O Atlético-MG, enfim, apresentou oficialmente Cuca como novo treinador, nesta terça-feira (16) – mesmo dia em que teve o nome publicado no Boletim Informativo Diário da CBF. Ao lado do presidente Sérgio Coelho, do diretor de futebol Rodrigo Caetano e do gerente de futebol Victor, o técnico falou, direto da Arena MRV, sobre as expectativas para o Atlético em 2021 e, principalmente, sobre o estado de saúde da mãe que se encontra hospitalizada em decorrência da Covid-19.
Apresentado nesta manhã aos jogadores do Galo, Cuca já havia sido confirmado como técnico alvinegro há mais de duas semanas, mas por conta da internação da mãe preferiu adiar o momento de retornar ao trabalho e assumir o Atlético. Por conta disso, o comandante deixou claro que a decisão de aceitar treinar a equipe mineira não foi fácil, visto que isso implicava em sair de Curitiba e do lado mãe.
– Eu fico muito feliz em poder voltar, lógico que não é o momento que eu queria está vivendo hoje, com minha mãe estando em uma situação muito delicada de saúde como ela está e mesmo assim eu me prontifiquei a vir trabalhar e dar o meu melhor, lógico que quando eu estou no campo tento ver lá em casa, no hospital, como estão as coisas, para que ela tenha uma evolução, uma melhora de saúde e que ela possa ficar com a gente no futuro próximo, junto de mim, de minhas filhas e dos meus irmãos também. Não foi uma decisão fácil porque, por esse momento de saúde da minha mãe, foi um momento muito difícil para mim poder vir e muitas coisas passam na cabeça da gente, mas eu refleti muito com a minha família e a gente entendeu que estar junto com eles na fé, no espírito e vou estar aqui trabalhando, dando meu máximo.
Sucedendo o trabalho de Sampaoli assim como ocorrido no Santos, o novo técnico do Atlético deixou claro que assim com o argentino, pretende exibir um time ofensivo, mas dentro das próprias convicções táticas. Cuca ainda enfatizou que chega ao Galo com o desejo de brigar por título em todas as competições que o clube estiver disputando ao longo da temporada.
– Eu tenho meu estilo de jogo, eu sempre tento por a equipe mais à frente possível com organização. O Sampaoli também é assim, só que cada um tem uma maneira tática de jogar, ele tem diversas maneiras também, eu gosto muito do plano tático e nós temos um time recheado de muitos bons jogadores (…) Era uma grande vontade de minha em voltar a trabalhar aqui no Galo depois de sete para oito anos, eu consigo voltar, lógico que eu sei o tamanho da responsabilidade que tenho aqui, assim como eu sabia também da outra vez que eu vim, em 2011, e nós fizemos um 2011 de recuperação, um 2012 muito bom e um brilhante 2013, então eu tenho muita confiança, hoje, as condições são muito melhores do que eram naqueles anos e formar um ambiente favorável é o que eu busco, em primeiro lugar, mostrar cada jogador pelo o que ele luta e com quem ele luta por situações no time, mostrar para eles a importância que se tem de vestir a camisa do Galo e de buscar conquista no Atlético e a gente tem essa ambição, eu não sei aqui qual competição nós vamos buscar, qual competição a gente vai sair campeão, mas eu sei dizer que eu tenho vontade de disputar todas elas com a máxima vontade possível para poder sair campeão, então, a gente tem um elenco fortíssimo e vamos tentar tirar o máximo de cada um em benefício disso.
CASO DE BERNA
Antes mesmo de ser confirmado pelo clube, as especulações sobre a possível vinda de Cuca ao Atlético movimentou, e polarizou, a torcida atleticana que, em parte, chegou a criar um movimento pedindo a não vinda do treinador. Julgado e condenado na justiça Suíça por estupro de vulnerável, o atual técnico do Galo falou brevemente sobre o ocorrido.
– Eu acho que esse assunto tem que ser debatido sempre, em todos os sentidos, não só no futebol. Eu postei a minha família na frente da câmera e dei meu depoimento, falei o que eu tinha que falar. Eu sou uma pessoa do bem, não preciso ficar falando isso aqui, eu já treinei aqui em Minas quase quatro anos entre, primeiro o Cruzeiro, e depois o Atlético, e aqui fiz muitas amizades e acho que nenhuma inimizade, então o que eu tinha que falar sobre esse tema eu já falei, junto com a minha família, uma coisa que ocorreu há 34 anos e para mim é um episódio que já está superado. Vida que segue.
Por estar devidamente regularizado, o comandante já pode estar à frente da equipe alvinegra nesta sexta-feira (18), quando o Atlético-MG recebe o Coimbra pela quinta rodada do Campeonato Mineiro, no Mineirão, às 17h30 (Brasília).
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