O ano de 2020 foi um ano confuso para o Cruzeiro, principalmente em seu início, com indefinições tanto na administração do clube quanto no plantel de jogadores para a temporada. Apesar da Raposa ter se recomposto elegendo um presidente, definindo gestão de futebol e, na metade da Série B, ter contratado Felipão para arrumar a casa dentro de campo, muita coisa aconteceu para que o time chegasse ao primeiro dia de 2021 com apenas 1% de chance de subir para a primeira divisão.
Dentro do elenco celeste chegaram jogadores desde o início do ano passado, alguns sendo promessa de destaque na reconstrução do Cruzeiro, mostrando grande identificação com o clube e torcida, mas que não renderam na atual temporada. Já outros atletas pouco badalados chegaram e assumiram a titularidade da equipe.
Com a provável permanência na Série B deste ano, a receita do clube diminui para ter um time de alto nível para a temporada e, por tanto, a folha salarial do plantel terá de ser enxugado. Mas afinal, quem vingou em 2020? Qual jogador que foi contratado e se destacou e tem de permanecer? Qual atleta que chegou nesta temporada e não rendeu o esperado?
Ficaram devendo
Marcelo Moreno
Um jogador com imensa identificação com o Cruzeiro, Marcelo Moreno, chegou em fevereiro de 2020, abdicando de altos salários e aceitando a realidade financeira do clube para ajudar na reconstrução da Raposa. Porém, apenas a demonstração de carinho à instituição e a história de títulos conquistados com o time celeste – um Campeonato Brasileiro (2014) e dois Campeonatos Mineiros (2008 e 2014) não foram o bastante para que o jogador boliviano rendesse bons frutos dentro de campo com a camisa celeste.
Na atual temporada, Marcelo Moreno fez apenas três gols em 23 jogos na Série B e marcou apenas uma vez no Campeonato Mineiro. Isso dá uma frequência de um gol a cada 454 minutos. Com o baixo rendimento, o atacante perdeu posição e é atualmente reserva do time celeste.
Claudinho
Claudinho foi contratado pelo Cruzeiro ainda quando Enderson Moreira era o treinador da Raposa. Apesar do jogador de 20 anos ter sido tratado como um jogador promissor, foram poucas oportunidades no time, tendo disputado nove jogos e nenhum como titular. O atleta ainda não teve a chance de provar ter sido uma boa contratação cruzeirense.
Giovanni
O Cruzeiro contratou o lateral-esquerdo Giovanni, do Bahia, em julho de 2020. Apesar do contrato assinado ter duração até dezembro deste ano, o jogador nunca se firmou no time celeste e chegou até ser afastado do grupo, não fazendo mais parte da Raposa para a atual temporada. Futuro do atleta é incerto.
Rafael Luiz
Em agosto deste ano, o Cruzeiro anunciou a contratação do lateral-direito Rafael Luiz, de apenas 19 anos, por empréstimo do Sport. Apesar do jogador ter sido convocado para a Seleção Brasileira Sub-20, o atleta não teve muitas oportunidades com a camisa celeste. Foram 11 jogos pelo Cruzeiro na Série B, mas sem muito destaque. O vínculo de Rafael com a Raposa dura até março deste ano.
Giovanni Piccolomo
O meia Giovanni Piccolomo foi contratado pelo Cruzeiro em outubro do ano passado, mas só foi estrear apenas em dezembro de 2020, pelo fato do jogador não ter entrado em forma durante esse tempo. Quando entrou, atuou bem, mas foram apenas cinco jogos, sendo uma como titular, portanto ainda não mostrou a que veio na Raposa.
William Pottker
Uma das contratações mais questionadas do Cruzeiro na temporada, William Pottker chegou ao Cruzeiro em novembro de 2020, em uma troca envolvendo Maurício com o Internacional, a pedido de Felipão. Apesar de todos os elogios que o treinador celeste fez ao jogador, o atacante ainda não mostrou um bom rendimento em campo vestindo a camisa azul. Ele disputou nove jogos, marcou um gol e deu uma assistência.
