Copa do Mundo Feminina - Austrália & Nova Zelândia 2023

Copa Feminina: Pergunta causa polêmica com capitã do Marrocos em coletiva pós-jogo

Ghizlane Chebbak 'retruca' pergunta sobre homossexualidade e causa clima em coletiva (Foto: WILLIAM WEST/AFP via Getty Images)

Ghizlane Chebbak não responde pergunta, alegando tom político ao repórter na coletiva de imprensa

Foto: WILLIAM WEST/AFP via Getty Images

Uma polêmica surgiu durante a coletiva de imprensa da seleção feminina do Marrocos na Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2023. Um repórter da BBC World Service fez uma pergunta considerada “inapropriada” à capitã Ghizlane Chebbak, gerando reações de descontentamento. O incidente ocorreu durante uma coletiva de imprensa antes da partida de abertura do Marrocos contra a Alemanha no torneio.

A pergunta que gerou controvérsia foi sobre a existência de ‘jogadoras gays’ dentro do elenco marroquino e suas experiências em um país onde relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo são criminalizados. O repórter perguntou a Chebbak:

– No Marrocos, é ilegal ter um relacionamento gay. Você tem jogadoras gays em seu time e como é a vida delas no Marrocos?

No entanto, a capitã da seleção marroquina interveio rapidamente, considerando a pergunta como ‘muito política’ e redirecionou a discussão para focar apenas em questões relacionadas ao futebol. Inabalado, o repórter insistiu que a pergunta era sobre pessoas, não política, e pediu à capitã que respondesse, o que não ocorreu.

A resposta à pergunta causou desconforto e consternação em alguns membros da imprensa marroquina presentes na conferência. A BBC, reconhecendo a natureza inapropriada da pergunta, emitiu um pedido de desculpas, esclarecendo que sua intenção não era causar danos ou angústia. Segundo um porta-voz, a intenção não era causar nenhum dano ou angústia.

Vale ressaltar que o Marrocos tem leis que criminalizam relações entre pessoas do mesmo sexo, rotuladas como ‘desvios sexuais’. Essa legislação cria um ambiente hostil e restritivo para a comunidade LGBTQIA+ no país. A posição do Marrocos em relação a relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, conforme afirmado pela Human Rights Watch, é regida pelo Artigo 489 do código penal, que impõe prisão e multas para envolvimento em relações homossexuais.

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