brasileiro reside na Inglaterra, próximo ao lendário Circuito de Silverstone, e agora se dedica 100% ao desenvolvimento do monoposto da ERT. ”Trabalho com o Serginho desde o ano passado na equipe. Infelizmente não tivemos um ano muito bom, mas temos a perspectiva de ser melhor na próxima temporada”.

E se depender da mão de Teo Lopes a equipe vai melhorar! Ele acredita na evolução da ERT neste ano e principalmente em 2025 quando os times poderão mexer ainda mais nas configurações dos carros, o chamado power training.

“Nos primeiros anos, não podíamos tocar nos carros. Tinha um grupo de pessoas adequadas para mexer na parte elétrica. Hoje podemos fazer tudo, montar e desmontar. Não é mais algo de outro mundo, como parecia quando tudo começou. Cresceu em estrutura, e diminuiu o tamanho dos componentes dos carros. Motor e baterias diminuíram de tamanho e peso, melhorou a capacidade e potência, um processo que não imaginávamos que seria tão rápido”, revela.

Ao longo de sua carreira, Teo teve a oportunidade de trabalhar com muitos pilotos renomados como Rubens Barrichello, Pupo Moreno, mas, infelizmente, não teve a chance de colaborar com um dos maiores ícones do automobilismo brasileiro, Ayrton Senna. “Tive uma boa relação com ele e era muito gente fina. Jantamos juntos exatamente um ano antes da tragédia de 1994. Não dá para acreditar até hoje”, recorda Teo.

Teo Lopes é um grande defensor da necessidade de categorias de base fortes no automobilismo brasileiro para que mais pilotos entrem nas principais categorias como F1 e F-E, mas a caminhada até aqui não é nada fácil!. “Para mim, a grande falha do Brasil foi o fim da Fórmula Ford. Se tivessem dado continuidade na categoria, ainda estaríamos formando novos talentos. Ficamos muitos anos sem a categoria de base, e isso fez diminuir o nível dos pilotos.,

No que diz respeito ao patrocínio, Teo reconhece as dificuldades enfrentadas pelos pilotos brasileiros. “Existem aqueles que a família pode sustentar a carreira financeiramente, e podem conseguir chegar às categorias principais, mas é algo muito raro de acontecer. A realidade é difícil, chegar na F1 nos dias atuais é complicado”, destaca Teo, ressaltando o potencial do jovem piloto brasileiro Drugovich.

A história de Teo Lopes é um exemplo inspirador de alguém que, movido pela paixão pelo automobilismo, conquistou seu lugar nos bastidores do esporte mundial e testemunhou seu constante avanço tecnológico. De Mundo Novo, na Bahia, passando por São Paulo e se consolidando na Inglaterra, onde só sai após sua aposentadoria.

Foto: Flávio Perez

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