Mandaram bem
Filipe Machado
O meia/volante chegou no Cruzeiro ainda em janeiro de 2020, por empréstimo, vindo do Grêmio. O jogador, de 24 anos, teve destaque ainda quando a Raposa era comandada por Ney Franco, mas foi com Felipão que Filipe Machado se firmou como titular, ocupando a vaga de Régis. O atleta se destacou pela técnica apurada em cobranças de falta e lançamentos. Não é à toa que Machado é o líder de assistências do time celeste na Série B, com cinco assistências.
Filipe Machado tinha contrato com o Cruzeiro até dezembro de 2020, mas teve o vínculo estendido até o final da Série B.
Ramon
Vindo do Vitória, o zagueiro Ramon acabou se tornando uma grata surpresa para o torcedor cruzeirense. Com a crise de rendimento na defesa do Cruzeiro, o jogador mostrou bom desempenho, principalmente com Felipão, atuando tanto na zaga como de volante. O atleta se firmou na titularidade da Raposa e pelos desarmes e na marcação. Inclusive, Ramon já até marcou um gol com a camisa azul, de cabeça, contra seu ex-clube baiano.
Raúl Cáceres
Outro jogador que se destacou muito positivamente foi o lateral-direito Raúl Cáceres. O jogador é o que soma melhores números no elenco cruzeirense na Série B, sendo forte ofensivamente com os cruzamentos quanto na marcação. O atleta é o que cria as melhores chances do time celeste, com uma média de cinco grandes chances de gol criadas por partida. Em 23 jogos com o Cruzeiro, ele marcou dois gols e deu três assistências.
Airton
Talvez a maior surpresa do Cruzeiro na temporada 2020/2021, Airton, que foi contratado do Inter de Limeira, chegou como um jogador desconhecido, mas, com Felipão, mostrou a que veio. Meia de muita velocidade, ele atuou em 25 oportunidades com a camisa azul celeste, sendo 22 como titular, marcou quatro gols e deu uma assistência.
Arthur Caíke
Contratado em agosto de 2020, Arthur Caíke chegou a ser titular do time celeste no ano passado, mas não se tornou absoluto por deixar a desejar em vários momentos. Apesar disso, ele marcou quatro gols e deu uma assistência em 25 jogos, sendo 17 como titular.
Rafael Sóbis
O principal jogador da temporada cruzeirense é Rafael Sóbis. Mesmo com pouco tempo, o atacante já se tornou um dos artilheiros do time celeste na Série B, marcando cinco gols em dez jogos, e deu uma assistência. Dentre os tentos marcados pelo atleta, se destaca um marcado ainda no meio de campo, o famoso “gol que Pelé não fez”, além de gol de falta, pênalti e bola rolando também. Em um setor que rendeu tão pouco no Cruzeiro com Sassá, Marcelo Moreno e Thiago, Sóbis se destacou pela mobilidade, proposição de jogo e qualidade técnica.
Régis*
O meia, que veio do Bahia, chegou em abril de 2020 e assumiu a camisa 10 do Cruzeiro. O jogador foi titular por diversas vezes e se destacou por uma técnica apurada com a bola nos pés, mas a improdutividade criativa da Raposa acabou colocando em cheque a titularidade do atleta.
Régis atuou 27 jogos no Cruzeiro, sendo 18 como titular, marcou dois gols e deu quatro assistências. Ao final de 2020, Régis teve seu contrato de empréstimo com o clube celeste encerrado, seu futuro em Belo Horizonte ainda é incerto, pois o meia teria renovação de contrato caso houvesse o acesso, e ainda, a Raposa está impedida de registrar novos jogadores devido uma punição da CNRD referente à dívida da compra de Bruno Viana.
