Na última quarta-feira (23), o Corinthians sofreu sua quinta derrota no Campeonato Brasileiro. O Sport venceu o Timão na Ilha do Retiro por 1 a 0 e deixou a equipe de Dyego Coelho ainda mais pressionada. Durante a partida, o Corinthians se portou taticamente de maneira que, dadas as devidas proporções, lembrou a Seleção de Brasileira de 1982.
O time de Telê Santana, apesar de muito talento, sofria diversas críticas. Uma das mais incisivas foi a falta de um ponta de ofício no time titular, que virou clamor nacional. Entretanto, a campanha “Bota ponta, Telê”, popularizada por Jô Soares, não fez efeito. Quando treinava o Corinthians, Tiago Nunes pedia justamente um ponta. Coelho, por sua vez, tenta resolver esse problema.
Semelhanças ruins
Se Telê tinha Zico, Sócrates, Falcão e Toninho Cerezo para compor o meio-campo, Coelho não tem tanta qualidade assim. As dificuldades em encontrar o meio ideal, vindas desde a época de Tiago Nunes, fizeram com que o interino promovesse estreias de Xavier e Roni, dois jogadores da base. Outros nomes, como Araos e Mateus Vital, ainda não convenceram a torcida.
No segundo tempo contra o Sport, após as mudanças de Coelho, o Corinthians passou a ter uma característica que lembrou a Seleção de 1982. Com a entrada de Luan no lugar de Everaldo, um meia de criação por um ponta de velocidade, ficou ainda mais evidente. Depois disso, Mateus Vital passou a atuar na esquerda, com Luan se aproximando no meio e Otero, teoricamente, na direita.
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O problema é que, na prática, Vital, Luan e Otero se aproximavam pelo lado esquerdo, que ainda contava com a ultrapassagem de Piton na lateral. Bom para triangulações e jogadas rápidas (que não ocorreram), mas abria muitos espaços na direita. Por vezes, Roni teve de ocupar esse espaço, seja para dar opção no ataque ou ajudar na marcação. O corredor livre para Fagner significava, também, que haveria exposição nas costas do lateral.
Problema que Telê não resolveu
Durante a Copa da Espanha, isso custou o resultado contra a Itália, nas quartas de final. A Tragédia de Sarriá, como foi repercutido o resultado de 3 a 2 desfavorável ao Brasil, expôs os defeitos da Seleção. A ideia de colocar os melhores jogadores juntos, recheando o meio de craques, trouxe complicações ofensivas e defensivas.
A Seleção era “torta” taticamente para a direita, com um quadrado mágico voltado para aquele lado. Sócrates, que vinha da direita para o meio, Leandro ultrapassando na lateral, Zico se aproximando do Doutor e Falcão subindo pelo meio, o time de Telê ficava, de certo modo, desorganizado por conta do talento excessivo.
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Se o Brasil era torto para a direita, o Corinthians entortou para a esquerda. Otero saía deixava sua posição para ir de encontro ao meio. Luan aproximava da esquerda e Vital saía do lado, dando espaço para Piton. Dificuldades para criar que criaram espaços na defesa. O Sport não aproveitou esses buracos tão bem quanto a Itália em 1982, mas também já tinha o resultado.
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