Contratado no início do ano para comandar a equipe sub-23 do Corinthians, o ex-meia Danilo concedeu nesta quarta-feira (9) sua primeira entrevista coletiva como treinador. Campeão mundial de 2012, o ídolo alvinegro falou sobre seu estilo de jogo e afirmou que gosta de priorizar a posse de bola.
— Cada um tem um jeito de ver, eu joguei 20 anos como profissional e peguei muitos treinadores. Sou um jogador que sempre jogou do meio pra frente, então eu priorizo muito a posse da bola. Acho que quanto mais posse você tem mais chances criar oportunidades de gol, mas ao mesmo tempo, sem a bola, no perde-pressiona, cada um no seu posicionamento. Acho que a partir dessa organização tática, você acaba errando menos — explicou.
O primeiro compromisso oficial de Danilo à frente do sub-23 do Corinthians está marcado para esta quinta-feira (10). Às 15h (de Brasília), o Timão encara o Santos, na Fazendinha, pelo Campeonato Brasileiro de Aspirantes. O treinador de 41 anos comentou a expectativa pela estreia na nova função.
— Na época que a gente tava subindo lá esperando oportunidade no profissional, com uma ansiedade muito grande pra começar o jogo, eu acho que aqui não é muito diferente não. A gente vem num período treinando logo e eu tava louco pra chegar a essa estreia, porque depois que eu parei fiquei dois anos fora do futebol. Procurei ficar fora mesmo, assisti poucos jogos. Então quando você volta, essa vontade de competir a gente nunca perde. Acho que a coisa que eu mais senti nesses dois anos parado foi isso, a adrenalina de entrar pra dentro de campo, da competição, de querer ganhar os jogos. Estou tranquilo quanto ao jogo, mas essa ansiedade de competir fica aflorada — disse.
— Uma estreia é sempre muito importante, mas o futebol não é fácil. Temos um clássico e nossa equipe está bem preparada. Vamos bem para começar a competição — acrescentou.
E logo no início da trajetória, Danilo já teve que enfrentar um obstáculo. As atividades presenciais da equipe sub-23 ficaram paralisadas por mais de um mês por conta das medidas de combate à pandemia do novo coronavírus. O ex-meia lamentou o tempo parado, mas destacou a readaptação rápida de seus comandados.
— A pandemia atrapalhou um pouco. Tive um mês de treinamento, e depois um recesso de acho que 30 dias. Então quer dizer, tudo que a gente tinha ganho naquele um mês de preparação a gente acaba perdendo, então na volta tivemos que começar do zero de novo. Mas o importante é que a gente tenha um grande elenco, um grande grupo. O pessoal se adaptou rápido, a gente readaptou os treinamentos e estamos preparados para fazer uma grande competição — contou.
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Danilo ainda ressaltou a importância da integração com o elenco profissional, comandado por Sylvinho. Para o treinador do sub-23, o desempenho no Brasileirão de Aspirantes pode criar novas opções para o time principal do Corinthians.
— Isso é importante. O Sylvinho chegou agora, a nossa competição começa agora e ele vai poder acompanhar. Às vezes, um jogador ou outro pode ser uma opção lá em cima. Muitas vezes precisa de algum atleta lá e o sub-23 tem atletas que estão sendo preparados para o profissional. Quanto mais opções ele tiver, melhor — afirmou.
O Timão ocupa o Grupo A do Campeonato Brasileiro de Aspirantes, ao lado de Ceará, Cuiabá, Figueirense, Grêmio, Juventude, Ponte Preta e Vitória.
VEJA OUTRAS RESPOSTAS DE DANILO NA ENTREVISTA COLETIVA
Referências como treinador
— Peguei grandes treinadores, no futebol a gente vai evoluindo. É difícil falar, citar nomes, muitos treinadores me ajudaram bastante, desde a base. Muitas vezes com muita conversa, eu uso muito isso. Às vezes, uma simples conversa é melhor que um treinamento. As coisas que aprendi no decorrer da minha carreira vou tentar fazer agora. Peguei muita gente boa.
Sylvinho
— O Sylvinho é um grande treinador, ele conhece o Corinthians e isso vai ajudar bastante ele. Sabemos o tamanho da pressão que é, vai dar tudo certo, ele é um grande profissional.
Copa América no Brasil
— É um momento complicado. A minha opinião é igual a da maioria que não deveria ter, mas não temos muita força, essas coisas vêm de cima e temos que acatar.
Gestão com os jovens atletas
— Nós ali temos esse papel. Fora de campo influi muito, ter humildade, respeitar o que o treinador decide. Cada um tem um estilo, por isso a conversa é fundamental. Os garotos mais novos precisam usar a inteligência e escutar a gente. Não só eu, tem o Alex também. Aqui é uma transição para o profissional.
Nova vida como treinador
— O início é meio complicado. Eu estava acostumado a chegar, colocar a chuteira, me preparar e ir embora (risos). Agora é diferente, tem que preparar treinamento, estilo de jogo, tática. A gente vem evoluindo, o pensamento é esse. O bom é treinar e começar a competir, e agora chegou a hora.
Carreira
— Tive o convite da diretoria e o objetivo mesmo era de assumir o sub-23. É uma nova função na minha vida, na minha carreira. Tenho que pensar aqui, tudo pode acontecer. O pensamento é fazer um grande trabalho aqui, as coisas vão acontecendo, a vida é feita de oportunidades e estou motivado aqui.