Na vitória diante do Coritiba, na última quarta-feira (19), por 3×1, o Corinthians entrou com algumas mudanças. Primeiro, por uma lesão de Mateus Vital, Léo Natel foi titular na ponta esquerda. E, novamente, Luan ficou no banco para dar lugar a Ángelo Araos no meio. As mexidas no segundo tempo, deixando o time mais ofensivo e dando espaço para os jogadores vindos da base, também animaram o torcedor.
Depois de praticamente nove meses no comando do clube, Tiago Nunes parece ter os primeiros indícios de uma “dor de cabeça boa”. Aquela em que os testes feitos pelo treinador dão resultado em campo e, para as próximas partidas, o dão mais opções qualificadas.
Dúvidas boas
Tiago Nunes reconhece que o elenco corintiano não é abundante. A sequência fulminante de jogos decisivos também não contribuiu para que novos jogadores e esquemas fossem testados. Ainda assim, na vitória de quarta-feira, ficaram evidentes as brigas por posições dentro do Corinthians – em todos os setores.
Com a vaga deixada por Carlos Augusto, Sidcley e Lucas Piton duelam pela titularidade. O primeiro fez um jogo muito seguro no apoio e mostrou capacidade defensiva, por mais que não seja sua principal arma. Piton, jovem da base, tem deixado clara a sua qualidade ofensiva, mas ainda tem pontos a melhorar. Na ponta, onde o treinador tem mais dificuldade, são vários nomes: Vital, Ramiro, Léo Natel, Everaldo e Gustavo. Características diferentes que podem ser escolhidas em partidas distintas.
No meio-campo, Gabriel e Cantillo são os atuais titulares. Mesmo assim, Camacho e Éderson têm suas funções e, além de tudo, podem se complementar. Ainda mais se Tiago Nunes mudar o esquema da equipe – no fim da partida contra o Coritiba, o Corinthians se postou em um 4-3-3, com Camacho como primeiro volante e Éderson e Araos como meio-campistas.
A maior das dores de cabeças
Em entrevista coletiva, Evandro Fornari, auxiliar que comandou a primeira vitória do Timão no Campeonato Brasileiro, explicou o motivo de deixar Luan no banco. Segundo ele, foi uma decisão tática, para dar mobilidade no último terço do campo. A entrada de Araos se mostrou uma mudança benéfica para o time: é o jogador que mais participou de gols do time (3), empatado com Jô.
Entretanto, os números do chileno são semelhantes aos de Luan, e em alguns quesitos o brasileiro ainda leva vantagem. Araos tem duas assistências e um gol no Brasileirão até aqui, além de ter mais finalizações por jogo do que Luan (1.3 contra 1, segundo dados do SofaScore). Vale lembrar que o camisa 7 jogou apenas 80 minutos na competição.
Mesmo assim, Luan é importante para o funcionamento da equipe. Em média, é o segundo jogador com mais passes certos por jogo (53), com 88% de acerto. São números bem melhores que os de Araos, que acerta, em média, 25 passes por partida, com 73% de aproveitamento. O brasileiro também é quem mais dá passes decisivos (2) e acerta lançamentos (4) por jogo no time – valores em média.
Se vira, Tiago Nunes
Por mais que Luan não tenha convencido em regularidade, como Araos tem feito, não é um jogador dispensável. São estilos diferentes, que podem exercer funções complementares dependendo de como o treinador enxergar a equipe. Luan, atualmente, atua mais como um eixo do meio para o ataque, um “enganche“, como analistas gostariam de chamar. Araos é um meia mais dinâmico, que se movimenta, abre espaços e pode confundir a marcação.
É claro que o encaixe do Luan, Araos, ou os dois, depende do resto do time. Com Éderson no lugar de Cantillo, a formulação do ataque do Corinthians muda completamente. Um meio com três, diferente dos dois pivôs à frente da zaga, dá outra cara para a construção do time. São detalhes que Tiago Nunes deverá ajeitar e, pela primeira vez na temporada, tratar de uma pequena, mas boa, dor de cabeça.
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